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Mostrando postagens de junho, 2010

O Estado – Preguiçoso

Quando escrevi sobre “ Os cinco cenários da economia mundial após a crise dos mercados ” apontava para um conjunto de circunstâncias que envolveria a resposta ou não resposta dos Estados à crise e presumia sempre um Estado activo na construção política. Com boas ou más decisões, o modelo tinha por ponto de partida um Estado pró-activo ou reactivo, capaz de encetar medidas comuns à escala mundial e regional mesmo que em tempos diferentes ou isoladas. No pior cenário a construção assumia um modelo de execuções dispersas. Não contei com o cenário da inacção dos Estados, mea culpa . Assumi sempre que a política poderia jogar um papel de relevo, mesmo que encetando acções inequivocamente favoráveis a manutenção de um sistema morto. A inacção dos Estados (do Estado português em particular) corresponde não a uma surpresa mas sim a uma preocupação efectiva. Em primeiro lugar porque o modelo de recuperação assenta na evidência da sua falta de envolvimento na estrutura do país. O Estado portu

Os feriados do gozo

Geralmente não comento estes “enchidos” que apenas servem para desviar a atenção do essencial, mas como este é divertido, não resisti. Este assunto (é assunto?) parte de 3 premissas: 1- A relação entre a produtividade e as “pontes”; 2- O excesso de feriados nacionais e a produtividade; 3- A presunção de que uma regulação desta natureza promove a produtividade. Como a produtividade é a palavra-chave deste raciocínio, vamo analisar o tema. A dita cuja produtividade está relacionada com três coisas essenciais: conhecimento, meios e organização. Um trabalhador bem formado na área de desempenho que ocupa (englobando nesta formação o civismo, a responsabilidade e a preocupação com o bem comum), apetrechado com os meios e ferramentas necessárias ao desempenho do lugar que ocupa e inserido numa estrutura coerente e organizada é produtivo. As perdas de produtividade provocadas por inadequação nos três factores pode redundar em valores variáveis, até a ausência total de resu

O professor e o seu delfim

“Cada vez queremos ter mais direitos, o que reproduz um estado de espírito que olha para a realidade com uma visão unidimensional centrada nos direitos, escamoteando a sua contrapartida, ou seja, as obrigações. O presente e o futuro próximo estão e vão condicionar radicalmente esta perspectiva". Ângelo Correia, "Correio da Manhã", 15-06-2010 Alvitrando a sua chegada ideológica ao poder por via do seu delfim – situação deveras preocupante – Ângelo Correia já tem direito a expressões de destaque na imprensa. Esta frase (não é bem um sound bite) explica muito de um pensamento liberal – primitivo. Os direitos, se existem, são uma chatice. Esquece porventura que o fato de existirem direitos no papel não significa que o Estado ou os Cidadãos assegurem-no ou exerçam de pleno direito. A Greve, embora seja um direito de todos apenas é utilizada pela Função Pública e não por outros trabalhadores pelas razões que se conhecem. Não é pois um direito: é uma possibilidade remota.