Contrariamente ao que se esperaria, vejo o projecto do Dr. Passos Coelho de uma forma desassombrada.
Chamo-lhe projecto de Passos Coelho porque não reconheço possibilidade e viabilidade da sua aceitação no seio do seu partido (em certos aspectos até acho mais crível o PCP discuti-lo do que algumas luminárias deste partido inenarrável a que Passos Coelho pertence).
Em primeiro lugar agrada-me que um político assuma ao que vem.
São detestáveis os errantes e os que ocultam cadáveres: ficamos a saber da profissão de fé neo-liberal do actual suposto líder do PSD.
Em segundo, colocou a discussão numa área em que a Democracia portuguesa nunca foi clara: queremos ser liberais, socialistas, sociais-democratas? Ou só às vezes? Ou se calhar nada disso? Afinal, que modelo de sociedade queremos construir, uma que não seja meias tintas, provisória e ocasional, às vezes sazonal e tipicamente incoerente.
Pena que se servindo da Constituição e de um momento profundamente inoportuno o coloque (mas se calhar este é o momento possível e dramático onde deve ser colocado. Acho que o efeito strip tease na missa pode chocar mas ninguém vai desviar o olhar).
Por estas e por outras, Passos Coelho pode virar um tipo de herói trágico (Hamlet?) que desvaira pelo reino sem que ninguém o leve a sério e que no fim realiza a vingança: sobre a família e sobre si.
Posto isso, só falta dizer, neste episódio, que não concordo com nenhuma das suas propostas de revisão, mas isso são contas de outro rosário.
Chamo-lhe projecto de Passos Coelho porque não reconheço possibilidade e viabilidade da sua aceitação no seio do seu partido (em certos aspectos até acho mais crível o PCP discuti-lo do que algumas luminárias deste partido inenarrável a que Passos Coelho pertence).
Em primeiro lugar agrada-me que um político assuma ao que vem.
São detestáveis os errantes e os que ocultam cadáveres: ficamos a saber da profissão de fé neo-liberal do actual suposto líder do PSD.
Em segundo, colocou a discussão numa área em que a Democracia portuguesa nunca foi clara: queremos ser liberais, socialistas, sociais-democratas? Ou só às vezes? Ou se calhar nada disso? Afinal, que modelo de sociedade queremos construir, uma que não seja meias tintas, provisória e ocasional, às vezes sazonal e tipicamente incoerente.
Pena que se servindo da Constituição e de um momento profundamente inoportuno o coloque (mas se calhar este é o momento possível e dramático onde deve ser colocado. Acho que o efeito strip tease na missa pode chocar mas ninguém vai desviar o olhar).
Por estas e por outras, Passos Coelho pode virar um tipo de herói trágico (Hamlet?) que desvaira pelo reino sem que ninguém o leve a sério e que no fim realiza a vingança: sobre a família e sobre si.
Posto isso, só falta dizer, neste episódio, que não concordo com nenhuma das suas propostas de revisão, mas isso são contas de outro rosário.
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