Espero que o arrepio global destas últimas semanas tenha estremecido algumas consciências relativamente ao que representa o capitalismo extremo e a demissão política das populações relativamente aos seus destinos.
Neste processo em que ninguém está inocente a Europa e a América cavaram bem fundo a sua própria sepultura ao subsidiar a sua produção agrícola, condicionar a produção agrícola alheia, influenciando governos corruptos a aceitar a exploração agrícola em monoculturas debilitantes do ponto de vista ecológico e das estruturas sociais dos países explorados e, não bastando isso, especulando o valor dos alimentos, ancorado na especulação energética.
Este complicado jogo a que chamo sinoismo do mundo (consolidação de elites, eliminação das classes médias, trabalho precário, mal remunerado e de subsistência, appartheid populacional com a fixação de elites em cidades-estado, muralização da indigência ou outros incomodativos, policiamento e militarização tecnológica e genocídios autorizados/ignorados) não é mais do que a globalização a crescer e a invadir a humanidade para substitui-la por outra coisa qualquer.
A Europa Comunitária, a acreditar na sombra do crescente empobrecimento e dependência das populações, desmoronar-se-á rapidamente por força da opinião pública de cada país e por razões diferenciadas: nos países ricos surgirá a emergência da separação dos "párias" que não se desenvolvem e para quem contribuem; exigirão o retorno ao passado (recuperação da sua moeda, reposição das fronteiras e politicas anti imigração). Quem conhece a xenofobia dos países europeus mais ricos sabe que não tardarão a surgir políticos que "darão voz ao povo". Os países mais pobres da Europa, invadidos por uma alma nacionalista também se fartarão de não ter o mesmo peso e opinião no contexto europeu (logo agora que a pseudo constituição passou perante a letargia e indigência dos povos!). E cada um tentará cuidar do seu quintal o melhor que pode tentando activamente tomar conta doutros quintais.
A América nada mais conseguirá do que fugir para a frente. Dificilmente abandonará o Iraque depois dos custos que representaram a instalação de uma base logística no Médio-Oriente, tão necessária à invasão do Iraque ou na protecção da Arábia Saudita e Kuwait.
Manterá a concorrência especulativa e a sua política de controlar governos estrangeiros. Não tenho ideia de como irá suportar o aumento da pobreza interna e temo o pior num país onde há mais armas que pessoas.
Mas o receio maior será as próximas especulações, como os recursos hídricos.
A Europa, na essência, apenas consegue viver na exploração de outras economias. Não tem riquezas minerais de monta, matérias-primas relevantes (descontando a Rússia). A Europa é um conjunto de agricultores e colonos, gente sisuda e aventureiros e toda a sua relevância cultural vem do que aprenderam com árabes, judeus e gregos.
Toda a abundância gerada na colonização reproduz-se agora num neo-colonialismo encostado às piores ditaduras que ainda existem (Mugabe também é um produto do colonialismo e só não é bem visto porque subverteu o princípio de propriedade da terra. Se não o tivesse feito, poderia continuar a cometer as maiores atrocidades que o receberiam na Cimeira África-EU com palmadinhas nas costas!).
São essas algumas das questões que necessitam de uma consciência global e uma verdadeira inversão da lógica de funcionamento da política (que consiste, hoje em dia, em andar a reboque de grandes interesses económicos).
Ninguém pode ignorar que a fome que chegar à Europa será já a quase extinção total das populações africanas e uma parte das asiáticas.
Neste processo em que ninguém está inocente a Europa e a América cavaram bem fundo a sua própria sepultura ao subsidiar a sua produção agrícola, condicionar a produção agrícola alheia, influenciando governos corruptos a aceitar a exploração agrícola em monoculturas debilitantes do ponto de vista ecológico e das estruturas sociais dos países explorados e, não bastando isso, especulando o valor dos alimentos, ancorado na especulação energética.
Este complicado jogo a que chamo sinoismo do mundo (consolidação de elites, eliminação das classes médias, trabalho precário, mal remunerado e de subsistência, appartheid populacional com a fixação de elites em cidades-estado, muralização da indigência ou outros incomodativos, policiamento e militarização tecnológica e genocídios autorizados/ignorados) não é mais do que a globalização a crescer e a invadir a humanidade para substitui-la por outra coisa qualquer.
A Europa Comunitária, a acreditar na sombra do crescente empobrecimento e dependência das populações, desmoronar-se-á rapidamente por força da opinião pública de cada país e por razões diferenciadas: nos países ricos surgirá a emergência da separação dos "párias" que não se desenvolvem e para quem contribuem; exigirão o retorno ao passado (recuperação da sua moeda, reposição das fronteiras e politicas anti imigração). Quem conhece a xenofobia dos países europeus mais ricos sabe que não tardarão a surgir políticos que "darão voz ao povo". Os países mais pobres da Europa, invadidos por uma alma nacionalista também se fartarão de não ter o mesmo peso e opinião no contexto europeu (logo agora que a pseudo constituição passou perante a letargia e indigência dos povos!). E cada um tentará cuidar do seu quintal o melhor que pode tentando activamente tomar conta doutros quintais.
A América nada mais conseguirá do que fugir para a frente. Dificilmente abandonará o Iraque depois dos custos que representaram a instalação de uma base logística no Médio-Oriente, tão necessária à invasão do Iraque ou na protecção da Arábia Saudita e Kuwait.
Manterá a concorrência especulativa e a sua política de controlar governos estrangeiros. Não tenho ideia de como irá suportar o aumento da pobreza interna e temo o pior num país onde há mais armas que pessoas.
Mas o receio maior será as próximas especulações, como os recursos hídricos.
A Europa, na essência, apenas consegue viver na exploração de outras economias. Não tem riquezas minerais de monta, matérias-primas relevantes (descontando a Rússia). A Europa é um conjunto de agricultores e colonos, gente sisuda e aventureiros e toda a sua relevância cultural vem do que aprenderam com árabes, judeus e gregos.
Toda a abundância gerada na colonização reproduz-se agora num neo-colonialismo encostado às piores ditaduras que ainda existem (Mugabe também é um produto do colonialismo e só não é bem visto porque subverteu o princípio de propriedade da terra. Se não o tivesse feito, poderia continuar a cometer as maiores atrocidades que o receberiam na Cimeira África-EU com palmadinhas nas costas!).
São essas algumas das questões que necessitam de uma consciência global e uma verdadeira inversão da lógica de funcionamento da política (que consiste, hoje em dia, em andar a reboque de grandes interesses económicos).
Ninguém pode ignorar que a fome que chegar à Europa será já a quase extinção total das populações africanas e uma parte das asiáticas.
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