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Mostrando postagens de outubro, 2010

A dança continua

Nos filmes de terror, o desenvolvimento da inquietação e medo deve ser mantido sempre num ponto de tensão médio entre abruptos paroxismos de violência, até o momento de voltar a uma linha de conforto (onde julgamos que acabou o medo). Subitamente, irrompe por este momento relaxado a mais brutal, angustiante e repelente cena com que abraçamos o final. Final esse que pode significar que tudo que está a volta ficou feito em pó, mas “eu safei-me” para contar. Quando muito “nós safamo-nos” – eu e a miúda gira. Mais nada. Quem acredita no dramatismo do resultado das negociações e neste “wrestling” montado pelos partidos, comunicação social e diversos parceiros sociais, ainda não percebeu que a encenação está montada. Tal como em Hollywood, os efeitos especiais servem para esconder a pobreza do enredo das fitas, esta negociação tem contornos óbvios de George Romero: aterrorizar para melhor aceitar. Demonizado o Orçamento na pessoa dos seus mandantes, vagueando no medo da intervenção do FMI, d

A importância do leite achocolatado na economia portuguesa

1 Estive caladinho este tempo todo, à espera. Não fazia muito sentido falar. O PSD, perante as notícias que cirurgicamente o PS punha a circular sobre o orçamento em doses diárias, sobre impostos, cortes, etc. ia reagindo com um “assim não brinco!” A ideia de que o PSD não deixará passar o orçamento é tão absurda como esperar que o orçamento funcione. Vai propor alterações, cortes e coisas simpáticas com as quais o Governo fará as transigências simbólicas, passando a imagem de quem negoceia, mas o essencial já está combinado. 2 Se dúvidas restassem sobre a aprovação, estas desvaneceram-se quando a comitiva bancária foi visitar Passos Coelho. Disseram-lhe para se deixar de “fitas” senão tinham de “pagar-lhe” um acidente algures num avião qualquer. E Passos calou-se finalmente. Falará no Parlamento. 3 Ninguém com um mínimo de seriedade esperava um orçamento fácil. Mas os PAC’s são a continuidade preguiçosa uns dos outros: taxam o rendimento. A poupança é um exercício de esforço, de per