Até há uns dias atrás, sempre estive convencida que, em democracia, à oposição competia apresentar políticas alternativas às políticas do governo, e negociar as situações em que, sendo necessária uma maioria de deputados, a maioria governamental era insuficiente. Afinal não, afinal, segundo a nova líder do PSD, à oposição compete fiscalizar a actividade governativa. Não sei se percebi muito bem tão elevada teoria, e se essa fiscalização colide com a dos Tribunais de Contas e Constitucional, ou se se limita ao acto político de dizer no órgão legislativo que está mal, ou eventualmente que não coincide com o programa político apresentado em eleições pelo partido vencedor. É claro que, pensando bem, e observando um bocadinho do canal Parlamento, conclui-se que alternativas e ideias são bens escassos, se calhar é isso mesmo, a tal da fiscalização, uma espécie de ASAE que fiscalizando actos políticos se limita ao 'tá mal colorindo-o com retórica digna da discussão de café mais inútil, o que faz sentido, afinal o acto político não é sindicável e apresentar alternativas é perigoso, o cábula do lado pode copiar, e os eleitores precisam apenas de informação na altura de votar, e, e.
Opaco. Não é preto nem branco. Também não é cinzento. É algo que permite entrever (formas, silhuetas…). Percebe-se quando o movimento esta lá. Ao mesmo tempo não se sabe bem quem ou o que se move. A forma velada é sedutora e enganadora. Posso errar mas posso tentar. Lembra a infância, o bafo nas janelas das salas quentes quando chove lá fora. Identifica tudo aquilo que presumimos sem ter a certeza. É o avatar das nossas dúvidas!
Comentários
De resto a referência ao facto de as ideias serem um bem escasso é bem vista. Ainda bem que os carros não andam a ideias senão estavamos mesmo mesmo desgraçados.