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Mostrando postagens de fevereiro, 2010

Quando for velho vou continuar a ser velho - Um grupo de bitaites reflexivos sobre o aumento da idade da reforma

I Um cidadão (porque todos o somos) de 18 anos assalta à mão armada um banco. Mata um dos reféns e é capturado após ousada perseguição policial. Depois da sentença, apanha 25 anos (se for iniludível que o disparo não foi acidental, que o carro que roubou na fuga tinha problemas de travões. Se tivermos estes desideratos poderá ficar-se pelos 15/20 anos de pena). Ao fim de 20 retoma a liberdade com 38 anos. Pode reiniciar este excitante vida ou seguir outro caminho. Um jovem de 18 anos inicia a sua vida activa e se tiver sorte quando chega aos 67 anos, tendo cumprido 49 anos de vida entre baixos rendimentos, incoerência gestionária, falta de reconhecimento e chatices várias chega à conclusão que devia ter conhecido o primeiro exemplo. II Gostava de me reformar em vida, apto mentalmente e sem grandes mazelas físicas. Aceito a idade e a falência de algum vigor, não tenho problemas nem com a idade nem com a morte. Gostava de dedicar o meu tempo (sim, porque é o tempo e não o dinheiro que

O Constancionismo

Vítor Constâncio é um pensador que atravessa a vida de espanto em espanto. Mais do que qualquer Governo, Ministro da Economia ou entidade reguladora do que seja, teve informação privilegiada, meios de averiguação, detecção e controle da banca e contas públicas; teve acesso à informação visceral de Governos e Ministros e proximidade com os seus pares europeus. Com todo este manancial de informação está-se mesmo a ver que a única coisa que se produziria no filósofo seria…o espanto Apenas aquele momento de vácuo, de suspensão inerte no éter, em que deslocamos o nosso ser para o exterior e observamos intrigados o que se está a passar. O problema é que o seu espanto já dura uns aninhos e não sai mesmo disso, de um impasse entre a acção e a reacção. Coagido pela Comunicação Social a sair da sua letargia esclarecida, produz afirmações (que só se verificam porque o processo de espanto mantém-se!) dignas de rótulo de embalagem de produto congelado. Como que a despachar os jornalistas, vai ao f

Estado de Endireita

No final dos 60, as entorses e os problemas musculares não tinham tratamentos sofisticados e orientalizados. As pessoas iam ao endireita, personagem meio bruxa, meio sábio que curava as mazelas com movimentos calculados e precisos que doíam à brava mas resultavam. Deitávamo-nos numa marquesa, após horas de espera na sala abafada da sua casa particular e aguardávamos que as suas mãos santas palpassem o problema. Identificada a mazela, o endireita assumia o seu ar proficiente, recuava para uma divisão remota da casa de onde trazia ungüentos (assim mesmo com esta grafia) que colocava próximo da nossa dor. Depois, num gesto súbito e irredutível, torcia, puxava ou contraía, conforme o caso, e o musculo ou osso voltavam ao seu lugar habitual, abandonando o seu percurso transviado. Era o momento da dor, aguda e intensa, em que imaginávamos o fim do mundo que nos prometiam na Igreja. O suor frio e o enjoo tomavam conta de nós pelos segundos seguintes que representavam as horas de dor. Ponderá

Democracia à la carte

Democracy web publica anualmente um relatório sobre o estado da democracia no mundo. É facil de consultar, graficamente é simples embora por vezes pareça redutor, como todas as avaliações de grande envergadura. No entanto, é um bom ponto de análise para ver o que estamos atrasados (e em perda). Também fala no estado da imprensa mas não refere o papel dos monopólios económicos nos meios de comunicação, na concentração de propriedade e na fragilização do papel do jornalismo como forma de controle. Sendo um fenómeno eminentemente Ocidental poderiam por umas palavrinhas sobre o assunto... http://www.democracyweb.org/new-map/