1. Vitimologia da governação
Ao não conseguir atingir o seu desiderato, Passos Coelho e o seu grupo estabeleceram a margem da culpa: os outros.
Como os miúdos que culpam o professor pela má nota, o ávaro empresário que se queixa da improdutividade dos trabalhadores ou o sindicalista que amua por não conseguir o 0,1% que falta, este governo bate o pezinho mediático aos “mal-agradecidos juízes do TC”, ao povo em geral que não compreende o esforço de salvação nacional que “eles” estão a fazer e a incompreensão dos mercados, dos troikos e do deus alemão que nem imaginam como é difícil governar Portugal!
Resta-lhes partir para o silêncio da montanha, para o esquecimento e meditação monástica, para longe dos mortais. E se o seu ascetismo permitir a graça de uma revelação, voltem daqui a dois anos, encarnados em comentadores políticos!
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