Pular para o conteúdo principal

O Mistério de Belém

Certo de que será mais um assunto debatido e explorado à exaustão e do qual – como sempre – não haverá consequências e que se transformará num não-assunto depois das Autárquicas, o Mistério de Belém incomodará apenas os que estimam a responsabilidade necessária da Democracia e da imprensa.

O obscuro discurso do Presidente serviu para acicatar os espíritos que gostam do carácter místico do assunto e que dele se vão servir para manter a tensão política inútil.

Assim, enquanto modesto cidadão, gostaria de obter uma resposta mais chã e terrena a cinco questões de resposta fechada e uma de resposta aberta:

O Presidente mandou o seu assessor disseminar uma notícia ?
Sim ou Não
O Presidente detectou objectivamente qualquer vestígio efectivo de escuta/vigilância/comprometimento dos seus sistemas de informação?
Sim ou Não
O Presidente, utilizando os meios de que dispõe, realizou alguma iniciativa de verificação das suas suspeitas, admitindo que as mesmas datam de Abril do ano passado?
Sim ou Não
A coação referida pelo Presidente e supostamente praticada pelo Governo dizia respeito a um acto de colaboração na elaboração do Programa do PSD, daquilo que se objectiva do seu discurso. Houve ou não colaboração?
Sim ou Não
A referida coação terá ocorrido em Agosto, período de férias do Presidente. Esta coação (admitindo que coação significa obrigar, forçar ou entendida como mal injusto, grave e eminente, utilizado por uma pessoa em face de outra por meio de manobras/maquinações com violência física ou psíquica, a fim de forçar uma declaração de vontade contra a vontade voluntária do coagido) não deveria implicar uma reacção imediata e incisiva do Presidente, uma vez que um Órgão de Soberania nunca pode ser objecto deste tipo de acção?
Sim ou Não

Considerando o cargo que ocupa e em função das respostas às questões anteriores, como avalia a sua permanência no cargo para que foi eleito?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

2013: O que fazer com um ano inútil

Resumindo tudo e contra a corrente de louvor papal, o ano de 2013 teve como figura principal o conflito e poderia ser retratado por um jovem mascarado a atirar pedras contra a polícia. Nunca como em nenhum outro ano a contenção policial foi necessária perante a ordem de injustiças, desigualdades, nepotismos, etc., etc. etc. Os Estados deixaram de representar os povos, as nações estão a ser desmontadas e os grandes interesses financeiros instalam-se com uma linguagem musculada sobre o mundo, definido as barreiras dos que tem e dos que estão excluídos deste novo mundo que se desenha, ficando ainda umas réstias por eliminar mas que se mantem enquanto necessárias. Neste mundo conturbado onde grandes interesses se disfarçam, de Estado (Rússia, China ou Coreia, por exemplo) e onde o Estado foi substituído por interesses específicos de natureza transnacional (Portugal, Grécia ou Itália) ou aqueles em que o Estado é uma fachada de recurso (EUA) para interesses particulares. A dívida, a crise,...

Billy Bragg - Internationale

Há muito para aprender neste mundo!

Balanço e Contas: 2 anos de governação

Ao fim de 2 exaustivos anos de governação importa fazer uma reflexão não sobre os atos do governo mas sim sobre o comportamento da sociedade em geral relativamente ao que se está a passar. Para faze-lo, importa ter presente algumas premissas que a comunicação social e as pessoas em geral insistem em negligenciar e a fingir ignorantemente que não são as traves mestras do comportamento governativo: 1. Este governo não governa para os portugueses nem para os seus eleitores; 2. Este governo não pretende implementar qualquer modelo económico. Pretende apenas criar a rutura necessária à implantação de um; 3. A sua intervenção orienta-se por uma falsa perceção de que a sociedade portuguesa entrou em rutura com o socialismo e as conquistas sociais do 25 de Abril; 4. Para agradar credores e cair no goto do sistema financeiro que irá propiciar empregos futuros a quem for mais bandalho com o seu país, usou o medo para tornar a mudança incontornável, culpando e responsabilizan...