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Hibakusha

Este é o nome que os japoneses dão a quem sobreviveu ao ataque nuclear em Hiroxima e Nagasaki.

Hoje morreu o último sobrevivente oficial, Tsutomu Yamaguchi, com 93 anos.

Foi um dos 34 duplos hibakushas (presenciaram em ambos os locais nos dias das detonações) que existiram.

Toda a sua vida foi condicionada por inúmeros problemas de saúde que evito enumerar por razões óbvias.

Em 2006 publica um livro sobre esta experiência, protagonizando também um documentário e recebe o seu primeiro passaporte para fazer conferencias onde explica que a bomba atómica não se justifica, nem para acabar com uma guerra.

Em 1945, 220.000 pessoas foram chacinadas num ápice e talvez o dobro tenha desaparecido nos anos que se seguiram.

Desaparecidas as razões de tensão nos anos 80, nem por isso os arsenais tiveram uma redução significativa. Pelo contrário, a ambição de inúmeras nações de disporem de meios de dissuasão neste momento lança a dúvida de quantos países possuem armamento nuclear e em que quantidades.

Junte-se a isso a certeza de que os dados oficiais das grandes potências excluem uma quantidade indefinida deste tipo de armamento.

Claro que a questão do armamento nuclear passou para segundo plano num mundo que sabe (algum dele!) que entramos na contagem regressiva da sobrevivência ambiental.

E deste tipo de extinção não haverá hibakushas.

(Contabilidade arrogante: somem os três orçamentos militares da China, Rússia e Estados Unidos. Dividam-na pelas 5 principais questões ambientais do mundo – energias limpas, reconversão industrial, recuperação dos solos/reflorestação, preservação ambiental da água potável e protecção de espécies da extinção. Qual seria o resultado?).

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