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O Mistério de Belém

Certo de que será mais um assunto debatido e explorado à exaustão e do qual – como sempre – não haverá consequências e que se transformará num não-assunto depois das Autárquicas, o Mistério de Belém incomodará apenas os que estimam a responsabilidade necessária da Democracia e da imprensa.

O obscuro discurso do Presidente serviu para acicatar os espíritos que gostam do carácter místico do assunto e que dele se vão servir para manter a tensão política inútil.

Assim, enquanto modesto cidadão, gostaria de obter uma resposta mais chã e terrena a cinco questões de resposta fechada e uma de resposta aberta:

O Presidente mandou o seu assessor disseminar uma notícia ?
Sim ou Não
O Presidente detectou objectivamente qualquer vestígio efectivo de escuta/vigilância/comprometimento dos seus sistemas de informação?
Sim ou Não
O Presidente, utilizando os meios de que dispõe, realizou alguma iniciativa de verificação das suas suspeitas, admitindo que as mesmas datam de Abril do ano passado?
Sim ou Não
A coação referida pelo Presidente e supostamente praticada pelo Governo dizia respeito a um acto de colaboração na elaboração do Programa do PSD, daquilo que se objectiva do seu discurso. Houve ou não colaboração?
Sim ou Não
A referida coação terá ocorrido em Agosto, período de férias do Presidente. Esta coação (admitindo que coação significa obrigar, forçar ou entendida como mal injusto, grave e eminente, utilizado por uma pessoa em face de outra por meio de manobras/maquinações com violência física ou psíquica, a fim de forçar uma declaração de vontade contra a vontade voluntária do coagido) não deveria implicar uma reacção imediata e incisiva do Presidente, uma vez que um Órgão de Soberania nunca pode ser objecto deste tipo de acção?
Sim ou Não

Considerando o cargo que ocupa e em função das respostas às questões anteriores, como avalia a sua permanência no cargo para que foi eleito?

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