Há tempos foi noticiado em todos os telejornais o caso da funcionária de uma Junta de Freguesia que, apesar de incapacitada, foi declarada apta por uma junta médica e teria de se apresentar ao serviço, o Ministro das Finanças interveio solicitando nova junta médica, mas o resultado foi o mesmo, e os paisanos uniram-se na desaprovação, porque era desumano. Os imparciais jornalistas deram a versão objectiva dos factos e da indignação, descobriram-se as juntas médicas e a sua infâmia. Os coros soaram tão alto, mas tão alto que, pode dizer-se terão chegado aos céus. É, segundo o Correio da Manhã (aqui), a Ana Maria foi agraciada com um milagre numa ida ao Bom Jesus de Braga e está praticamente boa. Creio que os telejornais terão pecado por laicismo, mas não vi esta milagrosa notícia ter honras de horário nobre, ou outro...
Resumindo tudo e contra a corrente de louvor papal, o ano de 2013 teve como figura principal o conflito e poderia ser retratado por um jovem mascarado a atirar pedras contra a polícia. Nunca como em nenhum outro ano a contenção policial foi necessária perante a ordem de injustiças, desigualdades, nepotismos, etc., etc. etc. Os Estados deixaram de representar os povos, as nações estão a ser desmontadas e os grandes interesses financeiros instalam-se com uma linguagem musculada sobre o mundo, definido as barreiras dos que tem e dos que estão excluídos deste novo mundo que se desenha, ficando ainda umas réstias por eliminar mas que se mantem enquanto necessárias. Neste mundo conturbado onde grandes interesses se disfarçam, de Estado (Rússia, China ou Coreia, por exemplo) e onde o Estado foi substituído por interesses específicos de natureza transnacional (Portugal, Grécia ou Itália) ou aqueles em que o Estado é uma fachada de recurso (EUA) para interesses particulares. A dívida, a crise,...
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