Pular para o conteúdo principal

Shreks do mundo, uni-vos!

Algo de profundamente inquietante se passa no país. É perturbadora esta tentativa de lavagem de imagem (ou de por o lixo para debaixo do tapete!).
Nos últimos meses, a preocupação com a moral, os bons costumes, a verdade e outras virtudes começam a ser emanadas em decretos e regulamentos, em planos de intenção e abaixo-assinados.
E o mais perturbador é o seu efeito sobre os Direitos, Liberdades e Garantias que o cidadão, este indivíduo incapaz, indolente e servil, terá de cumprir para o seu próprio bem.

Há um sem número de tentativas educadoras emanadas por gente que nunca simpatizou com Mao, mas reconhece-lhe os méritos de “ensinamento”, os que praticam o culto xoné do “eu é que sei o que é melhor vocês fazerem”, há leis de controle que nem o mais revolucionário activista na sua fase mais ortodoxa se atreveria a aplicar e por ai a fora.
Estes sinais perturbadores do fim de uma era de Liberdade apontam para o fim do país Portugal e da emergência de uma Europa asfixiada a troco do bem estar e do conforto, da segurança e da afável mão às dificuldades, de um continente de ociosos financeiros e investidores que querem os seus dividendos, ao mesmo tempo que contestam o desmatamento da selva amazónica ou o trabalho infantil na Indonésia ou apelam aos Direitos Humanos no Zimbabué.
Cá no país as situações são numerosas e requerem muita atenção (o que faremos nos próximos posts) e se calhar alguma contestação séria do povo.
Numa altura que se aproxima o 25 de Abril, começa a ser necessário confrontar os poderes com uma verdade incontornável: se já não somos da mesma espécie, se gostamos de coisas que nos fazem mal, se não queremos ser etiquetados e obrigados a viver nos pântanos, apartados dos perfeitos, saudáveis, cumpridores, bonitos e inteligentes, só nos restam levantar o antigo grito e combater:
Shreks do mundo, uni-vos!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dos governos minoritários e maiorias absolutistas

Na óptica dos partidos mais votados em Portugal, a governação em situação minoritária ou de coligação é inviável. A ideia de um pequeno partido poder influenciar, propor e monitorar o comportamento aberrante dos partidos centrais é uma situação intolerável para estas máquinas de colocação de militantes e de controlo de investimentos privados. Acenam com o caos, a ingovernabilidade e o piorar da situação do país. Esquecem que o país caminhou para o fundo do abismo pela mão de ambos. Não por uma inépcia ou incapacidade das suas figuras, mas por dependência de quem os financia, de quem os povoa e da impossível subversão ao sistema corporativo vigente. Sócrates afrontou algumas destas entidades instaladas e vive a antropofagia quotidiana dos jornais e televisões e – vejam lá – ele não é um perigoso extremista, até porque o seu partido chutou soberanamente João Cravinho para canto, mais os seus amoques contra a corrupção. Se a memória não me falha Ferreira Leite foi a Ministra que teve a pe

Balanço e Contas: 2 anos de governação

Ao fim de 2 exaustivos anos de governação importa fazer uma reflexão não sobre os atos do governo mas sim sobre o comportamento da sociedade em geral relativamente ao que se está a passar. Para faze-lo, importa ter presente algumas premissas que a comunicação social e as pessoas em geral insistem em negligenciar e a fingir ignorantemente que não são as traves mestras do comportamento governativo: 1. Este governo não governa para os portugueses nem para os seus eleitores; 2. Este governo não pretende implementar qualquer modelo económico. Pretende apenas criar a rutura necessária à implantação de um; 3. A sua intervenção orienta-se por uma falsa perceção de que a sociedade portuguesa entrou em rutura com o socialismo e as conquistas sociais do 25 de Abril; 4. Para agradar credores e cair no goto do sistema financeiro que irá propiciar empregos futuros a quem for mais bandalho com o seu país, usou o medo para tornar a mudança incontornável, culpando e responsabilizan