O afastamento de 10 dirigentes da Função Pública e o documento de gestão por objectivos numa esquadra da PSP, onde se apontam o número de detenções a realizar até o fim do ano, revelam algo que já se supunha: se não é mensurável não interessa ao governo.
A obsessão numérica vem de onde? Da necessidade de demonstração da "eficácia" das medidas tomadas. Por via de que? Da estatística. Entre que termos de comparação? Entre os dados do governo e...os dados do governo.
Nos últimos 3 anos, o afã com que se dedicaram a avaliação quantitativa, o tempo gasto em todo este processo (tempo de formação; aplicação; contestação; pressão e coação para a efectivação, aplicação relutante de métodos incoerentes e contraditórios visando unicamente o insucesso do avaliado para que não existam subidas de escalões nem excelência dos serviços, tudo isso em prazos absurdos e precipitados) deve ter baixado a produtividade dos serviços em pelo menos um terço. Já não se fala de trabalho, fala-se de como preencher grelhas, objectivos, prazos de envio, etc.
Esta masturbação permanente tem 3 objectivos concretos: agarrar o funcionário pelas "partes", para que este se torne submisso, dependente e sem iniciativa; criar insatisfação para que os bons funcionários passem para o privado e que todo um numeroso grupo de outros se reforme antecipadamente (poupando algum nas reformas) e – o mais importante – introduzindo a efectivos precários nos casos que seja necessário a substituição (não é à toa que o Estado goste tanto dos Recibos Verdes).
Nos serviços públicos não interessa agora a realidade, interessa o objectivo.
Se as metas, no início de Dezembro não baterem certo com a realidade na PSP? Não interessa. Qualquer pacote de rusgas persistentes nos centros comerciais deve dar para lá chegar. E se as multas de transito estão baixas, faz-se um “happening” aos estacionamentos nos dias de jogo de futebol; e se o IVA arrecadado na repartição não atinge com o esperado?Bate-se à porta de uma qualquer mão cheia de empresas e sempre se apanha uma facturazita do almoço.
É oficial: a realidade não existe. Existem os números dos Ministérios e do INE. E estes têm de bater certo com o que foi desenhado nos gabinetes por homens e mulheres que pouco percebem o que é o país, a população e que destino dar ao nosso endémico atraso de cidadania, educação e distribuição da riqueza.
Com os números fazem-se coisas brilhantes, menos as mudanças necessárias.
A obsessão numérica vem de onde? Da necessidade de demonstração da "eficácia" das medidas tomadas. Por via de que? Da estatística. Entre que termos de comparação? Entre os dados do governo e...os dados do governo.
Nos últimos 3 anos, o afã com que se dedicaram a avaliação quantitativa, o tempo gasto em todo este processo (tempo de formação; aplicação; contestação; pressão e coação para a efectivação, aplicação relutante de métodos incoerentes e contraditórios visando unicamente o insucesso do avaliado para que não existam subidas de escalões nem excelência dos serviços, tudo isso em prazos absurdos e precipitados) deve ter baixado a produtividade dos serviços em pelo menos um terço. Já não se fala de trabalho, fala-se de como preencher grelhas, objectivos, prazos de envio, etc.
Esta masturbação permanente tem 3 objectivos concretos: agarrar o funcionário pelas "partes", para que este se torne submisso, dependente e sem iniciativa; criar insatisfação para que os bons funcionários passem para o privado e que todo um numeroso grupo de outros se reforme antecipadamente (poupando algum nas reformas) e – o mais importante – introduzindo a efectivos precários nos casos que seja necessário a substituição (não é à toa que o Estado goste tanto dos Recibos Verdes).
Nos serviços públicos não interessa agora a realidade, interessa o objectivo.
Se as metas, no início de Dezembro não baterem certo com a realidade na PSP? Não interessa. Qualquer pacote de rusgas persistentes nos centros comerciais deve dar para lá chegar. E se as multas de transito estão baixas, faz-se um “happening” aos estacionamentos nos dias de jogo de futebol; e se o IVA arrecadado na repartição não atinge com o esperado?Bate-se à porta de uma qualquer mão cheia de empresas e sempre se apanha uma facturazita do almoço.
É oficial: a realidade não existe. Existem os números dos Ministérios e do INE. E estes têm de bater certo com o que foi desenhado nos gabinetes por homens e mulheres que pouco percebem o que é o país, a população e que destino dar ao nosso endémico atraso de cidadania, educação e distribuição da riqueza.
Com os números fazem-se coisas brilhantes, menos as mudanças necessárias.
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