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O reptiliano Pacheco Pereira

Na Sábado da primeira semana de Novembro PP – o nosso treinador de bancada da política – lá veio falar do despudor e fúria despesista da Casa da Música.
Tudo porque ficou impressionado com a distribuição sumptuária do programa de 2009 junto com o jornal Público, referindo que a qualidade e densidade do volume mostra que a crise não chegou a esta instituição do Porto.
PP tem o dom (já demonstrado em outras tantas escrituras) de imaginar um mundo reaccionário onde a sua palavra divina faz rejubilar os corações. Mas que eu saiba, tirando a família e o Rui Rio, ninguém o leva a sério. Nem o Alberto João, seu correligionário.
Como a única coisa que tem demonstrado ao longo da sua extensa existência é aquela atitude de velha que passa o dia à janela a ver e comentar o que os vizinhos fazem, desligou-se da realidade e até já custa hostilizar. Faz, isso sim, uma pena confrangedora.

E explico porque:
Provavelmente sairá mais compensador fazer um programa de qualidade do que aqueles irritantes desdobráveis que até deveriam ser proibidos em nome do respeito pela floresta.
Em lugar de anúncios na TV, ganha-se 220 páginas de qualidade, que dá gosto ter na estante.
Fico feliz pela Direcção da Casa da Música pensar no seu público como merecedor de qualidade. É um livro que se estima e guarda e não uma caquéctica brochura que se deita fora na primeira esquina.
Quanto a comparação do programa da Casa da Música com as agendas autárquicas é o mesmo que comparar os bichos do titulo das suas crónicas (lagartixa e jacaré) e para que, por uma vez que seja, a sua mente se ilumine de alguma decência vou simplesmente dizer que as estratégias das Câmaras estão redondamente enganadas. Tomemos como exemplo a sua querida cidade do Porto: a agenda tem o tamanho dos objectivos culturais de Rui Rio: não se consegue ler aquelas letras pequeninas (o próprio Rio o confessou!); com a necessidade de parecer que tem muita coisa enchouriçam o catálogo com tudo o que é romaria, abertura de loja de cristais e conferencias sobre a vida para além da morte. A Agenda do Porto vê-se em 15 segundos e nem para os cartuchos das castanhas serve porque até o papel não presta.
Mantendo o exemplo do Porto, nenhum jovem minimamente avisado vai ao site da Câmara que mais parece uma pequena capela maoísta(o senhor sabe do que eu estopu a falar!) onde, em toda a parte, encontramos a figura do Grande Líder!
Diga-se em abono de Rui Rio que não é exemplo único nem original: criou-o por cópia do modelo doutros sites autárquicos.

Depois, há que raciocinar: tendo a casa da Música os parceiros que tem – empresas de prestígio e de gestão avisada que possuem jornal, gráficas, designers e outros tantos recursos associados, acha mesmo que terá sido assim tão sumptuário? Goste-se ou não, a Casa da Música tem o porte que tem porque é gerida e estruturada com um objectivo: a qualidade.

Finalmente e para não demonstrar que sou um ingrato revanchista, direi que o papel da internet na divulgação da Casa da Música deve, de facto, ser mais valorizado.
Um pormenor que nos alivia é o facto de não encontraremos no site da Casa da Música centenas de fotos de Belmiro de Azevedo para grande felicidade do próprio e de todos nós!

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