Pular para o conteúdo principal

O Trabalhador refém

Inaugura-se, após a entrevista do Ministro, uma nova forma de trabalho. Já temos o trabalho precário, mal remunerado, escravo, para os nascidos em berço de oiro e agora temos o trabalhador refém.
Refém das suas habilitações, do seu interesse e motivação e da sua qualificação.

Este funcionário que não pode passar a disponível como os outros porque interessa ao Estado. Sim, este mesmo. Encontra-se em sequestro.
Não pode ambicionar maior remuneração, reconhecimento ou formação. Aqui não há lei do Divórcio. Está casado e pronto!

Não importa que não seja reconhecido ou valorizado. Não importa que a sua função dependa de respostas de obscuros departamentos do Estado sedeados em Lisboa que nunca o contactam e nunca dão respostas ou recursos e cuja única preocupação é pedir estatísticas absurdas (geralmente de uma Quinta para Sexta-Feira!), deslocadas do real mas dentro da gestão por objectivos orientada de maneira tonta porque desvinculada do real (sim, o pais real, aquele que começa a seguir as portagens!).
Não importa quanto dedicaram ao serviço. São necessários e pronto!

No privado não é possível este tipo de algemas ou sequestro. Se interessa muito, a entidade patronal assedia intensamente com as armas que dispõe, sejam horários, remunerações, formação, etc.

De facto, só mesmo acreditando no milagre de Fátima!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dos governos minoritários e maiorias absolutistas

Na óptica dos partidos mais votados em Portugal, a governação em situação minoritária ou de coligação é inviável. A ideia de um pequeno partido poder influenciar, propor e monitorar o comportamento aberrante dos partidos centrais é uma situação intolerável para estas máquinas de colocação de militantes e de controlo de investimentos privados. Acenam com o caos, a ingovernabilidade e o piorar da situação do país. Esquecem que o país caminhou para o fundo do abismo pela mão de ambos. Não por uma inépcia ou incapacidade das suas figuras, mas por dependência de quem os financia, de quem os povoa e da impossível subversão ao sistema corporativo vigente. Sócrates afrontou algumas destas entidades instaladas e vive a antropofagia quotidiana dos jornais e televisões e – vejam lá – ele não é um perigoso extremista, até porque o seu partido chutou soberanamente João Cravinho para canto, mais os seus amoques contra a corrupção. Se a memória não me falha Ferreira Leite foi a Ministra que teve a pe

Balanço e Contas: 2 anos de governação

Ao fim de 2 exaustivos anos de governação importa fazer uma reflexão não sobre os atos do governo mas sim sobre o comportamento da sociedade em geral relativamente ao que se está a passar. Para faze-lo, importa ter presente algumas premissas que a comunicação social e as pessoas em geral insistem em negligenciar e a fingir ignorantemente que não são as traves mestras do comportamento governativo: 1. Este governo não governa para os portugueses nem para os seus eleitores; 2. Este governo não pretende implementar qualquer modelo económico. Pretende apenas criar a rutura necessária à implantação de um; 3. A sua intervenção orienta-se por uma falsa perceção de que a sociedade portuguesa entrou em rutura com o socialismo e as conquistas sociais do 25 de Abril; 4. Para agradar credores e cair no goto do sistema financeiro que irá propiciar empregos futuros a quem for mais bandalho com o seu país, usou o medo para tornar a mudança incontornável, culpando e responsabilizan