No plano mental/individual podemos posicionar-nos secretamente desde o mais reles racismo até uma atitude de falso igualitarismo. Digo falsa porque existe sempre um radical livre de incomodidade perante o diferente, que me perdoem os que se acham imunes. Se perguntar a qualquer pessoa que já foi vítima de discriminação ela dirá que mesmo os seus mais acérrimos defensores denotam, por vezes, uma atitude diferenciadora. É impossível fugir-lhe porque não somos isentos, não conseguimos deitar fora o peso de uma cultura, de uma formação e das nossas vivências. Não é caso para ficarmos com problemas de consciência. Basta constatarmos e tentar ultrapassar as nossas próprias dificuldades. A transposição para o social do que pensamos esbarra no natural “polimento para a aceitação geral”. Seremos mais ou menos francos consoante grupos, ambientes ou fins da nossa comunicação. Para os que incontrolavelmente acham que o estrangeiro e o diferente são o problema, melhor será reflectirem e verificarem...
Opaco. Não é preto nem branco. Também não é cinzento. É algo que permite entrever (formas, silhuetas…). Percebe-se quando o movimento esta lá. Ao mesmo tempo não se sabe bem quem ou o que se move. A forma velada é sedutora e enganadora. Posso errar mas posso tentar. Lembra a infância, o bafo nas janelas das salas quentes quando chove lá fora. Identifica tudo aquilo que presumimos sem ter a certeza. É o avatar das nossas dúvidas!