Até há uns dias atrás, sempre estive convencida que, em democracia, à oposição competia apresentar políticas alternativas às políticas do governo, e negociar as situações em que, sendo necessária uma maioria de deputados, a maioria governamental era insuficiente. Afinal não, afinal, segundo a nova líder do PSD, à oposição compete fiscalizar a actividade governativa. Não sei se percebi muito bem tão elevada teoria, e se essa fiscalização colide com a dos Tribunais de Contas e Constitucional, ou se se limita ao acto político de dizer no órgão legislativo que está mal, ou eventualmente que não coincide com o programa político apresentado em eleições pelo partido vencedor. É claro que, pensando bem, e observando um bocadinho do canal Parlamento, conclui-se que alternativas e ideias são bens escassos, se calhar é isso mesmo, a tal da fiscalização, uma espécie de ASAE que fiscalizando actos políticos se limita ao 'tá mal colorindo-o com retórica digna da discussão de café mais inútil, o que faz sentido, afinal o acto político não é sindicável e apresentar alternativas é perigoso, o cábula do lado pode copiar, e os eleitores precisam apenas de informação na altura de votar, e, e.
Resumindo tudo e contra a corrente de louvor papal, o ano de 2013 teve como figura principal o conflito e poderia ser retratado por um jovem mascarado a atirar pedras contra a polícia. Nunca como em nenhum outro ano a contenção policial foi necessária perante a ordem de injustiças, desigualdades, nepotismos, etc., etc. etc. Os Estados deixaram de representar os povos, as nações estão a ser desmontadas e os grandes interesses financeiros instalam-se com uma linguagem musculada sobre o mundo, definido as barreiras dos que tem e dos que estão excluídos deste novo mundo que se desenha, ficando ainda umas réstias por eliminar mas que se mantem enquanto necessárias. Neste mundo conturbado onde grandes interesses se disfarçam, de Estado (Rússia, China ou Coreia, por exemplo) e onde o Estado foi substituído por interesses específicos de natureza transnacional (Portugal, Grécia ou Itália) ou aqueles em que o Estado é uma fachada de recurso (EUA) para interesses particulares. A dívida, a crise,...
Comentários
De resto a referência ao facto de as ideias serem um bem escasso é bem vista. Ainda bem que os carros não andam a ideias senão estavamos mesmo mesmo desgraçados.