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Mostrando postagens de janeiro, 2009

Freeport: dúvidas e certezas

A “nova menina dos olhos” da imprensa – o caso Freeport – levanta-me uma série de questões que, do ponto de vista noticioso, gostaria de ver esclarecidas. Quem acompanha este blog percebe logo que Sócrates não tem cá apoios.O que não quer dizer que concorde com os termos em que tem sido noticiado (sobretudo na televisão e na SIC em particular) este caso. Em primeiro lugar, as fontes. São obviamente no aparelho da Justiça. Evidentemente tem de ser protegidas apesar do crime que cometem (quebra do segredo de Justiça) mas gostaria de perceber o mecanismo de transmissão das informações. Serão pagas? Ou sairão por via da estreita ligação das pessoas que tem acesso à investigação aos partidos? Em segundo. O timing. Quatro anos após as primeiras notícias sobre o caso surge em nova dose e formato. Não discuto os tempos da Justiça e da investigação, mas é legitimo realçar a coincidência de tempos eleitorais. E sendo um caso que envolve figuras da governação e representação directa do país, não

Revisitando os principais compromissos eleitorais de Obama 4

Irão: Defende que a diplomacia directa com os líderes iranianos dará aos Estados Unidos maior credibilidade para pressionar por sanções internacionais conjuntas. Será sempre a melhor forma de combate ao radicalismo islâmico: estender uma mão aberta a Teerão. É um Estado forte mas com a religião encostada. Se os líderes laicos conseguirem ir empurrando a religião para fora da esfera do Estado, o terrorismo começa a ter problemas de financiamento. No discurso até poderão manterá ferocidade, mas na prática poderão existir mudanças. Todavia a aproximação ao Irão tem um preço: Israel tem de abandonar o expansionismo militar porque não há regime em sociedade islâmica que aceite o diálogo sem que a América ponha travão na obsessão sionista. Iraque: Inicialmente contra a guerra, opôs-se ao envio de mais tropas para o território. Mas, depois, votou a favor, enquanto senador, de mais verbas para financiar a guerra. Chega a tempo de inverter o erro. Não se pode combater o terorismo com exércitos

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Cuidados de Saúde: Cobertura universal. Veremos que resultados poderão ocorrer com esta viragem nas políticas de saúde e segurança social. A pobreza endémica, seja em Portugal, Venezuela ou na América é o grande entrave ao desenvolvimento humano. Trata-se de uma estrutura circular e hereditária, que não se elimina com um topping de subsídios e regalias. As sociedades geram e mantém a pobreza porque são injustas na distribuição da riqueza e no acesso a bens e serviços. Mais do que protecção financeira, importa que seja garantida a consolidação de estruturas às gerações futuras, de forma a quebrar o ciclo daqui a 40/50 anos. Defesa: Expressou cepticismo quanto à quantidade de dinheiro que os Estados Unidos estão a gastar no uso de mísseis. Os valores abaixo mencionados dizem respeito “apenas” à máquina militar. Falta contabilizar CIA, FBI, NSA, etc., etc., etc.De resto, os valores falam por si. The federally budgeted (see below) military expenditure of the United States ´ Department of D

Revisitando os principais compromissos eleitorais de Obama 2

Comércio: A favor da reabertura do Acordo de Comércio Livre Norte-Americano. Talvez a mais árdua tarefa internacional americana que adivinho quase impossível um acordo num primeiro mandato. As posições estão extremadas, a Europa lançará mais cedo ou mais tarde politicas de protecção como forma de activação dos mercados internos e protecção ao emprego e os tempos de agricultura barata também chegaram ao fim. Alcançar um equilíbrio num âmbito tão vasto não será fácil e só poderá ser conseguido através da criação de um alicerce – o Brasil. Sem o Brasil não me parece que possa existir sucesso neste campo. Coreia do Norte: Defende a criação de uma coligação internacional forte que acabe com o programa de armas nucleares. Desde que a coligação assente na sempre rejeitada ONU, parece-me possível algum entendimento. Fora disso será apenas mais um tiro no pé. Aliás, a reabilitação da imagem norte americana nos fóruns internacionais deve passar em larga medida pela valorização deste órgão que

Revisitando os principais compromissos eleitorais de Obama

Aborto: A favor dos direitos da interrupção voluntária da gravidez . Não será um tema fácil numa América dividida sobre o tema. O apelo presente nos seus discursos sobre os Direitos Civis aponta para que não se verifiquem mudanças na abordagem. Todavia será uma questão que Obama guardará para um momento oportuno da sua legislatura, quando necessitar do apoio das alas menos conservadoras da sociedade. Afeganistão: Reforço com sete mil soldados do contingente norte-americano (32 mil). As tropas seriam retiradas do Iraque. Obama ameaçou lançar um ataque unilateral a alvos terroristas no Paquistão, caso este país «não consiga ou não actue» contra os mesmos. Será, com todo o sentido, a área onde Obama ganhará a segurança interna e mundial. Agrada aos sectores conservadores e militares norte-americanos e do ponto de vista da defesa contra o terrorismo sempre fez mais sentido do que a invasão do Iraque que mais não foi que uma aventura económica e especulativa à maneira de Kissinger nos anos

Palestina 5 – Mudar é possível

Há vários caminhos para a mudança. São ainda pequenos esforços de gente lúcida que sabe que a guerra nunca será uma resposta. Acredito que a lucidez chegará pelos jovens de ambos os lados que combaterão as lógicas absurdas deste presente. http://reutsadaka.org/ http://www.combatantsforpeace.org/ http://meet.mit.edu/

Palestina 3 - A diáspora

Os Palestinianos dispersam-se pelo mundo. Como podem constatar, não há um pais europeu na lista de acolhimento de refugiados. Dá o que pensar, não? Total population:10,574,521 (estimated) Palestinian territories: 3, 760, 00 Jordan: 2,700,000 Israel: 318,000 Syria: 434,896 Lebanon: 405,425 Chile: 300,000 USA: 67,842 Egypt: 70,245 Honduras: 54,000 Kuwait: 50,000 Brazil: 50,000 Yemen: 24,000 Canada: 23,975 Austrália: 15,000 Colômbia: 12,000 Guatemala: 1,400 Fonte: Wikipedia

Palestina 2 – A objecção de Consciência

Os jovens israelitas cada vez mais ganham a consciência de que não é justo hipotecarem as suas vidas a uma máquina de guerra sob o argumento de que esta é o garante da sua sobrevivência. Cada vez mais, de ambos os lados, os jovens apercebem-se que a vida no seu melhor momento passa-lhes ao lado ou perde-se no meio de um deserto. A transposição desta consciência para a política depende do fim da influência religiosa nos poderes instituídos de ambos os lados, da assumpção de um Estado laico único com duas religiões. Para que isso seja possível há um grande caminho a percorrer, mas são estes jovens de ambos os lados que o tem de percorrer. http://december18th.org/

Palestina 1 – A questão demográfica

As guerras não são actividades emocionais. São pensadas, estruturadas e delineadas a longo prazo. E as suas supostas causas iludem as verdadeiras razões. Esta é uma delas. http://www.elpais.com/articulo/internacional/fuerte/crecimiento/poblacion/arabe/hace/saltar/alarma/Israel/elpepiint/20080806elpepiint_7/Tes

Cada Palestiniano morto e mais uma derrota de Israel

Ao buscar a legitimidade política para a nova invasão à Palestina, Israel descobrirá que as vitórias militares são um resíduo inútil. Israel nada tem a ganhar no plano militar e tem tudo a perder no plano político, de imagem global e ao nível diplomático. Então, porque a invasão? Para sustentar três componentes decisivas da sustentação do Estado de Israel: 1- O Estado Militar – Israel, tal como a China ou a Coreia do Norte assenta a manutenção das suas forças militares no argumento de um possível ataque dos países árabes, mantendo uma máquina temível com grande importância e relevo no contexto da região. Isto tem o preço que se sabe. Manter a máquina oleada obriga à beligerância de vez em quando. E permite forjar novos inimigos na ira da vingança (sendo portanto inimigos frágeis e desorganizados, óptimos para “treinar” sem grandes riscos). Um Israel sem inimigos afundar-se-ia numa crise interna de proporções difíceis de avaliar. Tantas tropas de elite, tantos espiões e assassinos desoc

Work in progress in Rio favela of Providencia - JR

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Ano novo, mundo velho

Um mundo simpático que não anda aqui a enganar ninguém, como tal mesmo antes da transição do 08 para o 09, Israel lança um ataque contra a faixa de Gaza, diz que em legítima defesa sem querer saber do seu excesso. Atacam-se escolas da ONU, enfim diz que se arranca-se pela raiz... Mundo velho sem paciência nova. Que o diga Ban Ki moon, a desesperar perante o impasse no Conselho de Segurança da organização. No Zimbabwe continua a morrer-se de cólera. O mundo treme perante a crise do capitalismo financeiro, o velho mundo teme a deflação no novo ano, a paciência velha já não consegue ouvir as soluções de investimento privado dos rios que fluem por esse velho mundo fora. Na Austrália uma senhora lançou fogo ao pénis do marido infiel, era propriedade sua pelo contrato de casamento - a velha propriedade como direito de usar, fruir e abusar, ideia de jerico dos romanos, acho eu, mesmo quando não levada ao disparate. O que se faz num ano novo se não há paciência nova para o mundo velho?