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O misterioso mundo da poupança pública



6.

Cansados de taxar o indígena nacional, seja ele pobre ou rico, manda o bom senso que o Orçamento olhe para a despesa pública.

Receio no entanto que caminhemos para mais desemprego, recuo nas áreas sociais e manutenção das verdadeiras “gorduras”, onde ninguém tem os testículos necessários para intervir. Não vou repetir que um corte a direito nas PPP’s, nas benesses públicas a negócios privados e a moralização da Administração do Estado (entenda-se Governo e regalias do séquito adulante que envolve o governo) não são suficientes para a regularização das contas públicas, embora seja um enorme passo.

Reconheço que o fim de remunerações acessórias, subsídios de vária ordem e ajudas incoerentes com os rendimentos recebidos também seriam um pequeno empurrão mas muito meritório.

Admito que a Função Pública tem gente a mais. Sobretudo na faixa mal remunerada e na muito bem remunerada (Gestores) e que deveria ser desbastada ao arrepio do muito que se opõem os sindicatos e os responsáveis partidários. Confesso apoiar a redução de Freguesias e Municípios nacionais, embora ache que podiam ter trabalhado um pouco melhor introduzindo medidas de desconcentração do poder central e a manutenção de determinadas estruturas de desenvolvimento local (Hospitais, Centros de Saúde, Tribunais, etc.) para que as populações não sentissem que estavam a ser abandonadas como de fato estão a ser.

Claro que será a Saúde, a Educação e os benefícios sociais o que este governinho irá mexer. Aliás foi o que lhe pediram inicialmente: a entrega aos privados desta “atividade” económica e o abdicar dos Direitos, Liberdades e Garantias.

Afinal as coisas correram mal porque não conseguiram privatizar nada, certo?

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