Pular para o conteúdo principal

Uma estratégia única para Iraque, Paquistão e Afeganistão

2.O prolongamento da guerra do Iraque ao Afeganistão tem a ver com a oportunidade logística da fixação mas visa um objectivo diferente da primeira: trata-se de criar uma plataforma fronteiriça estável à volta do Irão, gerando condições para uma menor circulação de armas, combatentes e droga, assegurando igualmente a estabilidade da exploração petrolífera e reduzindo a influência dos Taliban na região.

Novamente, a estratégia militar elimina 1000 talibans e cria outros 10000. Porque? Porque os Ocidentais não compreendem que um povo que já foi invadido tantas vezes e outras tantas mandaram os inimigos embora tem algo de especial.Combater no Afeganistão representa combater famílias; o inimigo e o pacato civil estão na mesma casa, na mesma rua a guerra é um prolongamento do quotidiano.

O sofrimento de milhares de anos dotou-o de uma característica singular que os leva a preferir que o inimigo esteja no seu terreno para melhor os derrotar com as suas armas: logística problemática, orografia impossível, clima inclemente e uma tenacidade inabalável. Se a isto juntarmos o extremismo religioso, constatamos que é uma perda de tempo ocupar o Afeganistão através de uma guerra convencional e que a tecnologia pode eliminar apenas alguns blocos de resistência que depois proliferam e expandem-se, ignorando o poderio, o número de baixas, etc. não se pode vencer um povo que nada tem, que pode alienar rapidamente o pouco que dispõe e que combate de manhã, apascenta cabras à tarde e dá instrução de combate à noite. Tudo entre orações.

A agravar a isto, novamente a implantação de um modelo Democrático apresenta a mesma incoerência do que no Iraque e pelas mesmas razões, agravadas talvez pela distância entre a ruralidade e a falsa dimensão cosmopolita.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

2013: O que fazer com um ano inútil

Resumindo tudo e contra a corrente de louvor papal, o ano de 2013 teve como figura principal o conflito e poderia ser retratado por um jovem mascarado a atirar pedras contra a polícia. Nunca como em nenhum outro ano a contenção policial foi necessária perante a ordem de injustiças, desigualdades, nepotismos, etc., etc. etc. Os Estados deixaram de representar os povos, as nações estão a ser desmontadas e os grandes interesses financeiros instalam-se com uma linguagem musculada sobre o mundo, definido as barreiras dos que tem e dos que estão excluídos deste novo mundo que se desenha, ficando ainda umas réstias por eliminar mas que se mantem enquanto necessárias. Neste mundo conturbado onde grandes interesses se disfarçam, de Estado (Rússia, China ou Coreia, por exemplo) e onde o Estado foi substituído por interesses específicos de natureza transnacional (Portugal, Grécia ou Itália) ou aqueles em que o Estado é uma fachada de recurso (EUA) para interesses particulares. A dívida, a crise,...

Billy Bragg - Internationale

Há muito para aprender neste mundo!

Balanço e Contas: 2 anos de governação

Ao fim de 2 exaustivos anos de governação importa fazer uma reflexão não sobre os atos do governo mas sim sobre o comportamento da sociedade em geral relativamente ao que se está a passar. Para faze-lo, importa ter presente algumas premissas que a comunicação social e as pessoas em geral insistem em negligenciar e a fingir ignorantemente que não são as traves mestras do comportamento governativo: 1. Este governo não governa para os portugueses nem para os seus eleitores; 2. Este governo não pretende implementar qualquer modelo económico. Pretende apenas criar a rutura necessária à implantação de um; 3. A sua intervenção orienta-se por uma falsa perceção de que a sociedade portuguesa entrou em rutura com o socialismo e as conquistas sociais do 25 de Abril; 4. Para agradar credores e cair no goto do sistema financeiro que irá propiciar empregos futuros a quem for mais bandalho com o seu país, usou o medo para tornar a mudança incontornável, culpando e responsabilizan...