Até há uns dias atrás, sempre estive convencida que, em democracia, à oposição competia apresentar políticas alternativas às políticas do governo, e negociar as situações em que, sendo necessária uma maioria de deputados, a maioria governamental era insuficiente. Afinal não, afinal, segundo a nova líder do PSD, à oposição compete fiscalizar a actividade governativa. Não sei se percebi muito bem tão elevada teoria, e se essa fiscalização colide com a dos Tribunais de Contas e Constitucional, ou se se limita ao acto político de dizer no órgão legislativo que está mal, ou eventualmente que não coincide com o programa político apresentado em eleições pelo partido vencedor. É claro que, pensando bem, e observando um bocadinho do canal Parlamento, conclui-se que alternativas e ideias são bens escassos, se calhar é isso mesmo, a tal da fiscalização, uma espécie de ASAE que fiscalizando actos políticos se limita ao 'tá mal colorindo-o com retórica digna da discussão de café mais inútil, o que faz sentido, afinal o acto político não é sindicável e apresentar alternativas é perigoso, o cábula do lado pode copiar, e os eleitores precisam apenas de informação na altura de votar, e, e.
Na óptica dos partidos mais votados em Portugal, a governação em situação minoritária ou de coligação é inviável. A ideia de um pequeno partido poder influenciar, propor e monitorar o comportamento aberrante dos partidos centrais é uma situação intolerável para estas máquinas de colocação de militantes e de controlo de investimentos privados. Acenam com o caos, a ingovernabilidade e o piorar da situação do país. Esquecem que o país caminhou para o fundo do abismo pela mão de ambos. Não por uma inépcia ou incapacidade das suas figuras, mas por dependência de quem os financia, de quem os povoa e da impossível subversão ao sistema corporativo vigente. Sócrates afrontou algumas destas entidades instaladas e vive a antropofagia quotidiana dos jornais e televisões e – vejam lá – ele não é um perigoso extremista, até porque o seu partido chutou soberanamente João Cravinho para canto, mais os seus amoques contra a corrupção. Se a memória não me falha Ferreira Leite foi a Ministra que teve a pe
Comentários
De resto a referência ao facto de as ideias serem um bem escasso é bem vista. Ainda bem que os carros não andam a ideias senão estavamos mesmo mesmo desgraçados.