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Mostrando postagens de outubro, 2009

Uma estratégia única para Iraque, Paquistão e Afeganistão

5.Um novo Modelo O ponto de partida para realizar uma intervenção bem sucedida no Médio Oriente passa pelo problema Israelo-Palestiniano. Esta condição de base, onde a América “patina” a vários anos tem de ser resolvida de uma forma equilibrada, o que passa necessariamente pelo regresso de Israel às fronteiras legalmente reconhecidas e o fim dos colonatos. Difícil? Comparado com o gasto militar, as perdas humanas e a manutenção do terrorismo parece-me um preço de saldo. Obviamente os lóbis judaicos no mundo e o próprio estado de Israel venderão caro qualquer intervenção justa na área e é nesse terreno que os Estados Unidos terão de ser intransigentes. Num primeiro olhar, alguns duvidarão da influência que a resolução do problema Palestiniano terá nos conflitos próximos e no terrorismo. Aparentemente, a Al-Qaeda e o extremismo islâmico funcionam de uma forma inabalável na destruição do Ocidente. É verdade. Mas os seus financiadores não. Uma vez estabelecido o princípio da justiça inter

Uma estratégia única para Iraque, Paquistão e Afeganistão

4. Modelo e princípio A administração americana sempre quis consolidar as suas posições na região. Com a queda do regime soviético que provocou a extinção do “policiamento” da zona, os Estados Unidos percebeu (e havia informação nesse sentido) que a região não poderia ser deixada ao livre arbítrio. Fruto da má experiência com o Irão (regime que não conseguiu controlar), os anos 80 trouxeram a certeza de que a zona deveria ser vigiada. Na primeira fase, ainda com a União Soviética envolvida, a Inteligência Militar americana achou por bem ter aliados na zona, crendo que o modelo aplicado na América Latina poderia ser desenvolvido da mesma forma. Arregimentou, armou e preparou apoiantes na zona, como Saddan e Bin Laden, para citar os mais mediáticos. Enquanto a América se limitou a arma-los, ignorando interesses de longo prazo, não se incomodou com a crueldade de ambos. Mesmo quando Saddan invadiu o Kuwait numa guerra combinada para aumentar os preços do petróleo, sob a promessa de que o

Uma estratégia única para Iraque, Paquistão e Afeganistão

3. O Paquistão representa, do meu ponto de vista, o maior perigo nuclear da zona. A instabilidade política e o nuclear são coisas a todos os níveis indesejáveis. Tal como os anteriores países, o Paquistão possui diferentes etnias e tribos que se confundem em ambos os lados da fronteira. É através do Paquistão que o terrorismo progride, muito mais do que por via do Afeganistão. E porque as relações de poder são fluidas, complexas e radicadas em assuntos de clã, a corrupção e os negócios pouco claros atravessam a sociedade em todas as direcções. Ministérios apoiam grupos terroristas, outros a troco de fidelidade ganham espaço no tráfico de armas e heroína, outros facturam percentagem nos raptos e homicídios. E em meio a este incontrolável turbilhão suspenso de uma forma precária, mantém meios de dissuasão nuclear. Esta tolerância americana com um país caótico em que cada Ministério é um Estado, em que as Forças Armadas estão minadas pela presença do extremismo islâmico, em que a sobr

Uma estratégia única para Iraque, Paquistão e Afeganistão

2.O prolongamento da guerra do Iraque ao Afeganistão tem a ver com a oportunidade logística da fixação mas visa um objectivo diferente da primeira: trata-se de criar uma plataforma fronteiriça estável à volta do Irão, gerando condições para uma menor circulação de armas, combatentes e droga, assegurando igualmente a estabilidade da exploração petrolífera e reduzindo a influência dos Taliban na região. Novamente, a estratégia militar elimina 1000 talibans e cria outros 10000. Porque? Porque os Ocidentais não compreendem que um povo que já foi invadido tantas vezes e outras tantas mandaram os inimigos embora tem algo de especial.Combater no Afeganistão representa combater famílias; o inimigo e o pacato civil estão na mesma casa, na mesma rua a guerra é um prolongamento do quotidiano. O sofrimento de milhares de anos dotou-o de uma característica singular que os leva a preferir que o inimigo esteja no seu terreno para melhor os derrotar com as suas armas: logística problemática, orografia

Uma estratégia única para Iraque, Paquistão e Afeganistão

Após assistirmos nestes últimos dias a mais um acrescento no número de mortes no Afeganistão, Iraque e Paquistão a somar a tantos outros, voltamos a reflectir sobre uma guerra que não faz sentido na sua essência. Estados Unidos 1.Os Estados Unidos invadiram o Iraque por ganância apenas. A luta contra o terrorismo foi uma invenção macabra cujos argumentos alicerçados no 11 de Setembro ainda estão por averiguar verdadeiramente. Depois de bombardear e invadir o Iraque, concluiu-se que a política de ocupação e controle do território era impraticável do ponto de vista económico, logístico e militar. Surge então a necessidade de “devolver o Iraque aos iraquianos”, mediante a fabricação de uma Democracia de valores incertos que não resolve o verdadeiro problema: 5 etnias e 74 tribos. Este condicionamento sociológico, que leva a fragilidade de alianças e lógicas ocidentais, foi construído durante séculos, entre invasões, ocupações, alianças e traições. Esta arrogância ocidental que faz supor

Estadão:de como o passado quer estar sempre presente

Não é o meu jornal favorito. O que não tem nada a ver com a defesa que se impõem de um orgão de informação ser livre para investigar e informar sobre este ou qualquer outro assunto. De tudo o que pude ler, não me parece que o jornal tenha excedido qualquer das suas funções de informação, a linguagem utilizada tem sido limpa e não insultuosa (insultuoso é o facto em si!) e não vejo onde possam ter tropeçado no segredo de Justiça. O aprofundamento da notícia, que tantos outros jornais apresentaram, incomoda? Pois deve incomodar, o que não quer dizer que não seja um direito e um dever para com o leitor dar informação. A liberdade tem custos, provoca danos e perturba a "normalidade" instalada. É o preço a pagar por um direito fundamental, aquele que alicerça os restantes. Quem está mal nesta fotografia é a Justiça, por ser lenta, colada ao poder e incoerente nos processos. Não é este o Brasil com futuro, este é o passado que não deve ser esquecido ou ignorado mas nunca reciclado.

Onde é que os media querem chegar

Espantosamente, estas últimas semanas fizeram a ressurreição da “silly season” no panorama da imprensa, uma espécie de perpetuação do gelado sobre a castanha. Por hábito não comento estes assuntos, mas o facto de terem ocorrido em cascata e acabarem com uma relevância desproporcionada à sua dimensão, leva a uma outra preocupação: a da morte do jornalismo e o aparecimento da “imprensa-flash”. A transformação da notícia num concurso televisivo, num evento súbito e dramático ou no levantamento de polémicas ocas, aproximando o entretimento da notícia, afastando a realidade da ficção, a identidade do anonimato. Esta representação virtual dos factos e não-factos, da encenação da problemática tem um objectivo: tornar interessante o entediante e comprometer ideologicamente o público por uma vertente emocional e não racional. As razões são muitas e variadas. E profundas. Com o fim do jornal da TVI abriu-se uma cratera na dimensão do entretimento que outros agora tentam preencher. Os três casos

Obama e o Nobel

A polémica à volta do Premio Nobel de Obama tem sido examinada à luz do mérito de atribui-lo a quem não tem obra feita, de prestigiar quem ainda nada atingiu. São argumentos razoáveis mas falsamente utilizados por pessoas das áreas mais conservadoras da sociedade global e reproduzidos com alguma acidez pelos sectores mais radicais. Se de facto Obama não currículo para esta prematura atribuição, não é menos verdade que o seu discurso, apelo e propósitos representam mais do que foi feito pelo governo norte-americano durante os últimos 40 anos. E o impacto produzido pela sua eleição, postura e investimento centrado na preocupação humana, no igualitarismo e na justiça calaram fundo não apenas na América. Obama é o líder que todo o europeu gostaria de ter e que trocaria de bom grado pelos Sarkosys e Berlusconis, para falar apenas nos mais óbvios. O que Obama fez e tornou visível é a possibilidade de “purificação” política à luz do interesse humano, um impacto semelhante a um Leonardo da Vin

Fariba Pajooh

Irão: Tradutora do "El Mundo" detida há 52 dias Ajudem uma blogger como nós. Aqui vai o endereço: Embaixada da República Islâmica do Irão Rua alto do Duque, 49 1400-009 Lisboa Tel: 213 041 850 Fax: 213 010 777

Nu e cru

Dramaticamente, a auto intitulada 2ª maior cidade do país corresponde ao 4º maior Concelho. Trata-se de uma cidade pequena em termos europeus e está a uma distância abismal de Lisboa. A importância do Porto no contexto nacional está em perda desde meados dos anos 80 e a tendência será recuar ainda mais. Com o crescimento da sociedade dos serviços, a especialização, a relevância do trabalho intelectual tornou-se evidente a fragilidade de uma cidade em que prevalecia a industria, o pequeno comércio, estruturado em baixos salários, baixa especialização e na emergência de uma falsa cultura burguesa que confundia empreendimento com oportunismo. Enquanto a bandeira do Norte trabalhador se agitou, brandindo a diferenciação, sustentada por uma comunicação social própria, uma elite cultural “diferente” e protagonista e num clube que sistematizava o orgulho, foi possível esconder a evidência de um mundo em perda. A globalização levou a que a defesa do país fortificasse a economia na capital e à

O compromisso

De como um governo minoritário deve consolidar um compromisso nacional para atacar os verdadeiros problemas nacionais Espero ansiosamente que a configuração politica nascida das últimas eleições permita uma seria discussão sobre o que verdadeiramente está em causa no país e que se gere um entendimento razoável sobre o que é essencial fazer. Existem 4 problemas fundamentais na sociedade portuguesa cujo combate é essencial para nos libertarmos deste vórtex que nos empurra cada vez mais para o fundo negro. Pobreza: Mantemo-nos com 20% de pobres, segundo os estudos nacionais que calculam a pobreza numa base estritamente económica. Ninguém no seu juízo perfeito acredita que um OMN mantenha uma família de 4 pessoas sem que isso represente sacrifícios e omissões humanas que conduzem a manutenção circular da pobreza, dependência e criminalidade. ´ Se calcularmos outras componentes associadas e não contabilizadas, este valor deverá subir para metade. Mais do que reforçar rendimentos individuali

Rio 2016: Obrigado

Não consigo esconder o orgulho, a emoção e alegria pela primeira Olimpíada de língua portuguesa. Será no Rio, uma cidade emblemática a todos os níveis, mesmo para os portugueses. É um prémio merecido a um povo que não se entregou nos piores momentos, que viveu a ditadura gozando com a sempre fraca inteligência da mesma, que tem um jeito específico de viver e que deve ser absorvido por outros povos. Espero um estrondoso sucesso e que saibam conter as burlas e especulações que habitualmente povoam os grandes projectos e dêem um lição ao mundo sobre o lugar que o Brasil merece neste século. E que faça um uso ajuizado da sua influência, com humildade, serenidade e bom senso. Espero aí estar para ver!

Rui Rio não é cómico. O que não quer dizer que não possa ser clown.

Rui Rio apresentou-se ontem no programa dos “Gatos”, referência nacional por ser o único programa de entrevista política sério, embora não pareça. Sendo o apresentador e toda a sua entourage de Lisboa, naturalmente as questões circundaram aquilo que ouvem e pensam que sabem sobre o Porto. Um etnocentrismo natural a que ninguém dá verdadeiro valor porque quem vive na capital é assim relativamente ao resto do país. Ao longo da entrevista, os incontornáveis temas da relação com o FC Porto, os Bairros, as obras e a cultura lá apareceram, com Rui Rio a tentar fazer graça com aquilo que entende como “oposição”. Evidentemente não teve qualquer piada porque Rui Rio não é cómico. Nem engraçado. Não é folclórico como Alberto João Jardim, pessoa de quem está próxima na sua contestação a tudo o que cheire a livre arbítrio, separação dos poderes e intromissão da Comunicação Social. Aliás a entrevista mostra que Rui Rio é uma pessoa de PH neutro, ou seja, insonso, apesar da azia que demonstra sempr

O Mistério de Belém

Certo de que será mais um assunto debatido e explorado à exaustão e do qual – como sempre – não haverá consequências e que se transformará num não-assunto depois das Autárquicas, o Mistério de Belém incomodará apenas os que estimam a responsabilidade necessária da Democracia e da imprensa. O obscuro discurso do Presidente serviu para acicatar os espíritos que gostam do carácter místico do assunto e que dele se vão servir para manter a tensão política inútil. Assim, enquanto modesto cidadão, gostaria de obter uma resposta mais chã e terrena a cinco questões de resposta fechada e uma de resposta aberta: O Presidente mandou o seu assessor disseminar uma notícia ? Sim ou Não O Presidente detectou objectivamente qualquer vestígio efectivo de escuta/vigilância/comprometimento dos seus sistemas de informação? Sim ou Não O Presidente, utilizando os meios de que dispõe, realizou alguma iniciativa de verificação das suas suspeitas, admitindo que as mesmas datam de Abril do ano passado? Sim ou Nã