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Mostrando postagens de 2007

As dez maneiras de fazer os portugueses felizes em 2008

1- Reduzir os gastos com a política : reduzir o número de efectivos da política quer no governo, quer na Assembleia. Medida de poupança que, embora aumentando o desemprego não configura nenhum flagelo e certamente ninguém verterá uma lágrima por estes trabalhadores. 2- Nomear pessoas competentes para os locais adequados : em vez da cunha política mais grotesca ou do compadrio mais deslavado, melhor seria que cada posto de gestão ou chefia fosse submetido ao melhor e mais adequado currículo, em lugar de satisfazer as confrarias ou de dar vazão a alguma necessidade de proteger alguém que meteu a “pata na poça” em outro lado. 3- Incorporar deveres mas também direitos : Deixarem de introduzir o que não interessa da Europa e passarem ao que realmente interessa: até agora é uma série de leis, transposições comunitárias, etc. tudo no sentido de nos tornar europeus adequados, politicamente correctos e limpinhos. Seria bom começarem a introduzir as que permitem uma verdadeira qualidade de vida.

Mitos Urbanos

O Porto é uma cidade cosmopolita. [Cosmopolita: do Gr. kosmopolítes; s. 2 gén. , pessoa que se considera cidadão do mundo e que em toda a parte tem conhecimentos adaptando-se facilmente aos costumes das diferentes terras por onde passa; adj. 2 gén. , Zool. , diz-se das espécies dispersas pelas regiões mais distantes e diversas e vivendo em todas perfeitamente adaptadas ao meio ambiente. -Dicionário online da Texto Editores]

Subsídios para uma classificação possível dos ditadores

Por princípio, os ditadores são pessoas que dominam todas as esferas de poder, desrespeitando a separação dos mesmos, a representatividade popular e instituindo um controle mais ou menos intenso sobre os que se lhe opõem. No entanto, nem todos são iguais. Há que avaliá -los sob uma perspectiva psicológica e funcional. Um ditador aparece por que motivos? E porque se escolhe o pior de todos para sê-lo, sabendo os custos humanos e sociais que isto representa? Qual a componente da demência que leva quase todo um povo a sufragá-lo, apoiá-lo e, depois, aturá-lo? Será apenas uma questão de necessidade de segurança, de ordem social? Porque, a partir de uma situação de excepção – caos social, violência e não funcionamento das instituições – se aceita um homem com um poder quase absoluto, capaz de coisas hediondas (que em boa parte são muitas vezes desculpabilizadas)? Porque não sabem estes homens, a dada altura, abandonarem o poder ou pelo menos exercê-lo de uma forma transitória até o restabel

Ideias... Peregrinas?

O candidato republicano às primárias norte-americanas e ex-governador do Arkansas, Mike Huckabee, tem animado a sua campanha com uma questão curiosa - seria Jesus partidário da pena de morte? No entanto de uma coisa o candidato tem a certeza, Jesus era demasiado inteligente para se candidatar a eleições.

Bancos de Nevoeiro

O instituto de sondagens Tárki, resolveu testar o grau de xenofobia dos húngaros, quis pois, saber o que achavam os húngaros da entrada do povo pirèze na Hungria. No ano passado, 59% achavam mal, muito mal, concluiu-se que os húngaros não gostavam do povo pirèze. Este ano a coisa agravou, 68% dos húngaros acha que os pirèze deverão pregar para outra freguesia. Analisando os resultados, os estudiosos afirmam que, com os contactos pessoais entre povos esta animosidade tende a diminuir. Porém, há neste caso uma séria complicação, é que nunca ninguém viu um pirèze. O que até é natural, uma vez que tal povo foi criado para a sondagem...

Raios de Sol

O Grupo do Parlamento Europeu, Identidade, Tradição e Soberania sofreu uma cisão passando de 23 deputados para 18 - o que significa que não é reconhecido como tal (é necessário um mínimo de 20 deputados) e logo não recebe subsídios para desenvolver as suas acções. Tudo por causa da discussão provocada pelo homicídio de uma cidadã italiana, em Roma, alegadamente cometido por um romeno, cigano. A afirmação da eurodeputada Alexandra Mussolini de que "violar a lei tornou-se um modo de vida para os romenos, é preciso afastar de Roma o embaixador romeno, tornado indesejável" gerou ataques directos designando-a como porta-voz do racismo fascista, chegando mesmo os romenos a aludir um provérbio que diz que "quem nasceu de um gato, comerá ratos", proverbio considerado ordinário pela eurodeputada. Pois gatos e ratos desentenderam-se provocando a cisão do ITS. Foi da soberania... Eu cá dormirei melhor.

O Fim da História? - a expressão de algumas dúvidas

Hegel acreditava que o fim da história chegara com as Revoluções Americana e Francesa, por terem preenchido o desejo de reconhecimento que movia a humanidade (desejo esse preenchido pela ideia de que todos os homens são iguais e devem, como tal, ser considerados cidadãos). Já Marx, outro teórico do fim da história, entendia que o móbil da história era a luta de classes e não o mero desejo de reconhecimento, como tal, o fim da história seria atingido pela utopia comunista. Ora a queda do muro de Berlim e o declínio do comunismo como sistema alternativo colocaram na ordem do dia a ideia de que as democracias ocidentais baseadas no primado dos direitos humanos seriam o fim da história, no sentido hegeliano e marxista de ter sido encontrado o sistema perfeito, a ordem social racional capaz de satisfazer os mais profundos e legítimos anseios do homem - daí que em 1989, Francis Fukuyama declare alegremente estar finda a história uma vez que se encontrara o tal sistema perfeito, a democracia

A bola em Itália nem sempre é redonda

Evidentemente o que se passa em Itália à volta do futebol nada tem a ver com o desporto ou sequer com o negócio. Tem sim uma ligação directa à sociedade e a política italiana e os seus perpétuos fantasmas e terrores. Desde a formação do país até os poderes subterrâneos que o envolvem (Igreja, Cosa Nostra e autonomias mal resolvidas) provocam uma sensação de que se trata de um país não concluído. O facto da unificação italiana ser algo de recente em termos históricos, do embrulho ideológico mal resolvido e da função da Igreja neste cosmos (antes caos) levanta algumas questões angustiantes para o país e para a tão louvada unificação europeia. Se o poder político tivesse algum peso, tal como Thatcher o teve em Inglaterra, bania os clubes italianos das competições europeias até existirem garantias do comportamento dos adeptos. Mas porque não o fazem? Quanto a mim a explicação não está no aspecto económico (os investidores dos grandes clubes italianos sabem que se esta situação continua o n

Porque não te calas?!

Com esta frase inaugura-se mais um capítulo das relações entre a Europa e América Latina. A Democracia, este capricho ocidental que, qual religião a expandir-se para além das terras dos Mouros, revela-se na sua melhor versão. Cinco séculos de colonização cruel, imposição religiosa, imperialismo grotesco e “relações de amizade entre os povos” criaram um tiranete de bolso como um produto que, pelos vistos, ninguém quer aturar! “Porque não te calas” (bem podia ser o nome de um bolero) é, no fim de contas, tudo o que representa o diálogo Norte-Sul. É o sentimento do sul-americano pobre que olha para a Europa e América como uma imensa despensa guardada por muros e arame farpado. O esforço de Zapatero (o único a ficar bem na fotografia) em responder a Hugo Chavez numa correcta polidez e consciência de onde estava, ficará na história como um testemunho a paciência. Quanto aos outros dois passaram a imagem tonta do que representam: um, o representante simbólico de uma forma secular de poder qu

Tratado de Lisboa

Eis o tal documento . Em caso de dúvidas acerca da sua ratificação via referendo, aqui está a Constituição . Devo dizer que a ratificação por via parlamentar ou a sua prévia legitimação por via referendária é questão que me levanta imensas dúvidas, sendo certo que referendar só se tudo indicar que as urnas vão dar a resposta que se pretende é, no mínimo, uma curiosa perspectiva de democracia. Mais ainda que as limitações à soberania decorrentes da adesão à UE e à evolução que esta tem tido nunca foram verdadeiramente sujeitas ao escrutínio popular. Por outro lado, o Tratado de Lisboa não é um texto de fácil leitura, para além de complexo, sendo também evidente que a realidade a 27 tem de ser diferente da realidade a 15, por mais que nos custe. Ainda se deverá dizer que, questionar agora estas decisões pode implicar "morrer na praia europeia".

Ideologia prét a porter

Há um fenómeno curioso em Portugal e que é um factor de sofrimento e depressão: a angústia de não haver uma roupinha que assente bem no corpo. Há outro fenómeno curioso em Portugal, também este factor de incomodidade e sofrimento: não haver ideologia ou coerência político-partidária que nos permita alinhar por um partido. Ambos têm as mesmas explicações, isto é, parecem tratar do mesmo problema. Mas porque raio de ideia uma coisa acaba por ter a ver com a outra! Se calhar a globalização e a normalização também é isso: vestuário e política assumem os mesmos contornos e enfrentam as mesmas dificuldades, senão vejamos: Em primeiro lugar, imagine-se numa loja de pronto-a-vestir, a escolher um par de calças, uma camisa e uns sapatos. Tentamos que todos combinem de alguma forma, quer em estilo, quer em cor, enfim que haja uma coerência na escolha. Aí começam os problemas. Pedimos umas calças mais modernas e a menina (o) traz umas à boca-de-sino, muito ao jeito dos meus 13 anos. Não vesti

Um terramoto em Lisboa e o destino do país

E o dia chegou. Vindo do nada, a terra agita-se com vigor e as marés invadem o espaço do homem. Lisboa é tomada de assalto pela natureza, esventrada e desmembrada. A amplitude do caos é enorme e da Lisboa castiça mantém-se de pé uns quantos traços e quarteirões. Da Lisboa nova pouco ou nada sobra, colapsada no remexer interior das fundações impreparadas. A frente marítima, sugada na enxurrada transforma-se numa entulheira inultrapassável. Sendo o sismo em plena hora de ponta, as perdas humanas são incalculáveis, sabemos apenas que são milhões de habitantes da periferia e da cidade que desapareceram. O país estupefacto, lança-se na sua inigualável solidariedade das horas difíceis para resgatar o possível, salvar os moribundos e reconstruir a capital… É nesse momento que o filme deve parar! Reconstruir porque? Não será essa a oportunidade única de extinguir as assimetrias, recuperar o interior, disciplinar o desenvolvimento e distribuição da riqueza? Porque radicar no mesmo erro de 500 a

Outra vez o Rivoli

Sobre o Rivoli, sugiro esta prosa do José Luís Ferreira n'A Baixa do Porto. Confesso que também aguardo ansiosamente o comentário do escriba municipal às recentes notícias sobre este assunto... só não sei ao certo se é por puro masoquismo ou se me resta a esperança de que um dia haja bom senso.

Como diz?

"A governadora civil declarou que os agentes da PSP se limitaram a passar pela sede do sindicato para apurar quais os locais onde estavam previstos os protestos porque ainda não tinham a confirmação oficial de que a manifestação tinha sido autorizada. «É uma actividade rotineira da PSP, foi uma conversa normal», garantiu a mesma responsável. Maria Alzira Serrasqueiro afirmou ainda que não acredita em rusgas nem em perseguições. «Sendo governadora civil sou responsável neste distrito pela coordenação das polícias e posso dizer que não seria a PSP que iria impedir o sindicato de se manifestar, não é esse o espírito. Não houve nenhuma ordem nesse sentido», salientou." - in Portugal Diário.

Não há mal que sempre dure, nem...

D.R Sobre o Rivoli boas notícias aqui , no entanto, a saga continua uma vez que " fica tudo na mesma ." Nem outra coisa seria de esperar desta gestão autárquica.

Populismo - quem pode atirar a primeira pedra?

Deparei, um dia destes, com um forte ataque de Marcelo Rebelo de Sousa a Luís Filipe Menezes, o canal utilizado foi o seu tempo de antena habitual na televisão, a arma de arremesso foi o populismo. Eis a primeira perplexidade, alguém cujo primeiro acto de campanha para a Câmara de Lisboa foi um mergulho no Tejo (nem pensar nisso é bom), usa como arma de arremesso o tal populismo. Continuando no que captei do discurso do Professor, acho curioso, opor um ex-líder do PSD (que preconizava uma popular baixa de impostos contra opiniões credíveis e generalizadas) ao populista (que, por acaso até acha que não se devem descer os impostos). Obviamente que o facto de não preconizar uma baixa de impostos não faz com que o político não seja populista. Aliás, eu diria que, cada vez mais, os políticos recorrem ao que se poderia chamar de técnicas populistas, uma forma de passar a sua imagem de forma positiva às massas - e isto é triste porque parte do princípio que as massas não têm capacidade crític

Encruzilhada

Há notícias que dão que pensar. Há alguns meses atrás, deparei com duas notícias separadas pelo espaço de uma semana. Uma sobre um novo reescalonamento das reformas, à luz das conclusões do Livro Branco sobre o tema; outra sobre a natalidade portuguesa ser a mais baixa da Europa. Somando as duas e adicionando o desaparecimento do emprego tradicional, o advento de profissões cada vez mais qualificadas e que a actual meia-idade já tem dificuldades de acompanhar, o que sobra para os anos 2020-2030? Podemos formatar cenários possíveis, o que não consigo imaginar são as repercussões geométricas do fenómeno, mas nada de positivo se configura. Sabendo que as políticas de apoio à natalidade nacionais não são propriamente tentadoras, que a emigração recua, transformando-se a pouco e pouco numa plataforma de passagem para vencer a "fortaleza europeia", começa a ser preocupante a composição demográfica de Portugal na próxima década e seguintes. Empiricamente, podemos formular cenários

Vamos começar!

Pretendemos criar neste cantinho da blogosfera um espaço sem temas obrigatórios ou regras de publicação, poder abordar política interna ou internacional, cultura, desporto ou lazer, tudo o que possa suscitar dúvidas ou destruir certezas, rir de nós proprios e com os outros. Aqui queremos encontrar o avatar das nossas dúvidas, certezas, lágrimas, risos ou mesmo, porque não, perplexidades. Fica pois um convite para acompanhar-nos lendo-nos e animando as caixas de comentários!