Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de março, 2008

Amigos para sempre!

Para os interessados pelo tema, escolhi os “amigos da China” que patrocinam e associam a sua imagem ao evento denominado Olimpíadas. Alguns destes nossos conhecidos esperam grandes dividendos da imagem que irá inundar os ecrãs de televisão de todo o mundo. Não sou dos que irão pedir o boicote dos atletas, amarrados a inúmeros compromissos e contratos e a ira de um ou outro Estado. Acho que os atletas podem e devem participar porque – seguindo o principio do Barão de Coubertain – deve separar-se a política do desporto. Agora o espectador, o consumidor tem uma palavra a dizer. Não indo aos jogos, não participando de uma festa de um país que saiu da lista americana dos países que não respeitam os Direitos Humanos esta semana (curiosa coincidência!), mas que tão cedo não deixará de fazer parte das listas de entidades mais credíveis; rejeitando ficar em frente a um televisor para ver as provas (sim eu gosto mas não vou ver!) em estádios fabulosos, construídos por um país que ignora o resto

O amor é lindo!

Do outro lado do Atlântico também, tem é algumas agruras quando se é político. Desta vez foi o Mayor de Detroit que viu sms que tinha trocado com a sua chefe de gabinete divulgados na imprensa e, ainda por cima depois de ter negado a existência de uma relação entre ambos. Agora pode ser acusado de perjúrio (até 15 anos de prisão) e perder o mandato. Ambos tinham o seu casamento à altura das mensagens amorosas. Dadas as constantes notícias sobre casos destes nos EUA e a sua conjugação com outras notícias bem mais preocupantes que têm surgido, ou os cargos são afrodisíacos ou os americanos não se aborrecem de ver má gestão, não suportam é ver alguém contente...

Crise sistémica global, o nascimento de um novo paradigma?

Depois da euforia do 'fim da história' com a glorificação capitalismo e do Tio Sam, eis senão a surpresa, a crise do subprime é uma face visível de algo bem mais grave e profundo que afectará o mundo inteiro. Surpresa? Nem por isso, o Laboratório Europeu de Antecipação Política ou LEAP/E2020 fartara-se de avisar e não apenas em Outubro passado, com este impressionante artigo As sete fases do momento explosivo da crise sistémica global 2007-2009 (em francês) , o assunto já tinha sido abordado em vários outros artigos. Então e a surpresa? Será que temos dirigentes incautos? Alguns, talvez. O antigo Governador da Reserva Federal Americana dever querer um belo buraco ao sol para nele desaparecer muito em breve. Parece-me que uma imensa maioria preferiu "empurrar com a barriga", apesar da gravidade da situação e da ameaça que representa para a vida das populações - parece que realmente estas contam no dia de eleições e se votarem iludidas, também está bem. Vejamos a ampli

Vaticano: o ruído e o pecado

Longe vai o tempo em que a meditação e o recolhimento, como formas de manifestação da pureza e elevação eram um exemplo para o mundo do que representava a fé e o caminho do Céu. Hoje está mais difícil: é preciso por a mão na lama, conviver com os homens, ser mediático, politicamente correcto, socialmente envolvido mais tudo o que se era no passado. O upgrade dos pecados, sendo em si uma boa ideia, não tem consequências de maior. As categorias abrangem governantes e poderosos na sua globalidade que já há muito abandonaram as preocupações da Igreja e até alguns sectores dela; os que se dirigem aos mais pequenos visam situações desesperadas de quem já perdeu até o amor-próprio, quanto mais o amor e temor a Deus. Enfim a Igreja moderniza-se, mas a realidade continua a incomodar… Veja-se o caso da bola neste link: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/ 2008/01/080128_ copavaticanofp.shtml Melhor seria, talvez, a Igreja demonstrar menos piedade e maior intervencionismo, usar a su

Sexualidade telúrica

Via voltairenet.org Os sismos que fizeram estremecer Israel durante os últimos meses são causados pelos homossexuais, segundo afirmou o deputado Shlomo Benizri, a 20 de Fevereiro de 2008, perante o parlamento israelita. «Procuramos soluções terrenas que nos protejam dos efeitos dos sismos, eu proponho outra via: o Talmud diz-nos que uma das causas das sacudidas telúricas é a homossexualidade (…) Deus disse que sacudiria o mundo para despertar quem sacode os genitais em situações em que não é suposto que sejam sacudidos», declarou o deputado do Shass, com total apoio do seu partido. O Estado de Israel define-se como Estado judeu, sendo o Shass um partido político da comunidade sefardita , cujo presidente é o rabino Ovadia Yossef. Este último interpretou o furacão Katrina, em 2005, como um castigo divino que Deus infligiu aos Estados Unidos por terem pressionado a favor do desmantelamento da colónia de Gush Katif. Com 9.5% de los votos emitidos durante as últimas eleições legislativas i

Dez Sugestões para melhor governar

Governar deve ser das tarefas mais deprimentes que um humano pode desenvolver. É muito mais aliciante criar, fruir e fazer aquelas coisas fúteis que todos fazemos porque são fundamentais apesar de fúteis. Longe vão os tempos em que, se o soberano não detivesse as pragas, chuva, seca ou outra qualquer tarefa mística, era imolado de uma qualquer forma terrível. Muito andamos do esquartejamento à impunidade! Por isso, temos de viver com políticos. Porque poucos são os que querem sujar as mãos num trabalho em que não contentamos ninguém; por mais que façamos, há o dobro a realizar; por mais justas que sejam as nossas causas acabamos a prejudicar alguém. Mas será culpa nossa que alguns destes homens com falta de preparação humanista se ponham a realizar coisas em nosso nome quando, durante o período de promoção, não estava mencionado ( Esta campanha não dispensa a consulta do prospecto )? Porque as estratégias de campanha cada vez mais assemelham-se às dos bancos e seguradoras…? O esvaziame

Oportunidades e Circunstâncias

Por mais que se pretenda personificar numa pessoa uma série de intenções e acções políticas, um homem não é uma ilha. Dizer que Rui Rio, na sua acção faz isso ou aquilo à cidade do Porto e que é objecto de muitas críticas e de alguns elogios amplificados pela propaganda interna que montou não nos leva ao cerne do problema. Rui Rio é apenas uma figura, um repositório das esperanças de um certo PSD para o futuro. Apesar da fúria de não ter sido carregado em braços para a Direcção do partido após a saída de Marques Mendes onde faria uma espécie de “revival” cavaquista isto acontecerá mais cedo ou mais tarde. Não acredito que Rui Rio tenha uma política definida para a Câmara e muito menos para o país: penso que ele não é mais de que um gestor de oportunidades e circunstâncias. A oportunidade que lhe foi concedida para gerir uma Autarquia coberta de má imagem ao nível dos seus serviços, a oportunidade da reacção às ligações das Câmaras ao futebol (muito por via de Fátima Felgueiras, Gondoma

No muro Israelo-palestino...

Galiza

Andei a rever fotografias antigas naquela tentativa vã que todos temos de arrumar o tempo e constatei que em todos os anos tenho fotografias da Galiza. Quase sempre no Inverno. Tuy, Vigo, Corunha com neve, sem neve... quase todas são memórias de passeios ao frio. Apenas um Verão, nas Cyas. É difícil dizer o que gosto mais na Galiza. É difícil sentir-me turista na Galiza. Como se fosse o meu país, percorro de um lado ao outro sem me importar de perder-me porque, aquele povo compreende cada palavra do que eu digo e dá a entender que sou um deles na forma como sou recebido. Nada me faz mais feliz do que essa noção de pertença a um mundo mais largo que a minha rua. Há uma doçura nos galegos que contrasta fortemente com a paisagem, aquela costa cortante de mar sempre forte, aquelas monumentais igrejas e casas de pedra com janelas pequenas e fumo. Sinto-me Celta, meio pagão e até capaz de peregrinar. A Galiza é a minha idealização de um mundo sem fronteiras, do aborrecido que é ser ali Espan

E ficou uma cidade limpinha...

Foto: Carlos Romão Vivo no Porto há mais de 30 anos, era criança, nem sei muito bem o que é viver noutra cidade, mas o Porto eu conheço, vejo-o como uma cidade temperamental, em que ora impera uma mentalidade burguesa e conservadora, ora sofre de vagas liberais (no sentido de progressistas) e lá vai levando a sua conflitualidade ora em discussões mais acesas de café ou autocarro, num amuado virar de costas entre facções, pontualmente há conflito, à moda do Porto, sanado que seja todos nos voltamos para o nosso orgulho, o Dragão - hoje talvez o símbolo mais marcante de que existe aqui capacidade para grandes realizações. Este é o Porto que eu sinto e de que aprendi a gostar, por mais que me irritem os seus tiques de burguesia acomodada e ciosa dos seus privilégios. Ora, como o mundo é assim mesmo (e está bem), faz já alguns anos que o Porto vem mostrando a sua face burguesa. A cidade está depauperada, o desemprego tem-na atingido fortemente, o centro está desabitado, há muito que o se