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Mostrando postagens de novembro, 2007

A bola em Itália nem sempre é redonda

Evidentemente o que se passa em Itália à volta do futebol nada tem a ver com o desporto ou sequer com o negócio. Tem sim uma ligação directa à sociedade e a política italiana e os seus perpétuos fantasmas e terrores. Desde a formação do país até os poderes subterrâneos que o envolvem (Igreja, Cosa Nostra e autonomias mal resolvidas) provocam uma sensação de que se trata de um país não concluído. O facto da unificação italiana ser algo de recente em termos históricos, do embrulho ideológico mal resolvido e da função da Igreja neste cosmos (antes caos) levanta algumas questões angustiantes para o país e para a tão louvada unificação europeia. Se o poder político tivesse algum peso, tal como Thatcher o teve em Inglaterra, bania os clubes italianos das competições europeias até existirem garantias do comportamento dos adeptos. Mas porque não o fazem? Quanto a mim a explicação não está no aspecto económico (os investidores dos grandes clubes italianos sabem que se esta situação continua o n

Porque não te calas?!

Com esta frase inaugura-se mais um capítulo das relações entre a Europa e América Latina. A Democracia, este capricho ocidental que, qual religião a expandir-se para além das terras dos Mouros, revela-se na sua melhor versão. Cinco séculos de colonização cruel, imposição religiosa, imperialismo grotesco e “relações de amizade entre os povos” criaram um tiranete de bolso como um produto que, pelos vistos, ninguém quer aturar! “Porque não te calas” (bem podia ser o nome de um bolero) é, no fim de contas, tudo o que representa o diálogo Norte-Sul. É o sentimento do sul-americano pobre que olha para a Europa e América como uma imensa despensa guardada por muros e arame farpado. O esforço de Zapatero (o único a ficar bem na fotografia) em responder a Hugo Chavez numa correcta polidez e consciência de onde estava, ficará na história como um testemunho a paciência. Quanto aos outros dois passaram a imagem tonta do que representam: um, o representante simbólico de uma forma secular de poder qu