Há tempos foi noticiado em todos os telejornais o caso da funcionária de uma Junta de Freguesia que, apesar de incapacitada, foi declarada apta por uma junta médica e teria de se apresentar ao serviço, o Ministro das Finanças interveio solicitando nova junta médica, mas o resultado foi o mesmo, e os paisanos uniram-se na desaprovação, porque era desumano. Os imparciais jornalistas deram a versão objectiva dos factos e da indignação, descobriram-se as juntas médicas e a sua infâmia. Os coros soaram tão alto, mas tão alto que, pode dizer-se terão chegado aos céus. É, segundo o Correio da Manhã (aqui), a Ana Maria foi agraciada com um milagre numa ida ao Bom Jesus de Braga e está praticamente boa. Creio que os telejornais terão pecado por laicismo, mas não vi esta milagrosa notícia ter honras de horário nobre, ou outro...
Na óptica dos partidos mais votados em Portugal, a governação em situação minoritária ou de coligação é inviável. A ideia de um pequeno partido poder influenciar, propor e monitorar o comportamento aberrante dos partidos centrais é uma situação intolerável para estas máquinas de colocação de militantes e de controlo de investimentos privados. Acenam com o caos, a ingovernabilidade e o piorar da situação do país. Esquecem que o país caminhou para o fundo do abismo pela mão de ambos. Não por uma inépcia ou incapacidade das suas figuras, mas por dependência de quem os financia, de quem os povoa e da impossível subversão ao sistema corporativo vigente. Sócrates afrontou algumas destas entidades instaladas e vive a antropofagia quotidiana dos jornais e televisões e – vejam lá – ele não é um perigoso extremista, até porque o seu partido chutou soberanamente João Cravinho para canto, mais os seus amoques contra a corrupção. Se a memória não me falha Ferreira Leite foi a Ministra que teve a pe
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