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Num mundo perfeito...

O direito dos cidadãos torna desnecessário o direito dos estrangeiros.

Comentários

Anônimo disse…
O mundo perfeito não existe... apesar de já lhe terem composto um Hino! (Imagine - J.Lennon)
E, nesse mundo perfeito, "estrangeiro" será uma palavra que se vai procurar no dicionário.
JonY P'
Helena Henriques disse…
Um Mundo perfeito deixa de ser tão perfeito quando o atingimos. É a dialectica.
Anônimo disse…
Num mundo perfeito o Homem não existia tal como o conhecemos...

Não me parece que gostaria muito de morar num mundo perfeito...a perfeição é inimiga da liberdade.

"Anarquia sim mas tanta não"
Helena Henriques disse…
Ora, ora. Pense bem, o futuro da Europa parece ter tudo a ver com os estrangeiros, aliás em termos de cidadãos comunitários já se caminha para direitos políticos no país de acolhimento (e bem, acho eu). E o que eu quero dizer é que estou ansiosa pelo dia em que as pessoas são tratadas como pessoas, pouco me interessa se são estrangeiros. E que os países como hoje os concebemos vão evoluir, espero que em bom sentido. O mundo perfeito pode sempre ser mais perfeito. É a dialéctica.
Anônimo disse…
Oh meus amigos!
Então "se" atingissemos o mundo perfeito ainda havia lugar a evolução dialética? Seremos assim tão masoquistas? Por mim, que me têm feito ver, só tão recentemente, que ainda temos botas e que elas devem ser usadas, arrumava-as de imediato! A safar os sapateiros está o Pedro ter razão em afirmar que "O Homem não existia tal como o conhecemos". Por falar no Pedro, então "Anarquia sim, mas tanta não"?? TOMARA-MOS NÓS! Seria a LIBERDADE PERFEITA.
Não se ofendam perante uma ligeira provocação para voçês os dois (trata-se até de um pensamento que eu subscrevia quando era menos crescidinho, para justificar outros sistemas): Não tarda nada vejo-os em sintonia com John Rawls em "Uma teoria da Justiça":
Toda a gente deve ter a mesma liberdade e, dado esse constrangimento, tanta liberdade quanto possível.
E,
As desigualdades entre as pessoas só se justificam se os que estão pior estiverem na realidade melhor do que estariam num outro sistema qualquer mais igualitário.
JonY P'
Helena Henriques disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Helena Henriques disse…
Mas será que os senhores têm algum problema em relação a um brasileiro, um francês ou um nigeriano ter o mesmo estatuto, como cidadão que os senhores? E se têm, pode-se saber porquê? Quanto a igualdades e perfeições, ou se vai para outro mundo, ou a mentalidade e a realidade evoluem sempre de modo a que a perfeição esteja sempre além. Há até pessoas de quem se diz estarem à frente do seu tempo.
Anônimo disse…
Que horror!
No que me diz respeito, não tenho absolutamente nenhum problema em relação a um nigeriano, brasileiro ou mesmo, com algumas reservas, a um francês (é que terminei recentemente algumas leituras sobre os procedimentos dessa gente neste nosso país durante as guerras peninsulares e,... ainda não fiz toda a digestão!).
Não obstante, confesso que frequentemente tenho problemas com comportamentos de outros cidadãos deste mundo imperfeito e, no mundo perfeito, muitas culturas, comportamentos, usos e costumes teriam sido erradicados (ou usando um termo politicamente mais correcto; teriam evoluido). Até lá, essa erradicação será o fermento de muita conflitualidade.
No mundo perfeito todo o cidadão tem o mesmo estatuto porque simplesmente todo ele é, individualmente e públicamente, um cidadão perfeito.
E, tratando-se de um mundo de seres perfeitos, todos teriam a sensibilidade de não ferir, pelo seu comportamento individual, público e social, a susceptibilidade e o direito de qualquer outro.
Nesse mundo, tal sensibilidade seria tão natural que a palavra estrangeiro até teria de se procurar no dicionário, como afirmei na postagem inicial.
Quanto a igualdades e perfeições optemos por dar uma forcinha, por pouca que possamos, á referida evolução para a perfeição, mesmo que ela esteja sempre além: Não só nos mantém ocupados em algo que vale mesmo a pena, como a opção da emigração para outro mundo...minha senhora,... depois teria de comentar por via sobrenatural, o que seria uma maçada e me deixaria muito triste.
Jony P'
Helena Henriques disse…
Talvez essa "forcinha" também passe pelo direito à diferença e alguma humildade Jony P', certamente que temos problemas com comportamentos dos outros, curiosamente já é mais raro termos com os nossos, o que não implica que não tenhamos comportamentos susceptíveis de provocar problemas a outrém. Eu por mim confesso-me mais aberta com comportamentos justificados por outras culturas cujo convívio é sempre enriquecedor que com comportamentos igualmente ou mais incomodativos provindos dos chiques da minha "cultura" - então se formos para a estrada, Bingo! Quanto melhor o carro mais incomodativa costuma ser a conduta.
Sugiro Jony P' umas viagens, divertes-te e enriqueces - caso não optes pelo resort tipo aquário.
Anônimo disse…
Essa "forcinha" passa decididamente pelo direito á diferença! Nada disse contra direito á diferença, que é um direito e é enrriquecedor. Penso, é que fui apressadamente interpretado, embora não saiba porquê e/ou com que criério. Compreendo e aceito toda e qualquer diferença dentro dos limites em que considero haver liberdade indivudual, e do cidadão em geral. Já que noutros comentários se fala de Hegel, defenderia o mundo que sabe que TODOS são livres, por oposição a um outro, também por ele mencionado, que sabe que UM é livre, ou ainda um outro, que sabe que ALGUNS são livres. Propunha até que recuassemos a Kant, que achava que não pode haver nada mais terrível do que as acções de um homem terem de se sujeitar á vontade de outro. Já agora, e por falar em Kant, a tal "forcinha" será uma coisa do género do seu "imperativo categórico": Age segundo uma máxima tal que possas querer ao mesmo tempo que ela se torne uma lei universal.
Se isso é falta de humildade? Fico a saber.`
É que os comportamentos que incomodam são aqueles que, independentemente das culturas, mas muitos com raízes culturais, ferem o modo como eu vejo o que é liberdade individual e colectiva das pessoas. Se outros têm outro conceito de liberdade, com humildade, aceito mas pergunto:
As mulheres na Arábia Saudita já podem andar na rua vestidas como lhes apetece? Já podem decidir sobre o seu presente e o seu futuro? As, da maior parte do mundo, já têm as mesmas oportunidades e facilidades? A casta dos intocáveis, na Índia, já pode aspirar a alguma dignidade? As lapidações, os enforcamentos, os fusilamentos, em certas paragens e muitas vezes por questões de opinião ou de comportamento fora dos canones morais impostos, deixaram de ser prácticas ainda visíveis? É aceitavel decepar uma mão como pena a ser aplicada por roubo? Numa ilha da Pacifico acabou o ritual funerário de fazer dos miolos do defundo uma refeição para os seus familiares, a ponto de se ter verificado uma doença humana, mas do tipo da das vacas loucas? Já faleceu a última chinesa a poder mostrar o resultado da práctica do enfaixamento dos pés? etc.,etc.
Falta de humildade?!!..
Com toda a humildade, acredito na aculturação universal. E, com o mundo cada vez mais pequeno ela acontecerá - tenho a certeza. Mas, ainda temos muito a aprender, a transmitir, e que gerir muitos conflitos.
Dados os exemplos acima, curiosamente é natural ser mais raro termos problemas com os nossos comportamentos, apesar de termos efectivamente comportamentos susceptíveis de provocar problemas a outrém. Mas sobre isso, tu e o Vinhas é que gerem o Blog e poderão lançar o tema quando entenderem. Contudo, e só porque é mencionado o comportamento rodoviário, é um estéreotipo a relação mencionada (civismo na estrada/qualidade da carroça). Também há quem o relacione em termos rEdoviários: (civismo na estrada/carrinha comercial com redinha). Balelas. Álias seja carroça melhor ou carroça pior, seja chique ou "broeiro", seja preto seja branco, cabemos cá todos.
Eu tento distinguir é BOA gente de MÁ gente. E, há boa gente e má gente em todos os lugares, credos e culturas.
A propósito de viagens, adorei a sugestão. Podendo (haja dinheiro!) lá irei eu. Mas atenção: Por acaso as pessoas mais retrogadas que conheço são bem viajadas. E nem todas no estilo resort aquário: uma viveu quatro anos na ásia (Índia e Macau), outra por muitos sítios, como "médico sem fronteiras".
Enfim, o conceito de espirito aberto e enriquecimento cultural pode ser muito relativo. E, com humildade, penso ter o espirito aberto o suficiente para nunca etiquetar ou adjectivar ninguém, e a ponto de aprender e dar razão aos que a demonstrem (Como já aconteceu neste blog)
J.P'
Helena Henriques disse…
Sim, falta de humildade civilizacional, presunção de superioridade civilizacional. As mulheres na arábia saudita querem andar vestidas como tu achas que gostariam? Achas que a senhora turca que recorreu ao Tribunal dos Direitos Humanos para ter direito a usá-la (burka) na faculdade de medicina foi obrigada? O comportamento rodoviário tem a ver com o tal respeito pelo espaço dos outros e foi por isso referido. Quanto a viagens se conheces uma pessoa viajada e retrógrada, lamento por ela. E se nunca etiquetas ninguém, como explicas a "BOA e MÁ gente", nunca digas nunca, os absolutos são complicados. Já agora, em vez de te preocupares tanto em encontrar traves na cultura alheia, com as burkas, por exemplo, medita porque motivo, na tua cultura, havendo mais mulheres qualificadas praticamente não aparecem em cargos importantes - as percentagens são preocupantes.
Anônimo disse…
Pois se querem andar de burka, que andem. A senhora Turca fez muito bem! Se querem levar umas vergastadas, força. Se querem a mãozinha cortada, á vontade. Se cá querem ir a pé ou de joelhos a Fátima, boa-viagem!
MAS,...TODOS QUEREM? E,...COMO É COM OS QUE NÃO QUEREM? É a isso que me referi: Ás senhoras, a viverem noutras paragens que não a da mencionada senhora Turca; Ás que são insultadas e perseguidas por não estarem a usar Burka. Presumo que se não estavam a usar é porque não a queriam usar!
A tua referência ás etiquetagens é pertinente, e penso ter de a aceitar. Espero é que, dentro do possível, não ande para aí a colar etiquetas por tudo, por nada ou pelo que penso á partida ser este ou aquele. Isso seria falta de humildade intlectual.
Na minha cultura há muitas traves. Mas, nunca disse que a minha cultura é perfeita. Disse, é que temos, TODOS (os outros e nós próprios) muito a aprender entre TODOS (a tal referência á aculturação universal): è a dialéctica.
J.P.
Helena Henriques disse…
A senhora turca tem direito à sua religião e a agir de acordo com ela, uma vez que não está a prejudicar ninguém, independentemente do q pensa qualquer j.p' (não é bonito referir-se a ela como se fosse demente), e isso é o que de mais glorioso apregoa a cultura ocidental - embora tenha algumas dificuldades em cumprir. Quanto a perseguições e totalitarismos está aqui no blog um belo post do vinhas. Ah, o meu pc também tem caps lock, mas é de desagradável leitura, pelo que sugiro que não seja usado.
Anônimo disse…
Claro que a senhora turca, tem direito á sua religião e a agir de acordo com ela, não estando a prejudicar ninguém. Tanto ela como qualquer outra pessoa que não vá prejudicar ninguém. Se disse que fez muito bem, é porque penso que fez mesmo bem. Nunca me referi a ela como sendo demente. Digo mesmo que não deve ser nada demente e deve ser determinada. Quando opinei, por exemplo, que se querem cortar a mãozinha, pois que a cortem, não é ironia, pois essa realidade existe e, respeito-a (Não sei em que país africano de religião maioritáriamente muçulmana, num documentário foi entrevistado um individuo que, por roubo, entre duas penas alternativas que lhe foram propostas, optou, em consciência, que lhe cortassem a mão. Foi seu desejo, por arrependimento e pela sua religiosidade, que assim se procedesse). Só acho que essas prácticas, e algumas impressionam-me, assim como outras da nossa ocidental cultura, não são aceitáveis se impostas por motivos que não os da livre escolha individuaal e colectiva.
Também concordo que a cultura ocidental apregoa a compreensão, mesmo tendo difuculdades em cumprir. Mas, pelo menos apregoa.

Usei caps lock apenas para realçar a ideia principal que queria transmitir: Todos, no sentido de que tem de se levar em conta a liberdade de escolha de cada um.
Se, a exemplo de outros simbolos agora muito usuais, o uso de caps lock tem alguma conotação desagradável que desconheço, peço desculpa.
Enfim, bem ou mal, o mundo já rodava e continuará a rodar, independentemente do que pensa um qualquer j.p'

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