Tão preocupados andávamos com o Irão, Iraque e Paquistão que nos esquecemos do Norte de África. E a surpresa surgiu justamente donde menos se esperava. Regimes autoritários de décadas, a marinar na constância política Ocidental e no sossego do crescimento económico, nações de insuspeito controlo e “amigas” do Ocidente, subitamente, chocaram com as realidades que circulam a alta velocidade: 1. A elevação do nível académico e de informação das populações mais jovens; 2. A universalização do saber, cultura e informação, que lhes permite saber e sonhar com vidas que não se podem construir porque lhes é vedado este direito; 3. A consciencialização de que a religião não precisa de ser uma monstruosidade decadente e que é possível viver com todas em harmonia, se o respeito mútuo prevalecer sobre a ignorância e o medo; 4. Que a “geração dos 500 Euros” (que lá são muito menos) ganhou a consciência de que o nepotismo, corrupção e o controlo oligárquico da sociedade não lhes permite construir ...