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Mota Soares, Mister Mxyzptlk

Escolhi este super-herói (na verdade é um vilão, mas isso de nos deslumbrarmos com o nosso aparente sucesso tem dessas coisas!) devido sobretudo aos seus poderes.

Explica a Wikipédia (esta inestimável fonte para a qual devemos todos contribuir e estimular, contra todas as leis castradoras da Internet é que só servirão para aumentar o desrespeito, a ignorância e o erro grosseiro) que:
Mister Mxyzptlk ou Mxy (como também é chamado) é um duende da Quinta dimensão, possuindo estatura diminuta e poderes até o momento não completamente mensurados. Seu nome verdadeiro é impronunciável na linguagem humana. É conhecido por jogar com o Superman através de travessuras mortais. O personagem tem um senso de humor por vezes mórbido, mas em outras atua meramente como um palhaço. Seus poderes consistem em alterar a realidade a seu bel-prazer: Ele pode, por exemplo, dar vida a objetos, animar figuras de desenho, alterar forma e propriedades da matéria, teleportar-se, ficar invisível, etc.”

Dito isso, há pouco a acrescentar. Esta capacidade que encontramos em Mota Soares de descobrir espaço dentro dos lares e das creches para caber mais um, como se tudo fosse uma questão de geometria tem o seu que de fascinante. O idoso por m2 sofreu uma alteração que nos permite alocar mais avozinhos ao espaço dos lares misericordiosos. Ora, mais população obriga a mais recursos….ou não! Estou mesmo a ver que as IPSS’s não vão contratar mais gente para atender a nova volumetria do idoso, seguindo o que já aconteceu nas escolas. É tudo uma questão de rácio e proporcionalidade no fim das contas. O idoso e a criança encolheram na justa medida em que o seu veículo distendeu-se!

O capítulo seguinte, nas IPSS’s vai ser, com a descida da qualidade de serviço (proporcional ao aumento das dotações) vai provocar mais acidentes, menos atenção e provavelmente um aumento de óbitos nos lares (o que será explicada pela proporcionalidade do “aumento de resposta”). Nessa altura, os “inquéritos até às últimas consequências” confirmarão a negligência do trabalhador que não fez “tudo o que estava ao seu alcance”. A família, chorosa, pedirá meças a indigna instituição que de parecer em parecer do caquético provedor futuro sacará o ónus ao trabalhador financeiramente inimputável e arruinado do ponto de vista laboral.

Mas como pode Mxy faze-lo? Explica-nos a amável Wikipedia:

"A explicação mais plausível para estes poderes é que os habitantes de Zrfff, como seres penta dimensionais, fazem feitos muito superiores a nós mortais, que poderíamos fazer feitos superiores a seres tridimensionais.
(...)
Zrfff é uma dimensão altamente mágica onde os habitantes podem manipular a realidade a seu bel-prazer."

Santa enciclopédia on-line que tudo esclarece! O Governo vive em Zrfff e ninguém nos tinha dito! Agora tudo parece mais claro.

Agora, já não escandaliza a lapidar afirmação de Helena Pinto:

“E é preciso dizer que quem fica “fora dos cortes” já vive na pobreza, com rendimentos miseráveis, os mais baixos da União Europeia, que não serão aumentados e, ainda, vão sofrer a redução dos apoios sociais que ainda sobrevivem à saga destruidora do Governo.”
OPINIAO 4 DEZEMBRO, 2011 - 01:33 POR HELENA PINTO

Ou então:

"Mas se dúvidas existissem sobre o “pensamento” do Governo, a frase do Secretário de Estado do Emprego é por si só bem elucidativa: “o salário mínimo (485 euros), em termos relativos, não é realmente baixo”…"
OPINIAO 4 DEZEMBRO, 2011 - 01:33 POR HELENA PINTO

 
Helena Pinto ainda não estava informada de que não estamos no mesmo mundo do Governo. Só assim se explica a sua “injusta” afirmação (e não vos incómodo mais com super-heróis que nos dão cabo da vida):

"O Ministro Mota Soares, que tutela a Solidariedade (que logo trocou pela caridade), homem experiente na arte de fazer demagogia, repete à exaustão que existe “ética social” na austeridade. Noutros tempos a repetição de uma mentira até que se tornasse uma verdade valeu alguma coisa ao CDS, mas dificilmente agora convencerá a população portuguesa, que daqui a dias sentirá um aumento brutal dos preços a juntar a todas as dificuldades que fazem o dia-a-dia dos pobres."
OPINIAO 4 DEZEMBRO, 2011 - 01:33 POR HELENA PINTO  




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