Nos filmes de terror, o desenvolvimento da inquietação e medo deve ser mantido sempre num ponto de tensão médio entre abruptos paroxismos de violência, até o momento de voltar a uma linha de conforto (onde julgamos que acabou o medo). Subitamente, irrompe por este momento relaxado a mais brutal, angustiante e repelente cena com que abraçamos o final. Final esse que pode significar que tudo que está a volta ficou feito em pó, mas “eu safei-me” para contar. Quando muito “nós safamo-nos” – eu e a miúda gira. Mais nada. Quem acredita no dramatismo do resultado das negociações e neste “wrestling” montado pelos partidos, comunicação social e diversos parceiros sociais, ainda não percebeu que a encenação está montada. Tal como em Hollywood, os efeitos especiais servem para esconder a pobreza do enredo das fitas, esta negociação tem contornos óbvios de George Romero: aterrorizar para melhor aceitar. Demonizado o Orçamento na pessoa dos seus mandantes, vagueando no medo da intervenção do FMI, d...
Opaco. Não é preto nem branco. Também não é cinzento. É algo que permite entrever (formas, silhuetas…). Percebe-se quando o movimento esta lá. Ao mesmo tempo não se sabe bem quem ou o que se move. A forma velada é sedutora e enganadora. Posso errar mas posso tentar. Lembra a infância, o bafo nas janelas das salas quentes quando chove lá fora. Identifica tudo aquilo que presumimos sem ter a certeza. É o avatar das nossas dúvidas!