“Sabemos que vai aumentar o desemprego e que as condições ainda vão piorar antes de melhorarem». Esta é a reação do ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, aos números do PIB divulgados pelo INE.
Ao mesmo tempo salienta que, no seu discurso inicial, não anunciou o fim da crise, mas sim que o próximo ano «será o princípio do fim da crise».
In Agencia Financeira
Não vou atrás da corrente que defende que Passos Coelho é mais mentiroso do que Sócrates porque prometeu uma série de coisas e fez o oposto em muito pouco tempo. Para acreditar é preciso ter fé no Bloco Central, coisa que não me passa pela cabeça a mais de um quarto de século!
Quando muito poderemos dizer que Passos é tão mentiroso como Sócrates, mas isso não tem interesse prático porque o plano nem sequer é deles. Só estão aqui para dar fazer o que lhes mandam.
Mas o que eu mais gosto é do Simplesmente Álvaro e da sua total falta de convicção ao transmitir as ideias e pressupostos de uma política que é a ausência da mesma. Dir-se-ia que há uma discrepância entre ser um economista e defender um plano de alienação do país.
Contrariamente a Vítor – que vai lentinho mas seguro – Simplesmente Álvaro parece incomodado por não fazer mais do que afogar o náufrago-nação ao ritmo que lhe é imposto e para onde todos os envolvidos neste projeto de retorno ao passado apontam.
Daí estas contradições e tiradas absolutamente irrelevantes com que a imprensa e a oposição se deliciam: sound bitter por defeito.
O plano (as pessoas perceberão lentamente) é salvar um modelo de dominação extremo. Empobrecer, estrangular e esmagar. Depois, afundar totalmente. A seguir, as pessoas trabalharão por um prato de comida, os especuladores terão capital para investir, as multinacionais terão mão-de-obra barata e uma legislação tão flexível que já nem será preciso celebrar contratos em papel: bastará estalar os dedos. Os banqueiros, como no tempo do Saudoso Oliveira, irão cortejando o poder à procura de benesses, negócios, facilidades e outros prazeres!
O Estado pouco ou nada gastará porque não executando políticas sociais (dará uns trocos à Igreja para tratar das alminhas), só servirá para inaugurar com pompa e circunstância e a preto e branco (que a TV pública a cores deve ser mais cara!) um mictório no Chiado ou uns banhos públicos no Porto.
No Estado caberão o Sr. Doutor e o filho do Sr. Doutor, jovem promissor e um pouco estouvado, mas filho do Sr. Doutor.
Tudo isto vi incontáveis vezes. Em diferentes lugares, com diferentes personagens.
Resta dizer a Simplesmente Álvaro que a sua boutade tem dono. É de C.S. Lewis, o das Crónicas de Nárnia e que foi conselheiro de Thatcher:
“When things go wrong, you'll find they usually go on getting worse for some time; but when things once start going right they often go on getting better and better.”
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