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Portas e o discurso da Montanha



Pouco passava das 19h quando Portas subiu ao púlpito para falar ao povo sedento de um milagre que retirasse esta pandilha do Estado português e provocasse um controverso delírio furioso nas massas, felizes como se todos os clubes tivessem ganho a Liga de futebol em simultâneo.

Mas a jactância da palavra (agora o sound bite foi reduzido a palavras “diferentes”) que caracteriza os divinizados aponta apenas para um caminho: a ponderação.

E Portas disse:

Irmãos, tal como vós, eu sofro as mil dores que provém destes maléficos demónios que passo a vida a tentar domar. São eles que, apesar da minha humilde reticência, do meu moderado repúdio e do avisado e experiente conselho, não conseguem passar sem o prazer de ver as vossas provações, os lancinantes gritos de sofrimento.”

E mais disse:

Sabeis que estou aqui para controlar o controlável, para não tolerar o intolerável e para me regozijar com o vosso sacrifício que também é o meu. Quiçá o meu seja maior porque tenho de cumprir a vontade dos mandantes e repudiar os mandantes que mantenho.
E porque os mantenho? Perguntais vós. Porque os monstros externos querem comer-nos vivos, levar as nossas searas, o nosso pescado. Querem nos reduzir ao regresso do povo de Israel, à diáspora e a servidão se não honrarmos as nossas dívidas que não são vossas, é verdade mas que nós dizemos lá fora que são.”
Que fazer, meus filhos. Temos de aceitar a imolação e o sofrimento com o sentido de dever e humildade como nos foi ensinado durante 48 anos. E nem o interregno de 30 anos de disparates e vozes de serpente vos retirou a unção do sacrifício.

Este sofrimento não terá fim antes de se mudar esta constituição comunista e alterar a legislação do trabalho por um livrinho do Patinhas.
Mas, um dia, voltarei na forma de candidato à Presidência da República e esse será o dia para compensar os justos, os sofredores e os coitadinhos de vária ordem.”
Lembrai-vos que nada tenho a ver com o que está a acontecer e que mesmo o Professor Marcelo que não é digno de entrar em minha casa disse uma palavra que o salvou.”

"Ide em paz, que vos retiraremos o que já não existe.”

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