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A ciência do olho gordo

O futebol é uma paixão sem fronteiras, a ânsia por explicar o mais ou menos inexplicável também. Na sexta-feira o jornal 'O Jogo' noticiava que, no Zimbabué, uma equipa desesperada com os maus resultados recorreu a especialistas. Especialistas em sobrenatural, para-natural, algo condizente com a causa desesperada. Sim porque era mau-olhado, o que aliás se veio a comprovar cabalmente ao tentar solucionar a praga. É que era preciso tomar banho nas águas de um rio. E lá foram os 16 jogadores à banhoca, ansiosos por alcançar as desejadas vitórias. Mas na ansiedade de arrumar o assunto acabaram por notar que do mergulho só voltaram 15. Não sabemos se foi por crise de bocejos que, como toda a gente sabe, é sintoma de mau olhado (e não dá muito jeito para a natação) se foi porque o rio era povoado por crocodilos, bichos com apetite pouco selectivo ou preocupado com coisas do além.
Por curiosidade, e eventualmente infundado receio de que alguém se lembre de pôr os jogadores da minha equipa a tomar banho no Douro - onde não haverá crocodilos, mas há umas tainhas com ar pouco saudável - resolvi pesquisar os tradicionais remédios científicos para a praga. E encontrei alguns relacionados com banho, nada que meta crocodilos, piranhas, tubarões ou animais pouco saudáveis para o banhista, assim:
podem fazer-se quatro banhos diferentes contra o mau-olhado:
a) água de mina e sal grosso;
b) banho feito com cozimento de sempre-vivas (que é como quem diz, de Bellis perennis, ou seja, as inofensivas margaridas)
c) banho feito com cozimento de arruda e guiné;
d) banho feito com cozimento de guiné arruda, alecrim e alho.
Fala-se também em andar com alho no bolso, o que não me parece aconselhável, pode afastar o mau olhado, mas afasta também tudo o que estiver à volta, bom ou mau, não tendo sinusite, já fugiu...

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