5.Um novo Modelo
O ponto de partida para realizar uma intervenção bem sucedida no Médio Oriente passa pelo problema Israelo-Palestiniano.
Esta condição de base, onde a América “patina” a vários anos tem de ser resolvida de uma forma equilibrada, o que passa necessariamente pelo regresso de Israel às fronteiras legalmente reconhecidas e o fim dos colonatos.
Difícil? Comparado com o gasto militar, as perdas humanas e a manutenção do terrorismo parece-me um preço de saldo.
Obviamente os lóbis judaicos no mundo e o próprio estado de Israel venderão caro qualquer intervenção justa na área e é nesse terreno que os Estados Unidos terão de ser intransigentes.
Num primeiro olhar, alguns duvidarão da influência que a resolução do problema Palestiniano terá nos conflitos próximos e no terrorismo. Aparentemente, a Al-Qaeda e o extremismo islâmico funcionam de uma forma inabalável na destruição do Ocidente. É verdade. Mas os seus financiadores não.
Uma vez estabelecido o princípio da justiça internacional para o povo palestiniano, muita da sustentação do combate cairá por terra. O investimento na destruição será aplicado na reconstrução do Estado Palestiniano, na transformação e modernização e não nos exércitos de mercenários e religiosos.
Este movimento criará igualmente uma nova relação de forças diplomáticas, fazendo recuar a Síria no seu apoio estratégico ao terrorismo, o Irão evitará financiar grupos que poderão voltar-se contra o próprio país, a Arábia Saudita e outros estados árabes não verão como útil manter a pressão, passando a jogar o jogo do desenvolvimento que levará a longo prazo a parcerias estratégicas com o próprio Estado de Israel por via da Palestina (o dinheiro tem sempre a última palavra).
A estabilidade da região e o fim do expansionismo sionista permitirá também aos Estados pró-árabes abrir as suas portas a uma nova estruturação diplomática com enormes benefícios para as populações que deixarão de morrer absurdamente.
Serão pois os próprios estados da região a combater o terrorismo na esperança de reconhecimento internacional, preservação de status quo interno, valorização económica, etc. E esta mudança radical permitiria a América uma poupança incalculável em vidas e erário público.
Claro que não basta a regulação da política israelita e a extinção do conflito para chegar automaticamente à paz. Mas é incontestável a dimensão do passo.
Resolvido o problema chave e criadas as condições de partida para o relacionamento político e diplomático, falta apenas saber como poderá o Ocidente apoiar a resolução das dissensões domésticas de cada Estado. Os problemas tribais, a religião (e sobretudo a não separação da religião do Estado e da Justiça), a exploração económica do tráfico, etc.
Passamos a fase da delicadeza estratégica, ao momento dos pequeninos passos que levam a grandes mudanças e que tem de ser vistas de forma diferenciada a cada Estado e dentro de cada Estado a cada região e desta para cada área administrativa para cada tribo, num exercício microscópico de aproximação à realidade.
Comentários