Rui Rio apresentou-se ontem no programa dos “Gatos”, referência nacional por ser o único programa de entrevista política sério, embora não pareça.
Sendo o apresentador e toda a sua entourage de Lisboa, naturalmente as questões circundaram aquilo que ouvem e pensam que sabem sobre o Porto. Um etnocentrismo natural a que ninguém dá verdadeiro valor porque quem vive na capital é assim relativamente ao resto do país.
Ao longo da entrevista, os incontornáveis temas da relação com o FC Porto, os Bairros, as obras e a cultura lá apareceram, com Rui Rio a tentar fazer graça com aquilo que entende como “oposição”.
Evidentemente não teve qualquer piada porque Rui Rio não é cómico. Nem engraçado. Não é folclórico como Alberto João Jardim, pessoa de quem está próxima na sua contestação a tudo o que cheire a livre arbítrio, separação dos poderes e intromissão da Comunicação Social.
Aliás a entrevista mostra que Rui Rio é uma pessoa de PH neutro, ou seja, insonso, apesar da azia que demonstra sempre quando se fala de “cultura”.
“A cultura é de esquerda” – diz Rui Rio - frase tenaz, vinda de um burguês, enfim, a classe que inventou esta forma de “desperdiçar dinheiro”. Sabendo ele que a cultura se reveste de várias formas e se revela de inúmeras maneiras, o que Rui Rio implementou para o Porto foi uma infra-cultura, radicada no paroxismo das massas e na memória colectiva. Dai que faça cultura com carros velhos, aviões a hélice e comida (retocando-os com uma falsa modernidade).
Os tão propalados subsídio dependentes (e que, depois da crise internacional e do dinheiro que foi dado a um conjunto de instituições e gente criminosa e sem escrúpulos, alguns dos quais Rui Rio conhecerá muito bem, devia nunca mais usar este argumento), lá foram mudando de cidade e tendo sucesso noutros lados, Nada de importante para um Presidente que apenas quer erguer um condomínio fechado.
Trata-se pois de um padrão de cultura que visa efeitos de longo prazo em que o Porto é apenas uma cobaia, um laboratório. O mediatismo pretendido tem a ver com as ambições de Rui Rio a curto prazo, como toda a gente está farta de saber.
O outro ódio de estimação de Rio, o FC Porto e Pinto da Costa já não tem tanta actualidade e impacto, uma vez que foi uma guerra apenas para passar a imagem de honestidade e de desligamento entre a Autarquia e futebol. O Porto lá foi ganhando, indiferente a Rio e soberanamente trouxe para a cidade mais nome e prestígio do que todos os carros e aviões de Rui Rio, uma vez que o futebol concita um interesse profundo e continuado enquanto as outras são manifestações de “moda” que se extinguem nelas mesmas. E o FC Porto é a instituição mais querida da cidade.
O outro incómodo de Rui Rio é a Justiça que teima em tomar decisões com as quais o “Sr. Presidente” não concorda e que como, em todas as suas afirmações, cai na soberana indiferença de todos. Evidente Rui Rio não terá o descuido linguístico de pedir a suspensão da democracia, mas lá por dentro…
E a chatice final é a comunicação social que não é unânime quanto à sua pessoa. Lastimo, mas pode ser que com a concentração dos média agora em curso o Sr. Balsemão lhe dê um programa no prime time.
Rui Rio é o Presidente de Câmara que Lisboa quer no Porto, um homem sossegadinho que mesmo quando vocifera ninguém lhe liga, um homem com as costas viradas à sociedade que governa, dotado de um populismo feroz e anestésico. Um provinciano com ambição.
Nota: Nem tudo é mal. Rui Rio é um bom Técnico Oficial de Contas e no seu discurso no encontro de ontem sobre a lógica de afectação e distribuição das diferentes receitas fiscal merece atenção.
Sendo o apresentador e toda a sua entourage de Lisboa, naturalmente as questões circundaram aquilo que ouvem e pensam que sabem sobre o Porto. Um etnocentrismo natural a que ninguém dá verdadeiro valor porque quem vive na capital é assim relativamente ao resto do país.
Ao longo da entrevista, os incontornáveis temas da relação com o FC Porto, os Bairros, as obras e a cultura lá apareceram, com Rui Rio a tentar fazer graça com aquilo que entende como “oposição”.
Evidentemente não teve qualquer piada porque Rui Rio não é cómico. Nem engraçado. Não é folclórico como Alberto João Jardim, pessoa de quem está próxima na sua contestação a tudo o que cheire a livre arbítrio, separação dos poderes e intromissão da Comunicação Social.
Aliás a entrevista mostra que Rui Rio é uma pessoa de PH neutro, ou seja, insonso, apesar da azia que demonstra sempre quando se fala de “cultura”.
“A cultura é de esquerda” – diz Rui Rio - frase tenaz, vinda de um burguês, enfim, a classe que inventou esta forma de “desperdiçar dinheiro”. Sabendo ele que a cultura se reveste de várias formas e se revela de inúmeras maneiras, o que Rui Rio implementou para o Porto foi uma infra-cultura, radicada no paroxismo das massas e na memória colectiva. Dai que faça cultura com carros velhos, aviões a hélice e comida (retocando-os com uma falsa modernidade).
Os tão propalados subsídio dependentes (e que, depois da crise internacional e do dinheiro que foi dado a um conjunto de instituições e gente criminosa e sem escrúpulos, alguns dos quais Rui Rio conhecerá muito bem, devia nunca mais usar este argumento), lá foram mudando de cidade e tendo sucesso noutros lados, Nada de importante para um Presidente que apenas quer erguer um condomínio fechado.
Trata-se pois de um padrão de cultura que visa efeitos de longo prazo em que o Porto é apenas uma cobaia, um laboratório. O mediatismo pretendido tem a ver com as ambições de Rui Rio a curto prazo, como toda a gente está farta de saber.
O outro ódio de estimação de Rio, o FC Porto e Pinto da Costa já não tem tanta actualidade e impacto, uma vez que foi uma guerra apenas para passar a imagem de honestidade e de desligamento entre a Autarquia e futebol. O Porto lá foi ganhando, indiferente a Rio e soberanamente trouxe para a cidade mais nome e prestígio do que todos os carros e aviões de Rui Rio, uma vez que o futebol concita um interesse profundo e continuado enquanto as outras são manifestações de “moda” que se extinguem nelas mesmas. E o FC Porto é a instituição mais querida da cidade.
O outro incómodo de Rui Rio é a Justiça que teima em tomar decisões com as quais o “Sr. Presidente” não concorda e que como, em todas as suas afirmações, cai na soberana indiferença de todos. Evidente Rui Rio não terá o descuido linguístico de pedir a suspensão da democracia, mas lá por dentro…
E a chatice final é a comunicação social que não é unânime quanto à sua pessoa. Lastimo, mas pode ser que com a concentração dos média agora em curso o Sr. Balsemão lhe dê um programa no prime time.
Rui Rio é o Presidente de Câmara que Lisboa quer no Porto, um homem sossegadinho que mesmo quando vocifera ninguém lhe liga, um homem com as costas viradas à sociedade que governa, dotado de um populismo feroz e anestésico. Um provinciano com ambição.
Nota: Nem tudo é mal. Rui Rio é um bom Técnico Oficial de Contas e no seu discurso no encontro de ontem sobre a lógica de afectação e distribuição das diferentes receitas fiscal merece atenção.
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