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Mostrando postagens de abril, 2012

América: a mitomania à volta de um sonho que já não existe

A mitomania (ou mentira obsessivo-compulsiva) é a tendência patológica mais ou menos voluntária e consciente para a mentira. Dizer a verdade é um sofrimento para o mitómano, doença definida como uma forma de desequilíbrio psíquico caracterizado essencialmente por declarações mentirosas, vistas pelos que sofrem do mal como realidade. Podemos dizer que o discurso do mitômano é muito diferente do mentiroso, que tem finalidades práticas. Contam histórias ao mesmo tempo que acreditam nelas. É também uma forma de consolo. Tem origem na supervalorização de suas crenças em função da angústia subjacente. O mitómano sempre sabe no fundo que o que ele diz não é totalmente verdadeiro. Mas também sabe que isso “deve ser” verdadeiro para que lhe garanta um equilíbrio interior suficiente. Em determinado momento, prefere acreditar mais na sua realidade que na realidade objetiva exterior. Tem necessidade de contar essa história para se sentir tranquilizado e de acordo consigo mesmo. Grande parte

Desistir de Portugal

Tenho tentado evitar comentar o óbvio e seguir contra o impulso da blogosfera no que diz respeito aos acontecimentos. Tenho resistido a ser mais um a fazer o já conhecido efeito multiplicador do comentário indignado que por vezes não o é: servem para instrumentalizar e legitimar o que poderá ser. A política portuguesa está envolvida em epifenómenos para os quais é preciso criar o antidoto. Só que este antídoto passa por valores, coisa que se perdeu algures no alcatrão das autoestradas, na morte da agricultura e na deificação do dinheiro fácil para legitimar mentiras ou colorir imagens de gente de alma negra. O antídoto seria uma imprensa livre, seria a indignação geral, seria os homens terem a dignidade de perceber que uma democracia formal não é uma democracia de direito. Um simulacro de eleições não é participação cívica, um governo não é mandatado para decidir para além da administração da coisa pública e as políticas que envolvem implicações futuras ou são objeto de consenso l

Nunca o futuro esteve tão passado!