Pular para o conteúdo principal

Alice no país da crise

8. The Queen's Croquet Ground

Afinal, o jardim de toda a beleza é governado por um baralho de cartas! E cada uma cumpre o seu papel estratificado.

Há tirania e submissão, há repressão e morte. O encantamento quebrou-se e a falta de Lógica desaparece.

Tudo permanece exactamente da mesma forma. Sofremos e perecemos. O jardim é um encantamento precário até abrirmos os olhos e tocarmos a realidade.

O jogo que é obrigada a jogar acaba por ser a representação de todo o absurdo da tirania: cada incoerência e caos são estritamente controlados pela Ordem de um poder absoluto que não encontra forma de preencher a solidão.

São os impulsos de um tirano temperamental que desgovernam o sentido colectivo e a inútil procura da coerência uma perda de tempo.

O único espaço possível é a rebelião e a morte.

Arriscar perder a cabeça. Sonhar outro jardim.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Alguém nos explica isto?

Os registos de voo obtidos por Ana Gomes em 2006 revelam que, entre 2002-2006, em pelo menos 94 ocasiões, aviões cruzaram o espaço aéreo português a caminho de ou provenientes da Baía Guantanamo . Em pelo menos 6 ocasiões aviões voaram directamente das Lajes nos Açores para Guantanamo. Ver o relatório da ONG britânica. Não creio que isto nos deixe mais seguros e tenho a certeza de que me deixa a consciência pesada, foi o estado em que me integro que permitiu isto. PS (por sugestão do Vinhas). As notícias sobre um dos aviões que transportaram presos para Guantánamo e que agora se despenhou no México carregado de cocaína podem ser vistas aqui e aqui ou ainda aqui.

2013: O que fazer com um ano inútil

Resumindo tudo e contra a corrente de louvor papal, o ano de 2013 teve como figura principal o conflito e poderia ser retratado por um jovem mascarado a atirar pedras contra a polícia. Nunca como em nenhum outro ano a contenção policial foi necessária perante a ordem de injustiças, desigualdades, nepotismos, etc., etc. etc. Os Estados deixaram de representar os povos, as nações estão a ser desmontadas e os grandes interesses financeiros instalam-se com uma linguagem musculada sobre o mundo, definido as barreiras dos que tem e dos que estão excluídos deste novo mundo que se desenha, ficando ainda umas réstias por eliminar mas que se mantem enquanto necessárias. Neste mundo conturbado onde grandes interesses se disfarçam, de Estado (Rússia, China ou Coreia, por exemplo) e onde o Estado foi substituído por interesses específicos de natureza transnacional (Portugal, Grécia ou Itália) ou aqueles em que o Estado é uma fachada de recurso (EUA) para interesses particulares. A dívida, a crise,...