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Mostrando postagens de fevereiro, 2009

O regresso da Brigada dos Bons Costumes

Instalava-se o caos, a vida corria pacata, cada qual metido com a sua. Não podia ser. Poucas-vergonhas, depravação, magalhães a surfar publicamente no que devia ter uma gola alta, livros com obras de arte pouco púdicas na capa, escarrapachadas à vista de todos! O caos! Mas nada disto se vai realizar, a Brigada dos Bons Costumes voltou, omnipresente, anónima mas eficaz na sua eterna luta contra as poucas vergonhas, na defesa do recatamento e da vida direitinha limpinha, sensatinha. Eles estão aí. Cuidado senhoras com o tamanho da saia e do decote, brandos costumes exigem brandos decotes, pernas tapadas, cuidado artistas vejam bem que caminhos e pensamentos leva a vossa arte pensem nas públicas virtudes, no bom-senso, enfim. Os companheiros do bom senso têm, com a crise, as respectivas vidinhas arrumadas, naturalmente, e na sua eterna disponibilidade e generosidade, querem agora arrumar as vidas alheias, só para ter tudo ordenadinho, bonitinho enfim. Como deve ser. E são tão generosos q

O fim dos off shores?

Com acções deste género poder-se-á começar o processo de esclarecimento cabal de muitas "fortunas" ocultas e o caminho/descaminho que gestores de bancos, empresas e diversos tipos de fortuna feitos à custa de esforçada poupança e trabalho alheio conseguiram. Evidentemente, não basta ficarmos pela Suiça. A extinção de off-shores é uma medida que deve ser introduzida à escala mundial, haja vontade política e vergonha na cara. http://www.nytimes.com/2009/02/19/business/worldbusiness/19ubs.html

«A homossexualidade não é normal», diz cardeal D. José Saraiva Martins Hoje às 06:23, na TSF

Concordo com o Cardeal. Aliás, nada é normal hoje em dia. Aparecem inúmeros casos de pedofilia na Igreja, o que não é normal. Homens de Deus, sempre a carregar o pesado fardo da moral que os outros têm de cumprir, a realizar práticas inconfessáveis com inocentes e crédulos jovens! Não, não é normal! Também há a negação do Holocausto. Não, não é normal. Mesmo nada. Que o responsável máximo do Irão o diga, só para chatear Israel, eu percebo. No fundo, nem ele acreditará nisso. Mas um homem do clero, um pregador do perdão e da humildade negar que houve – vá lá – um pequeno acidente que envolveu três milhões de unidades parece-me pouco…sei lá, católico? Já não falo da proximidade do Vaticano ao Nazismo e de como o anti-semitismo até foi uma ideia jeitosa dos rapazes da suástica! E dos padres que prestavam saudação nazi, e da orgia entre Estado Novo e a Igreja e por aí a fora. Isso são minudências. E há os casamentos com muçulmanos (aliás ideia reiterada nesta entrevista) esta gente ainda m

Manobras de diversão

Longe de questionar a validade do debate sobre a eutanásia e o reconhecimento do direito dos homossexuais ao casamento civil, parece-me que está súbita viragem do PS aos temas mais gratos à esquerda soam a um toque a rebate. Não que não se possam desenvolver de forma concomitante com a intervenção sobre o que, no momento, é uma preocupação geral da sociedade. O que não encaixa é que a relevância mediática dos mesmos e a sua dimensão moral leva a que o debate seja muito mais apaixonado do que racional. O que se digladia está carregado de posições éticas de diferentes abordagens. Como tal, a discussão dos mesmos é um pouco infértil. Basta pois ao Estado reconhecer o direito a quem pensa e age de forma “diferente” e não perdermos mais tempo com isso. Não há razão para um Estado tutelar uma visão única da ética dos seus cidadãos, seja socialista ou democrata-cristão. São coisas de valor diferente e ao Estado cabe garantir a defesa dos Direitos Individuais dos cidadãos, maioritários ou não,

E porque se fala de S. Valentim...

Belzebu de Saia zeca baleiro/1994 se você aguarda ansiosamente que eu ainda te chalere não espere eu não chalero me considero eu não suporto eu não tolero lero vamos deixar em um a zero juro por deus e pelo santíssimo clero que eu não te quero nem pintado de amarelo sua Messalina eu nunca tive vocação pra Nero - só me arrependo do dia em que ofegante no cinema exclamei chérie my love eu te venero! há quanto tempo que eu ouvia esse falatório não se falava outra coisa no escritório o açougueiro o quitandeiro até o boticário e você sempre era o pivô do comentário agora basta mandei acabar com esse palavrório do caldeirão de breu

Admirável mundo novo

Há tempos surgiu uma notícia sobre a descoberta da bioquímica do amor desmistificando este sentimento. Com efeito explica-se que tudo não passa de um mecanismo cerebral de recompensa governado pelo neurotransmissor dopamina - o mesmo que governa dependências como o tabaco, heroína ou cocaína. E pronto, lá se foi o romântico 'não posso viver sem ti', agora passa a soar como 'não consigo deixar de fumar'. Ao que parece, os ingredientes do amor não são olhares de carneiro mal morto ou prosaicos bíceps, mas duas hormonas que actuam sobre o cérebro, no caso feminino a oxitoxina, no masculino a vasopressina. Enfim, uma desilusão! Ainda por cima, a ser assim, esta descoberta tem consequências de longo alcance. Desde logo para os juristas especializados em divórcio. Esqueçam, quando muito poderão accionar médicos ou farmacêuticos por erro nas dosagens prescritas e que podem originar a paixão de um dos cônjuges pelo canalizador ou, quiçá, pelo muro da garagem. Mas não serão apen

Bastava assumir um caso!

Anda meio mundo escandalizado com o Vaticano por causa das declarações do Bispo R. Williamson sobre o Holocausto ou a ausência do mesmo. Entre o terror nazi e o ateísmo comunista, a igreja sempre preferiu o primeiro. A Igreja ao longo dos séculos deu cobertura à antipatia contra os judeus. O que me choca verdadeiramente é a preocupação do Vaticano na sua “reintegração”, na exigência de reabilitação da imagem e das palavras como se, ao pronuncia-las, o homem deixasse de crer no que disse e no que provavelmente manter-se-á a pensar. Negar o Holocausto (ao que parece o senhor contesta a utilização das câmaras de gás e os campos de extermínio – eram centros de detenção – não percebi, daquilo que pude ler e ver se ele acha que foram 3, 3.000 ou 3 milhões os chacinados) até é coisa pouca. Para um homem da religião, o simples facto de um judeu -um único que seja- ter sido preso, humilhado e morto por razões que ultrapassam a compreensão de qualquer pessoa independentemente da sua cultura, for