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Mostrando postagens de maio, 2008

A revolta dos consumidores

Recebi um mail para aderir a campanha contra o aumento dos combustíveis. Uma simples recusa de encher o depósito em 3 dias do mês que., pelos vistos trará um prejuízo significativo as gasolineiras, distribuidores, revendedores e Estado. No passado fim-de-semana foi a manifestação contra as portagens. Na calha temos também o aluguer dos contadores que serão substituídos por outra taxa qualquer para que alguém não perca uma fonte de rendimentos a extorquir ao consumidor. Os barcos de pesca param no fim do mês porque já não compensa trabalhar. Não são exactamente consumidores (apenas de gasóleo). Avizinha-se também a organização de uma outra contra as atitudes excessivas da ASAE e o seu quadro de objectivos ilógicos. Não muito distante virá o apelo contra os bancos e as taxas de juro (se a maioria dos cidadãos levantar todo o seu dinheiro quando recebem, deixando apenas o que diz respeito à prestações obrigatórias e passar a pagar as contas nos serviços directamente, reduzindo ao mínimo a

Pena de Morte

Não existindo razões objectivas que a sustentem – para além da substancial vingança – a pena de morte não tem coerência objectiva. Aliás, não tem coerência no contexto da humanidade porque em Estados laicos, o primado da Lei pressupõem uma ligação a um ethos de respeito pela vida humana e em Estados de cariz religioso, a sua sanção moral impõem-se, uma vez que a vingança ou a propriedade da vida são uma prerrogativa divina. Existem, de facto, nações e pessoas de todo o mundo que são acérrimos defensores da sua aplicação de uma forma mais ou menos restrita. Fazem-no com o ódio próprio dos injustiçados, dos descrentes da lei e da justiça e dos que acham que uma catarse acalma o espírito e previne a repetição de actos hediondos ou extremos. Criminoso mesmo é a justiça negar-se a si própria ao sentenciar pessoas ao homicídio. Não consigo compreender, numa perspectiva de Estado de Direito, a sua aplicação. Acolitados no discurso do "sempre é menos um", os defensores ataviam-se de

Utopias: uma nova exigência

Por muito empírico que possa parecer, tenho a crença de que todos os males da humanidade radicam em três vertentes específicas: Desigualdade da distribuição da riqueza Divergência na construção dos valores fundamentais Intolerância face as diferenças entre os povos A interacção entre eles e a sua reciprocidade explicam em larga medida os flagelos a que assistimos nos últimos 10.000 anos. Nunca nos separaremos da nossa condição animal enquanto não invertermos a lógica do darwinismo. A solidariedade e o equilíbrio na relação com o próximo representa uma evolução da espécie proporcionada pela racionalidade e esforço critico humano. Esta libertação teve início com as religiões; depois, no conhecimento e na lei pela percepção de que as injustiças devem ser corrigidas; por fim, a revelação científica de que as desigualdades são motor de conflito e que a partição e gestão de recursos são a única forma de salvar o planeta através da retracção das sociedades da

Muitos arrepios fazem um tremor de terra?

Espero que o arrepio global destas últimas semanas tenha estremecido algumas consciências relativamente ao que representa o capitalismo extremo e a demissão política das populações relativamente aos seus destinos. Neste processo em que ninguém está inocente a Europa e a América cavaram bem fundo a sua própria sepultura ao subsidiar a sua produção agrícola, condicionar a produção agrícola alheia, influenciando governos corruptos a aceitar a exploração agrícola em monoculturas debilitantes do ponto de vista ecológico e das estruturas sociais dos países explorados e, não bastando isso, especulando o valor dos alimentos, ancorado na especulação energética. Este complicado jogo a que chamo sinoismo do mundo (consolidação de elites, eliminação das classes médias, trabalho precário, mal remunerado e de subsistência, appartheid populacional com a fixação de elites em cidades-estado, muralização da indigência ou outros incomodativos, policiamento e militarização tecnológica e genocídios autori