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Mostrando postagens de março, 2009

As três etapas da diplomacia com o Irão

Obama, no seu tecnológico estilo, deixou uma mensagem de aproximação ao Irão. Uma mensagem culturalmente capaz, inteligente, de reconhecimento da relevância cultural do país (e por inferência do mundo árabe) sem deixar de dar a entender que não abdicava das posições e crenças do seu país. Para quem estava habituado ao estilo Bush (ou seja, a ausência de estilo) é um progresso assinalável. No entanto, como já o tinha referido em posts anteriores, o processo de normalização das relações americanas depende mais dos actos do que de palavras. Historicamente, o Irão tem todas as razões para desconfiar do Ocidente e dos americanos em particular. O Imperialismo emergente do pós-guerra e o tão necessário petróleo ditaram uma politica de subversão ao regime iraniano desde a queda de Mohammad Reza Pahlavi. Tentaram usar uma estratégia semelhante ao processo saudita – onde bastou seduzir e corromper uma família que impõe com mão de ferro um regime cruel acolitado num sistema quase feudal de depend

Um contributo para a reflexão

Aproximam-se as eleições (várias) e é chegada a altura do eleitorado reflectir sobre os seus líderes, os seus desempenhos e as expectativas com que encaramos o futuro. A resposta afectiva, a simbologia ideológica e as nossas crenças devem ficar de fora nas próximas eleições. A escolha que fizermos será de um Governo e Câmara para atravessar os tempos conturbados de crise. Duvide-se das loas de esperança que serão lançadas: não haverá motivos para alegrias nos próximos 5 anos, pelo menos. E o risco efectivo de ruptura do país não deve ser encarado como algo distante. Estamos mais perto disso do que pensamos. E por isso, as pessoas não devem estar caladas, encolher-se de medo ou não contestar e questionar; não devem fugir das suas responsabilidades nem negligenciar as responsabilidades alheias. O que proponho é uma brincadeira séria: a obsessão pelos processos avaliativos da Função Pública (que, diga-se de passagem, tem todo o sentido) e a incapacidade desta ser verdadeira por uma multip

A verdade em licitação

Cuido que será melhor os processos por corrupção, tráfico de influências, má gestão e outros deixarem de ser tratados em Tribunal. Acho que o sistema de leilão, para além das vantagens óbvias (é publico, qualquer um pode licitar, resolve-se no mesmo dia em que é apresentado, etc.) coloca a verdade - ou a forma como é tratada - no seu verdadeiro lugar: uma coisa transacionável, cujo preço pode oscilar em função da carteira dos interessados e que, como se sabe, é sempre reciclável e adaptada às melhores conveniências.

Visão estratégica

Citando Manuel Pinho: "Portugal é um país competitivo em termos de custos salariais. Os custos salariais são mais baixos do que a média dos países da União Europeia e a pressão para a sua subida é muito menor do que nos países do alargamento". JN, 01-Fev. -2007 Das duas uma: ou Manuel Pinho já previa a crise financeira e o efeito acumulado do novo Código do Trabalho, ou pensava que a China viria investir num país que tem a população – vá lá – de uma cidade média chinesa. A China, para recuperar a sua economia, virar-se-á para o mercado interno que lhe será quase suficiente para manter um crescimento menor mas efectivo. De facto a crise é um mundo de oportunidades! Permite às empresas “livrarem-se” dos absurdos salários mínimos que pagam com a prática de lay off e despedimentos colectivos, fechando as “piquenas e médias empresas” (agora tão amadas e permanentemente referidas em mil discursos que recentemente descobriram o que elas representam), declarar falências e retirar os