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1X2

1. Batinas x Aventais
Derbi nacional desde o Séc. XIX. Nos milhares de encontros que já tiveram contam-se vitórias estrondosas de um e de outro lado, mas o resultado que predomina é o empate. E desde os anos 80 que as equipas confundem-se no terreno de jogo, de tal maneira que alguns atletas parecem jogar dos dois lados. Menos Paulo Portas que se nota à distância e desde a sua juventude que foi educado por jesuítas.
As batinas ganham sempre que escolhem o árbitro e está visto que farão o seu jogo de “coitadinhos dos pobres à mão destes políticos sem vergonha. Mas não vos revolteis que nós vamos receber rodos de benefícios do Estado e criaremos PPP´s sociais para vos dar um pouco de conforto e manter a desigualdade da distribuição”.

2. Austeridade x Tachos
O povo está a portar-se bem, tem feito umas manifestações divertidas que têm encantado os governantes pela capacidade de recuperação desta instituição nacional designada de “respeitinho”. Muita verborreia e pouca contestação direta o que significa que o povo no seu conjunto está satisfeito em ser enrolado e rosna em comentários insultuosos nos jornais mas abrem-se em sorrisos e desculpas quando são chamados a contestar. Assim, austeridade pode prosseguir o seu desígnio sem ninguém a perturbar. Já a equipe do tacho está em fase de reorganização e começa a montar uma armada poderosa. Durante este ano a maior despesa pública será mesmo a indenização dos antigos ocupantes de cargos para a introdução dos “novos atletas”. Esta semana anunciaram uma série de contratações de peso, mas não pararão por aí. Os tachos porão os austeros a lamber-lhes as mãos…

3. Pingo Doce x Nacionalismo
Tem sido divertido acompanhar a desinformação sobre o assunto, as desculpas dos gestores, o arrivismo esquerdista e o nacionalismo hipócrita à volta da questão. O Pingo Doce é uma empresa privada. Pode ir para onde quiser e pagar impostos onde quiser. Ou se é a favor do capitalismo internacionalista e global ou não. Agora fazer o número de “virgem puta” que algumas figuras andam a fazer não tem sentido algum. Onde estavam estes hipócritas quando as empresas semipúblicas buscaram outros destinos? Será porque não há lugares não executivos garantidos a algum político da praça? Não me choca a saída desta e de outras empresas, nem sequer o argumento utilizado. Não acho que serão menos patriotas que estes políticos meliantes. É a lógica do mundo capitalista e da acumulação que os fazem partir. Se alguém do governo ou destes políticos de 2ª não estão satisfeitos sempre poderão engajar na esquerda a sério… embora duvide que esta vos queira.

4. Senhorios x Arrendatários
A arbitragem vai prejudicar ambos os jogadores. Seria muito mais simples ter criado rácios a partir da idade do imóvel, valorização da zona onde está inserido e outros critérios sensíveis do ponto de vista da construção e localização para definir um valor urbano intrínseco (já sei que é a lógica essencial das zonas para os ricos e para os pobres, mas o mercado de arrendamento já é assim!) que determina uma renda ajustada ao imóvel (em vez de inventar o que o inquilino pode ou não pagar. Para isso se cria habitação social ou outros mecanismos adequados como por exemplo uma mais justa distribuição da riqueza!) e não inventar fórmulas absurdas. Vão perder os dois.

5. João Jardim x Farmácias
João Jardim é como a Alemanha. No final ganha sempre. Ele sabe que só tem de cozinhar a contestação por mais dois anos e depois toda a gente vai “ajudar” a Madeira para que os votos caiam para este lado (e palpita-me que nas próximas eleições estes votos serão mais do que necessários!). Resta saber como reagirá o pobre madeirense a ver as suas benesses serem regateadas ao longo dos próximos dois anos. Se JJ se aguentar, as Farmácias na Madeira serão reprimidas com uma qualquer medida absurda que toda a gente contestará mas que vão deixar passar.

6. TDT x Bolso do contribuinte
Esta original forma de criar uma sobretaxa com um aparelho que sai do produtor a menos de 5€ para poder ver uma TV que já é coercivamente paga na fatura da luz (agora sim uma função social da empresa em versão original: fiduciária de uma tributação fiscal) e promotora da compra de serviços cabo, levanta uma questão essencial: precisaremos nós de TV? Os 4 generalistas numa batalha comercial para ver quem transmite a coisa (não se pode chamar exatamente de programas…) mais degradante, indigente e boçal (a que se dá o nome de entretimento!) faz-me refletir sobre em que o mercado transformou o consumidor: num parasita obeso e moralmente degradado, capaz de tudo criticar e em nada se implicar, individualista desinstruído e desestruturado, a tudo temente e a tudo subserviente. Por estes 4 não vou ali comprar qualquer dispositivo (até porque não os vejo mesmo!) A restante parafernália do cabo, dos 200 canais propostos vejo ocasionalmente 10/12. Não tenho Sport TV nem canais de filmes e outros habilidosos custos “extra”. Cerca de metade do tempo em que a tv está ligada é apenas como suporte a outro tipo de entretimento (jogos, net ou dvd). Tirando idosos e solitários (esperemos que os hospitais não adiram. Já basta estar lá, em sofrimento e a pagar taxa moderadora!) não vejo a quem possa interessar comprar o “coiso”. Gostaria sinceramente que o bolso do contribuinte ganhasse neste caso, mas já nascemos derrotados…

7. Austeridade x Pobreza
Uma incontornável vitória da pobreza! Sempre que a austeridade aparece incide sobre quem tem menos. Daí que a austeridade não é uma equipa: é um “la la land” instituído por políticos que tem de zelar pelos abastados. A austeridade é uma daquelas equipas-fantasma de que se sabe apenas o que nos vai levar e nunca o que irá trazer e da qual vemos não afetar quem mais pode contribuir. O seu eterno treinador – Cavaco e Silva – perora sobre a necessidade de que a Austeridade seja mais “justa”. Esta cómica afirmação tem dois desvios à lógica: 1- A Austeridade é uma questão de caráter, de rigor e de disciplina. Quem pouco tem conta os seus recursos; quem muito tem ou julga ter esbanja e vive na impune. Quem foi irresponsável nesta história? O PS, o PSD, as suas luminárias e as criaturas de caráter relativamente indefinível que povoaram as instituições tutelares, como bancos, grupos económicos ligados à saúde, a Maçonaria, a Igreja e a uma tribo de gente sem nível mas que por fidelidade ou filiação, estes partidos deram a mão. Será sobre eles que veremos a Austeridade? Não. 2. A ideia de distribuir proporcionalmente a Austeridade é a inversão lógica da distribuição da riqueza: não se pode distribuir sacrifícios a quem não contribuiu de uma forma inequívoca para o descalabro e cuja a margem de contribuição é nula ou diminuta. Tivesse havido uma justa distribuição dos rendimentos e a justa distribuição de sacrifícios faria sentido. Assim, a pobreza ganha sempre e quanto maior for, mais feliz alguém fica!

8. Antonio Oliveira x Joaquim Oliveira
Isto é uma cena assim tipo Caim-Abel promovida na devida altura. Dizer que uma pessoa que tem uma empresa com o monopólio da distribuição televisiva de jogos tem uma grande influência nos setores diretivos parece chover no molhado. Em quase toda a Europa se passa o mesmo. Os clubes aqui participam no conluio. Dizer que essa influência sem mais intervenção de ninguém é definitiva parece-me exagero. Há os acordos políticos, os patrocinadores, os interesses dos empresários dos jogadores, etc.. Que todos se comungam a um determinado nível é verdade; que fora desses interesses há lutas fratricidas também. Mas o importante é que as notícias do conflito e da corrupção se orientem para o futebol, para que o povão não tenha de “gastar a cabeça” com outras “pérolas”. Bem tentaram incendiar o Sporting x Porto, a ver se a coisa se desviava da EDP, mas nem jogadores, nem adeptos deram para este peditório: bem-haja. Mas como não resultou, arranjaram uns patronos para voltarmos ao discurso da corrupção do futebol e aquela conversa de antanho. Só cai quem quer…

9. Sócrates x Inglês Técnico
Vai à praça pública um dos assuntos antigos por resolver com Sócrates. Presumo que o atual curso não lhe coloque perante as diatribes da língua de Byron e que lhe tenha aberto o coração para a visão Kantiana sobre o Egoísmo. Como sempre, aguarda as decisões da justiça sobre estas coisas, numa altura em que as sentenças são cada vez mais originais. Quanto ao Inglês Técnico, pelos visto chegou para derrotar um Primeiro-Ministro!

10. Grécia x Euro
Aposto que a Grécia se vai livrar da dívida primeiro que Portugal e que o Euro vai definhar e morrer velhinho lá para o fim do ano! Depois de tudo privatizado e o país entregue ao estrangeiro poderemos ser uma China como deve ser!

11. King Jong-Un x Realidade
O neto do King anda todo convencido das suas enormes aptidões físicas, intelectuais e desportivas porque não se quer confrontar com a realidade insofismável de que, em Portugal, há homens maior que ele!
Senão vejamos: Será capaz o pequeno King de estar constantemente alerta como o ex-Presidente do Banco de Portugal, a quem não escapou nenhum movimento suspeito dos Bancos? Olho de águia, raciocínio de alcateia e memória de elefante, nada lhe escapou; acaso o Un é capaz de se manter em liberdade e sem julgamento como o Vale Azevedo? Nem na própria Coreia do Norte! Apenas no Ocidente e com um tuga retinto isso é possível. Como se fosse um Mourinho do enrolanço, já ganhou em Portugal, em Inglaterra e não sei se, qualquer dia não estará aí, na tua coreia do Norte, a vender o teu palácio (perdão, do povo! Afinal, até tens algum jeito…). Não és capaz de ler tão depressa como o Marcelo, não consegues privatizar uma empresa e enche-la de provectos membros do partido ao mesmo tempo. És capaz de vender coercivamente uma coleção de arte que não vale nem metade do que custou e criar um museu num sítio que não o é ainda queixar-se disso? Pois não Un, afinal não vales nada e perdeste por 10 hole in one a zero!

12. Hugo Chavez x Implantes mamários
Depois de termos descoberto que o cancro é uma invenção americana e que estes fazem chegar a doença aos líderes sul-americanos, verificamos que os implantes também são uma estratégia de terror do imperialismo. O argumento naturalista de Chavez sobre a mulher até é bonito mas temo em concordar inteiramente. A indústria da vaidade humana tem criado muitas ilusões de beleza é certo mas também um mercado para alguns produtos naturais que valorizam a preservação ambiental e tradições de práticas nativas. Depois porque penso que a indústria de implantes e estética em geral é importante (nem toda a gente precisa por razões de vaidade, há os acidentes, as deformidades físicas em crianças e jovens que impedem a sua socialização, etc.). O que aconteceu foi apenas mais uma burla de alguém que queria ganhar mais a custo de outro ser humano. Nada de novo. Empate.

13. Irão x USA
Ainda agora os americanos (pelo menos as famílias dos soldados) comemoravam a saída do Iraque e já é preciso começar a escovar as botas para voltar a região. Tal como na primeira invasão do Iraque em que se foi lá libertar o Kuwait, a ideia agora será a de libertar as águas internacionais.
O Irão estica a corda da guerra porque sabe o quanto ela é impopular no Ocidente e tenta tirar partido da relativa confusão em que vive o mundo árabe (e as economias Ocidentais) e leva-los a agigantarem-se contra o Ocidente e arranjar uma razão para destruir Israel. Com a estratégia ganha tempo para concluir o seu plano nuclear e tentar gerar o equilíbrio de forças na região. A ideia não é má mas apenas se conseguir aliados. Senão a Arabia Saudita e outros estados árabes “amarrados” ao Ocidente acabarão por criar um fato propício à intervenção militar.

No meu ponto de vista o equilíbrio nuclear seria bem-vindo (só com muita credulidade poderíamos admitir que Israel não tem armamento nuclear e que o processo de paz com o Estado Palestiniano levará a algum lado). O Irão não é menos irresponsável do que qualquer um dos países detentores de armamento. E o fator Rússia poderá aqui ter um valor de desempate por grandes penalidades…

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