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Mostrando postagens de novembro, 2008

Luto por Mumbai

O absurdo do terrorismo é nunca acertar nos seus objectos de ódio e orientar-se indiscriminadamente, como se o medo sepultasse a democracia. É um tipo de guerra onde disparar fora do alvo é o sucesso e onde as vítimas nada têm que ver com o caso. Sempre. E o mais doloroso é que o intuito é uma luta supostamente religiosa, onde os valores são pervertidos e submersos em intolerância, intransigência e ódio. Nada disso é o Islão, como os homicídios em Gaza nada tem a ver com a Tora e o Vaticano que exclui “comportamentos bizarros” não encontra nenhuma letra sobre isso na Bíblia. Resta o luto por um povo surpreendente. Every Bloody Emperor By this we are all sustained: a belief in human nature and in justice and parity...all we have is the faith to carry on. Imperceptible the change as our votes become mere gestures and our lords and masters determine to cast us in the roles of serfs and slaves in the new empire's name. Yes and every bloody emperor claims that freedom

Os protagonistas

O verdadeiro problema do ensino é a distância entre a educação e a sociedade, entre o mundo escolar e o mundo onde as pessoas vivem, entre as intenções e objectivos do Estado e o real papel da educação no contexto do mundo actual. E a culpa não é um exclusivo dos professores: todos os envolvidos (Estado, Encarregados de Educação e Alunos) tem responsabilidades. Muitas e graves. A demissão do Estado A escola é vítima e simultaneamente promotora de muitos dos desencontros e desigualdades da sociedade. As políticas de educação dos últimos 30 anos correram atrás de falsas questões e iludiram o verdadeiro problema: o sistema não tem uma resposta homogénea para tantos formandos, para ensino igual e gratuito e pior que tudo: não há saídas profissionais para todos os que frequentam a escola. O Estado cria politicas de aproximação à média europeia pela via estatística, é obrigado a aumentar a escolaridade obrigatória e melhorar administrativamente os resultados escolares. Ou seja, faz progredir

O reptiliano Pacheco Pereira

Na Sábado da primeira semana de Novembro PP – o nosso treinador de bancada da política – lá veio falar do despudor e fúria despesista da Casa da Música. Tudo porque ficou impressionado com a distribuição sumptuária do programa de 2009 junto com o jornal Público, referindo que a qualidade e densidade do volume mostra que a crise não chegou a esta instituição do Porto. PP tem o dom (já demonstrado em outras tantas escrituras) de imaginar um mundo reaccionário onde a sua palavra divina faz rejubilar os corações. Mas que eu saiba, tirando a família e o Rui Rio, ninguém o leva a sério. Nem o Alberto João, seu correligionário. Como a única coisa que tem demonstrado ao longo da sua extensa existência é aquela atitude de velha que passa o dia à janela a ver e comentar o que os vizinhos fazem, desligou-se da realidade e até já custa hostilizar. Faz, isso sim, uma pena confrangedora. E explico porque: Provavelmente sairá mais compensador fazer um programa de qualidade do que aqueles irritantes d

Novas Lógicas

A inversão da lógica da economia global passa por uma singela questão: o que deve definir a produção é o equilíbrio entre as necessidades globais de consumo, a preservação ambiental e a eliminação das assimetrias locais, nacionais e mundiais e não a especulação. Que saiba, a economia actual (a que emergiu da Queda do Muro de Berlim) foi sempre definida em torno do indivíduo e da sociedade, mas sim à volta do excedente, margens de produção e lucro e é esta lógica assassina que conduz a todo um contexto mental de ganância e corrupção que envolve as sociedades e a política. O desinvestimento na humanidade, na solidariedade e no equilíbrio levou a que o mundo se tornasse em algo que nos torna indignos em relação aos nossos semelhantes. A Globalização económica centrada no capitalismo representará em menos de 50 anos o fim do planeta e um genocídio universal como nenhum tirano demente é capaz de sonhar. Só num mundo de recursos ilimitados faria sentido colocar o crescimento como bitola da e

As lágrimas de Jesse Jackson

Não se pode apagar o passado. Pode-se erguer um futuro, começar com as cicatrizes fechadas. A América entrou no seu ano 0. A partir daqui, construir um caminho mais verdadeiro. Não acredito em grandes mudanças do sistema, nem no fim do capitalismo americano, nem tão pouco no fim dos mecanismos de pressão e coacção. Seria pedir muito e o impossível. O que se muda é um significado, um extenso significado. Na década de 50, Rose Parks recusou ceder um lugar no autocarro; passados 53 anos, a Democracia americana reconhece um Presidente negro, eleito por todo um povo. Não foi um favor as minorias, foi uma conquista de direito próprio. Com esta eleição fica para trás a escravatura, o apartheid e a imagem de um povo em perpétuo conflito. Um povo que cresceu mas que se espera que não esqueça, porque cada desvio é um reinício. De qualquer modo há que reconhecer o mérito da América de produzir esta mudança em 50 anos (descontando obviamente a escravatura!). A Europa seria incapaz de faze-la (na E

Porquê Sara Palin?

I Em Dez pontos de vista sobre as eleições americanas , afirmava que Hillary não tinha hipótese de ser candidata porque apesar de Obama ser negro é homem. A sociedade americana tem evidentemente um problema com o feminino. É ponto assente que a imagem que passam, veiculadas no cinema, na publicidade, etc. reflecte uma ambiguidade composta por inúmeros sinais inconciliáveis. É fácil perceber o papel da mulher nas sociedades tradicionais e a visão das religiões, independentemente da concordância ou não com este. No mundo Ocidental, o que se pede a mulher é que seja contraditória em valores, atitudes e imagens. A mulher tem de facilmente vestir um avental, uma lingerie e um fato de executiva e ser convincente com os três! Esta enorme exigência e vivência prismática representa algo que lhes é imposto num mundo onde o homem é vendido como o "concorrente a abater", onde querem que mantenham a imagem de "regente do lar" e que corresponda a um modelo de beleza e sensualidad