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Mostrando postagens de abril, 2013

A nova moeda

Presumindo a saída do Euro, não gostaria de regressar ao Escudo. Teve o seu tempo de heroísmo pátrio. Não é uma nomenclatura monetária do Séc. XXI. Morabitinos era bonito e impronunciável no Norte da Europa mas está muito datado e foi criado na inveja da moeda muçulmana. O Real já tem dono e é uma versão filosófico-republicana (Real de realidade e não de realeza). Precisamos de algo com carater de resistência histórica como o Condestável (1 Condestável = 10 Aristides = 100 Viriatos) ou mais modernaço como o Mourinho (1 Mourinho= 10 Ronaldos=100 Nanis). Também gostaria de um elogio a Arte como o Pessoa (1 Pessoa= 10 Camões=100 Saramagos). No caso de cada zona do país poder ter a sua moeda, Cascais teria a Plástica ( 1 Mamoplastia = 10 Rinoplastia= 100 peelings) ou a moeda para os meios políticos de seu nome TACHO (1 EDP=10 GALP=100 BRISA). Seria bom começarmos a ponderar.

Um país governado por comentadores de televisão

15. Numa arrumação (quase) aleatória dos comentadores numa estrutura de governo ficaríamos com um supergoverno do centrão . Este pessoal que sabe tudo desde que virou comentador e que andou a marulhar e fintar o destino quando esteve na cátedra daria um governo de grande espetacularidade mediática. Basta dizer que as televisões ofereceriam o triplo do que costumam oferecer aos clubes de futebol pela transmissão direta do Conselho de Ministros! Não se deixem turvar pela diferenciação ideológica. Isto teve o seu tempo, o que interessa são os equilíbrios dinâmicos que a pluralidade opinativa permitiria. Senão vejamos: Primeiro-Ministro : José Sócrates Ministro da Economia : Francisco Louçã Ministro das Finanças : Manuela Ferreira Leite Este “core” de largo espectro permitiria uma panóplia de soluções para o país como nunca a democracia experienciou. A ratice de Sócrates, o retroativismo de Manuela e o avant gardismo de Louçã levariam a uma multitude de soluções c

Os perigos do Bloco Central

13. Imaginem que havia eleições em Julho e que apenas votavam os obsessivos compulsivos e os que beneficiam de tachos temporários ou vitalícios. Dos 8 milhões de eleitores votavam 2/3 milhões e elegiam PS e PSD empatados tecnicamente. Teríamos o governo centrão com Passos e Seguro. Por isso, sou dos que defende a continuação do mandato deste governo até o fim! Resta-nos confiar que o tempo e a divina providência  evitem uma revisão constitucional.

Um cenário eleitoral sem atores

12. Se a política deixou de ser um assunto sério, povoado por atores de comicidade duvidosa porque temos de assistir a esta antropofagia tribal que nada acrescenta ou resolve? Se deixou de ser o cerne da vida pública para passar a entretimento, porque nenhum deles sabe cantar, dançar ou ser pelo menos interessante? Se a política de hoje faz um apelo hedonista, porque não há políticos bonitos, com corpos prontos para o strip (Merkel não conta!) e ares sensuais? Não poderiam ao menos andar bem vestidos e de cabelo arranjado? Uma eleição com os atuais protagonistas que temos não augura nada de bom para a Democracia. E se pensarmos no risco que representa um processo eleitoral em Julho…

A saída do Euro: verdades e consequências. Quem cai verdadeiramente no poço?

11. Lembro com saudades das tardes do Liceu sem aulas, sentados na relva a jogar verdade e consequência. Evitávamos a verdade como forma de alcançar um maior bem no risco de uma estrondosa vergonha ou a glória da conquista, do beijo roubado ou da conversa cheia de promessas. Às vezes, algo mais. O eletrizante momento em que somos chamados a cair no poço e suportar a quantificação do fundo aleatório da consequência e descobrir o prazer ou a desilusão representam a inesquecível lição: somos felizes quando o desejo é mais forte que o medo. Do mesmo modo, sair do Euro implica o mesmo sentimento. É um mergulho de olhos fechados. Podemos embater contra o fundo, cambalear e levar anos a sair do poço. Sentiremos todas as dores deste percurso difícil. Mas poderemos extrair vantagens únicas. Ou poderá ser o reencontro com um EU nacional que esquecemos, a redescoberta da nossa entidade, soterrada pela lama de uma ilusão europeia de uma Europa de que não fazemos parte porque o no

Fim do xadrez político: substituição pelas damas

10. O nível está tão baixo que a expressão que designa o taticismo político tem de ser substituída. No xadrez, as peças ocupam o lugar do adversário; nas damas, comem-nas. No xadrez, as peças tem funções diferenciadas mas mesmo um peão pode transformar-se em rainha. Nas damas todos são indiferenciados e só ficam importantes quando uma peça se poem em cima da outra. No xadrez, o objetivo é cercar o rei adversário, incapacitando-o de se movimentar. Nas damas ganha quem acabar com o adversário. O xadrez político passou a ser um jogo de sobrevivência para gente pouco inteligente.

A ameaça como arma de aborrecimento

9. Estamos sob aviso laranja no que diz respeito a garantias sociais e apoios. A vingança prepara-se e será servida em geleira de plástico dada a contenção. Será isso e um segundo resgate destinado exclusivamente a viabilizar o “expurgo” dos trabalhadores da Função Pública até Dezembro. Com as medidas que vai implementar poderemos ter a certeza de uma coisa: O Estado não criará nenhum emprego e afundará o país de tal forma que poderemos, em 2015 estar às portas de uma guerra civil.

O bom aluno aprende o que o professor ensina. O aluno inteligente persegue os seus objetivos. O aluno estúpido tenta mostrar que faz muito mais do que o que se lhe exige

8. Esta é a verdadeira história do PSD depois da morte de Sá Carneiro Não é possível que um partido liberal não tenha um mínimo sentido patriótico. É totalmente contra os cânones conservadores e liberais. Afinal, que partido é esse que nem ideologia, pragmatismo ou realismo tem? Parece um encontro de petulantes licenciados (ou quase…) que sofrem da Desordem dos Franceses Saltitantes do Maine .

Os mercados papões

7. Há para aqui uma ilusão perene em relação ao papel dos mercados. Os atuais contadores de histórias falam dos mercados como seres horríveis, papões que nos deglutirão vivos se cometermos o ingénuo pecado de recusar a imposição de um acordo que não conseguimos cumprir ou mesmo de achar que não queremos cumpri-lo de todo! Vou contar-vos um segredo: os papões tem mais medo que nos recusemos a cumprir o acordo do que nós. Primeiro porque o incumprimento cria condições para um encadeamento de efeitos que poderão implodir a Europa. Se a recusa de cumprir de um país for acompanhada de outro e mais outro e outro ainda e se todos recusarem o Euro, assumindo a nossa bastardia geográfica (Grécia, Espanha e Portugal passam a categoria de Estados mediterrânicos pré-africanos) e nos virarmos para os Estados do Norte de África, perspetivando um eixo de cooperação mediterrânica onde nós entramos com a tecnologia e qualificação e eles com os recursos energéticos e mineiros numa base de

O misterioso mundo da poupança pública

6. Cansados de taxar o indígena nacional, seja ele pobre ou rico, manda o bom senso que o Orçamento olhe para a despesa pública. Receio no entanto que caminhemos para mais desemprego, recuo nas áreas sociais e manutenção das verdadeiras “gorduras”, onde ninguém tem os testículos necessários para intervir. Não vou repetir que um corte a direito nas PPP’s, nas benesses públicas a negócios privados e a moralização da Administração do Estado (entenda-se Governo e regalias do séquito adulante que envolve o governo) não são suficientes para a regularização das contas públicas, embora seja um enorme passo. Reconheço que o fim de remunerações acessórias, subsídios de vária ordem e ajudas incoerentes com os rendimentos recebidos também seriam um pequeno empurrão mas muito meritório. Admito que a Função Pública tem gente a mais. Sobretudo na faixa mal remunerada e na muito bem remunerada (Gestores) e que deveria ser desbastada ao arrepio do muito que se opõem os sindicatos e os

Teoria da conspiração

5. As medidas anti-constitucionais e o chumbo do TC e foram um plano para cumprir a agenda da Troika relativamente as politicas sociais do Estado (menos no domínio da contratação publica a privados que nisso não se pode tocar!). O objetivo é que o cidadão comum reflita que, se o Estado não garante as funções sociais e protege o povo como um todo, mais vale deixar de existir porque, como já  não temos política externa, moeda ou independência económica, leis autónomas da comunidade e tudo o mais são fatores de normalização e padronização do fascismo europeu, para que diabo é preciso um engravatado que seja em Belém, em S.Bento ou noutro lado qualquer? Portugal é hoje uma pequena aldeia alemã. Não sabiam?

Responsabilidade geral da nação

4. Concordo com Passos. A responsabilidade é de todos. Aliás é a única coisa em que concordo com ele e até já concordava antes dele. Há mais de 10 anos que ele concorda comigo. Quem elege esta gente somos nós! Quem poem os partidos do “arco da governação” (frase que me deixa feliz por recordar os santos populares, as marchas, as sardinhas e imagina-los todos, em saiotes e tamancos, descalços e alcoolizados, desfilando nas ruas empedradas das cidades, entre foguetes e música meta-popular) somos nós. Só nós é que somos responsáveis por não exigir mecanismos mais criteriosos de controlo e responsabilização destes andores de pau oco.

As movimentações inertes e o imobilismo

3. A Múmia de Belém recebeu um Passos fora de horas. De chinelos e robe na sala rosa, depois de ouvir a diatribe amuada pela censura e traição até dos seus no orgão quase independente de soberania e o pedido de conselho sobre o que fazer, agora que estamos lixados, o oráculo deu-lhe a seguinte resposta: “Desenrasca-te, filho! Não vou ser eu a formar governo agora que tudo o que inventaste só deu asneira! Eu só quero ir para a minha casinha no Algarve no final do mandato, jogar à sueca no banco de jardim! Não! Não é esse banco nem esse jardim! Olha eu para a semana vou a uma fábrica de tartes. Se quiseres vir comigo, aconselho as de marisco, são mesmo boas. E vou ver se ainda tenho tempo de ir aquela fábrica dos ovos estrelados sem óleo e que são empacotados, mas é para trazer para o meu genro. Sabe, eu tenho colasterol e os portugueses conhecem-me!”

Temos mesmo de louvar o Tribunal Constitucional?

2. Tem razão Passos em ficar chateado. O ano passado, o “truque” combinado com a múmia de Belém levou a que o TC fizesse vista grossa à inconstitucionalidade de uma norma do Orçamento. Qual árbitro que tem de marcar penalti à equipa do seu coração, resolve fazer vista grossa e esperar que ninguém na TV tenha visto (todos sabemos que a verdade só existe na televisão…). O TC deixou passar a aberração o ano passado, avisando que da próxima era “tau-tau”! Mas nestas coisas da pedagogia, há que ser coerente: não se pode dar o doce à criança e depois fazer o discurso de que não pode comer antes do jantar. Então, fica o doce ali, a olhar para nós, a derreter, a chamar-nos sibilino e nós nada?! Passos fez o que todo o português faria: estacionou em segunda fila e disse ao polícia que estava só à espera da sogra, coitada que o estorvo já nem consegue andar. Disse que eram 5 minutos e deixou-o lá um ano, aborrecendo tudo e todos. Tentou fazer o mesmo outra vez, mas desta vez

As últimas 72 Horas

1. Vitimologia da governação Ao não conseguir atingir o seu desiderato, Passos Coelho e o seu grupo estabeleceram a margem da culpa: os outros. Como os miúdos que culpam o professor pela má nota, o ávaro empresário que se queixa da improdutividade dos trabalhadores ou o sindicalista que amua por não conseguir o 0,1% que falta, este governo bate o pezinho mediático aos “mal-agradecidos juízes do TC”, ao povo em geral que não compreende o esforço de salvação nacional que “eles” estão a fazer e a incompreensão dos mercados, dos troikos e do deus alemão que nem imaginam como é difícil governar Portugal! Resta-lhes partir para o silêncio da montanha, para o esquecimento e meditação monástica, para longe dos mortais. E se o seu ascetismo permitir a graça de uma revelação, voltem daqui a dois anos, encarnados em comentadores políticos!