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A semana em que as notícias foram em ramalhete – 2ª Parte


2. Secção “vamos brincar as polémicas?”

Excepções nos Açores «são péssimo exemplo», diz Marques Mendes
Excepções ao OE2011? «Nem nos Açores nem no resto do país»
Bem me estava a parecer que isto é mais uma questão insular a que o Marques Mendes não quer dar o flanco, sabendo que o Rei da Madeira, agora, vai inventar outra para si (o perdão dos 24 milhões aos partidos não conta!). De qualquer modo já há tantas excepções que esta até me parece benévola, embora imprópria.
O que Carlos César agora fez foi “negar o líder”. Quando o fizer três vezes poderemos estar em vias de ver a crucificação e o surgimento de outro galo a cantar…
(In Agência Financeira: Economia)

PGR não vai reabrir inquérito ao caso dos voos da CIA
A PGR finta a polémica, criando ela própria uma polémica só para si.
Um facto político que contradiz enunciados anteriores não é matéria para investigação? Um facto político que revela uma provável ocultação de uma atitude de um Governo contra as leis do Estado não constitui elemento suficiente? Mas então o que é preciso? Que o MNE seja apanhado numa rusga com um telegrama no bolso?
Está bem que a revelação é do Wikileaks que todos sabemos ser a fonte mais credível de informação no momento em que toda a gente tenta esconder o currículo debaixo de um colchão ou com umas campanhas humanitárias em África. E que com certeza o Assanje não pode testemunhar (porque se calhar já teve o acidente que lhe estão a preparar!).
Se não querem investigar ao menos arranjem outra história.
(In Diário Económico: Política)



3. Secção “precisamos invadir alguém rapidamente!”

Irão produziu primeiro lote de concentrado de urânio
Não me passa pela cabeça a benevolência dos Estados. O Irão a par da China são os países quem mais me fazem gastar selos e Internet a pedir a libertação ou não apedrejamento de alguém.
Tal como estamos hoje do ponto de vista civilizacional, o melhor mesmo é cada país (Liechtenstein incluído) possuir o seu próprio “pack” nuclear, uma vez que quem defende o fim do armamento nuclear é utópico.
Avancemos pois, que isso de tiranias, desrespeitos e atropelos em relação aos Direitos, Liberdades e Garantias não há quem esteja mais limpo que os outros.
(In TSF: Internacional)

Altos responsáveis chineses envolvidos em ciber-ataques contra o Google
Chegados ao “Admirável Mundo Novo”. Começam os ensaios para a guerra surda do futuro. A guerra em que desaparecemos do sistema, ou somos bloqueados, ou cancelados.
A guerra que deposita vírus em centrais nucleares para desvirtuar o funcionamento de centrais nucleares ou sistemas de mísseis (felizes dos que tem sistemas obsoletos e os podem lançar manualmente!).
A guerra que “rouba” dados e informações de empresas e Estados e os deposita numa qualquer esquina da Internet, a guerra que desvirtua a informação, reinventa-a, recria a realidade, a guerra que controla o
que fazemos, dizemos e pensamos de forma directa, imediata e sumária.
Se queremos mudar alguma coisa no mundo e recuar destes delírios, agora é o tempo. Mais uma década e seremos escravos em definitivo!
(In TSF: Internacional)

Pyongyang adverte Seul e Washington contra manobras no Mar Amarelo
Aguardamos pois que a China deixe cair o tiranete de serviço.
O problema aqui está na confiança de que a união dos dois lados, depois da eliminação da excrescência feudal do Norte, não represente um problema de segurança e competição com a China.
A Coreia do Sul deseja a neutralidade e até era capaz de viver sem um exército, mas não poderia contar com os americanos para sua defesa. A América não quer largar o seu quinhão nem os dividendos da “segurança paga” que mantém na região.
O que se discute aqui são hegemonias territoriais e não o tonto que lá está (e que será substituído por outro tonto!).
Do acordo entre América e China depende o futuro de uma Coreia una, desmilitarizada e reconciliada.
(In RTP: Internacional)

Ocupações originam tensão na ilha de Páscoa
São os pequenos acontecimentos que demonstram como o mundo corre cada vez mais para os braços da injustiça e iniquidade.

Os Rapanui esperam há 60 anos que o Estado chileno cumprisse com a realização de obras para recuperação de sua terra ancestral, Hanga Roa. Sai ditador, entra ditador, volta democracia e o que eram obras para dar dignidade ao povo autóctone passaram a exploração imobiliária e ocupação selvagem por construtores e outras criaturas.
Moral da história: para inverter os acontecimentos e chamar a atenção “ocuparam” (um eufemismo!) o que já era seu. Resultado: agora são ilegais e “perturbadores da ordem”.
Por via legal, alguns terrenos serão resgatados mas grande parte vai ser coberto por indemnizações que vão gerar novos pobres, novos enjeitados e as consequências habituais de pobreza, marginalidade e visitas da Angelina Jolie!
(In Diário de Notícias: Internacional)

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