“Cada vez queremos ter mais direitos, o que reproduz um estado de espírito que olha para a realidade com uma visão unidimensional centrada nos direitos, escamoteando a sua contrapartida, ou seja, as obrigações. O presente e o futuro próximo estão e vão condicionar radicalmente esta perspectiva".
Alvitrando a sua chegada ideológica ao poder por via do seu delfim – situação deveras preocupante – Ângelo Correia já tem direito a expressões de destaque na imprensa.
Esta frase (não é bem um sound bite) explica muito de um pensamento liberal – primitivo.
Os direitos, se existem, são uma chatice.
Esquece porventura que o fato de existirem direitos no papel não significa que o Estado ou os Cidadãos assegurem-no ou exerçam de pleno direito.
A Greve, embora seja um direito de todos apenas é utilizada pela Função Pública e não por outros trabalhadores pelas razões que se conhecem. Não é pois um direito: é uma possibilidade remota.
A emergência de Liberdades e Garantias constitucionais não tem, na sua maior parte expressão real na vida quotidiana. A Imprensa não é livre, as mulheres ganham menos que os homens, os direitos fundamentais (Educação, Saúde, Habitação, etc.) estão em fase de privatização acelerada aproveitando a boleia da crise que parece ter sido criada de propósito para arrumar com o Estado Social.
Aliás isto de todos terem direito é uma chatice.
Recordo que o Sr. Ângelo Correia (que segundo informação pública e disponível é um eminente administrador, à boa maneira da classe politica portuguesa, tendo rodado por inúmeras empresas habitualmente frequentadas) foi Ministro da Administração Interna e mandante da reposição da “ordem pública” no 1º de Maio no Porto em 1982, podendo pois associar ao seu currículo dois nomes: Pedro Vieira e Mário Emílio Gonçalves.
Não sei se eram boas pessoas ou arruaceiros, não sei se trabalhadores ou ociosos, não sei. Tinham 24 e 18 anos e foram mortos a tiro, numa violência desproporcionada entre pedras e metralhadoras.
O Delfim que apadrinha beberá do seu pensamento sendo já apontado como o sucessor natural na governação do país….Dou por mim a pensar no PS como um mal menor e uma súbita vontade de ir definitivamente embora para não mais voltar.
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