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Mostrando postagens de outubro, 2007

Tratado de Lisboa

Eis o tal documento . Em caso de dúvidas acerca da sua ratificação via referendo, aqui está a Constituição . Devo dizer que a ratificação por via parlamentar ou a sua prévia legitimação por via referendária é questão que me levanta imensas dúvidas, sendo certo que referendar só se tudo indicar que as urnas vão dar a resposta que se pretende é, no mínimo, uma curiosa perspectiva de democracia. Mais ainda que as limitações à soberania decorrentes da adesão à UE e à evolução que esta tem tido nunca foram verdadeiramente sujeitas ao escrutínio popular. Por outro lado, o Tratado de Lisboa não é um texto de fácil leitura, para além de complexo, sendo também evidente que a realidade a 27 tem de ser diferente da realidade a 15, por mais que nos custe. Ainda se deverá dizer que, questionar agora estas decisões pode implicar "morrer na praia europeia".

Ideologia prét a porter

Há um fenómeno curioso em Portugal e que é um factor de sofrimento e depressão: a angústia de não haver uma roupinha que assente bem no corpo. Há outro fenómeno curioso em Portugal, também este factor de incomodidade e sofrimento: não haver ideologia ou coerência político-partidária que nos permita alinhar por um partido. Ambos têm as mesmas explicações, isto é, parecem tratar do mesmo problema. Mas porque raio de ideia uma coisa acaba por ter a ver com a outra! Se calhar a globalização e a normalização também é isso: vestuário e política assumem os mesmos contornos e enfrentam as mesmas dificuldades, senão vejamos: Em primeiro lugar, imagine-se numa loja de pronto-a-vestir, a escolher um par de calças, uma camisa e uns sapatos. Tentamos que todos combinem de alguma forma, quer em estilo, quer em cor, enfim que haja uma coerência na escolha. Aí começam os problemas. Pedimos umas calças mais modernas e a menina (o) traz umas à boca-de-sino, muito ao jeito dos meus 13 anos. Não vesti

Um terramoto em Lisboa e o destino do país

E o dia chegou. Vindo do nada, a terra agita-se com vigor e as marés invadem o espaço do homem. Lisboa é tomada de assalto pela natureza, esventrada e desmembrada. A amplitude do caos é enorme e da Lisboa castiça mantém-se de pé uns quantos traços e quarteirões. Da Lisboa nova pouco ou nada sobra, colapsada no remexer interior das fundações impreparadas. A frente marítima, sugada na enxurrada transforma-se numa entulheira inultrapassável. Sendo o sismo em plena hora de ponta, as perdas humanas são incalculáveis, sabemos apenas que são milhões de habitantes da periferia e da cidade que desapareceram. O país estupefacto, lança-se na sua inigualável solidariedade das horas difíceis para resgatar o possível, salvar os moribundos e reconstruir a capital… É nesse momento que o filme deve parar! Reconstruir porque? Não será essa a oportunidade única de extinguir as assimetrias, recuperar o interior, disciplinar o desenvolvimento e distribuição da riqueza? Porque radicar no mesmo erro de 500 a

Outra vez o Rivoli

Sobre o Rivoli, sugiro esta prosa do José Luís Ferreira n'A Baixa do Porto. Confesso que também aguardo ansiosamente o comentário do escriba municipal às recentes notícias sobre este assunto... só não sei ao certo se é por puro masoquismo ou se me resta a esperança de que um dia haja bom senso.

Como diz?

"A governadora civil declarou que os agentes da PSP se limitaram a passar pela sede do sindicato para apurar quais os locais onde estavam previstos os protestos porque ainda não tinham a confirmação oficial de que a manifestação tinha sido autorizada. «É uma actividade rotineira da PSP, foi uma conversa normal», garantiu a mesma responsável. Maria Alzira Serrasqueiro afirmou ainda que não acredita em rusgas nem em perseguições. «Sendo governadora civil sou responsável neste distrito pela coordenação das polícias e posso dizer que não seria a PSP que iria impedir o sindicato de se manifestar, não é esse o espírito. Não houve nenhuma ordem nesse sentido», salientou." - in Portugal Diário.

Não há mal que sempre dure, nem...

D.R Sobre o Rivoli boas notícias aqui , no entanto, a saga continua uma vez que " fica tudo na mesma ." Nem outra coisa seria de esperar desta gestão autárquica.

Populismo - quem pode atirar a primeira pedra?

Deparei, um dia destes, com um forte ataque de Marcelo Rebelo de Sousa a Luís Filipe Menezes, o canal utilizado foi o seu tempo de antena habitual na televisão, a arma de arremesso foi o populismo. Eis a primeira perplexidade, alguém cujo primeiro acto de campanha para a Câmara de Lisboa foi um mergulho no Tejo (nem pensar nisso é bom), usa como arma de arremesso o tal populismo. Continuando no que captei do discurso do Professor, acho curioso, opor um ex-líder do PSD (que preconizava uma popular baixa de impostos contra opiniões credíveis e generalizadas) ao populista (que, por acaso até acha que não se devem descer os impostos). Obviamente que o facto de não preconizar uma baixa de impostos não faz com que o político não seja populista. Aliás, eu diria que, cada vez mais, os políticos recorrem ao que se poderia chamar de técnicas populistas, uma forma de passar a sua imagem de forma positiva às massas - e isto é triste porque parte do princípio que as massas não têm capacidade crític

Encruzilhada

Há notícias que dão que pensar. Há alguns meses atrás, deparei com duas notícias separadas pelo espaço de uma semana. Uma sobre um novo reescalonamento das reformas, à luz das conclusões do Livro Branco sobre o tema; outra sobre a natalidade portuguesa ser a mais baixa da Europa. Somando as duas e adicionando o desaparecimento do emprego tradicional, o advento de profissões cada vez mais qualificadas e que a actual meia-idade já tem dificuldades de acompanhar, o que sobra para os anos 2020-2030? Podemos formatar cenários possíveis, o que não consigo imaginar são as repercussões geométricas do fenómeno, mas nada de positivo se configura. Sabendo que as políticas de apoio à natalidade nacionais não são propriamente tentadoras, que a emigração recua, transformando-se a pouco e pouco numa plataforma de passagem para vencer a "fortaleza europeia", começa a ser preocupante a composição demográfica de Portugal na próxima década e seguintes. Empiricamente, podemos formular cenários