Pular para o conteúdo principal

OLÉ?

A imprensa generalista regozija-se com a "viragem à direita" da política espanhola.
Esta leitura deve ter algum cuidado porque, o que vejo, é um crescimento significativo da esquerda (que concorre completamente dividida em 10 partidos porque não se entende nas suas minudências...), que o mito monárquico da Espanha mantém-se sem correspondência para Bascos, Catalães e Galegos cuja representação a favor da "ampla autonomia" (no caso do BNG é mesmo independência!) e a pulverização do voto urbano numa panóplia de movimentos e especialidades cívicas que deu muito jeito à direita para conquistar uma maioria absoluta que estará em estado de graça, digamos, 30 dias.

Há que ter em atenção que, em Espanha, a direita tem um peso histórico sustentado pelo franquismo e monarquia que não tem correspondência na cidadania e identidade popular.
E os espanhóis não são mansos, pelo que a austeridade demente e a perda das conquistas sociais poderão ser vendidas a um preço muito elevado.

Veremos se esta paella não vai queimar o tacho!


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dos governos minoritários e maiorias absolutistas

Na óptica dos partidos mais votados em Portugal, a governação em situação minoritária ou de coligação é inviável. A ideia de um pequeno partido poder influenciar, propor e monitorar o comportamento aberrante dos partidos centrais é uma situação intolerável para estas máquinas de colocação de militantes e de controlo de investimentos privados. Acenam com o caos, a ingovernabilidade e o piorar da situação do país. Esquecem que o país caminhou para o fundo do abismo pela mão de ambos. Não por uma inépcia ou incapacidade das suas figuras, mas por dependência de quem os financia, de quem os povoa e da impossível subversão ao sistema corporativo vigente. Sócrates afrontou algumas destas entidades instaladas e vive a antropofagia quotidiana dos jornais e televisões e – vejam lá – ele não é um perigoso extremista, até porque o seu partido chutou soberanamente João Cravinho para canto, mais os seus amoques contra a corrupção. Se a memória não me falha Ferreira Leite foi a Ministra que teve a pe

Balanço e Contas: 2 anos de governação

Ao fim de 2 exaustivos anos de governação importa fazer uma reflexão não sobre os atos do governo mas sim sobre o comportamento da sociedade em geral relativamente ao que se está a passar. Para faze-lo, importa ter presente algumas premissas que a comunicação social e as pessoas em geral insistem em negligenciar e a fingir ignorantemente que não são as traves mestras do comportamento governativo: 1. Este governo não governa para os portugueses nem para os seus eleitores; 2. Este governo não pretende implementar qualquer modelo económico. Pretende apenas criar a rutura necessária à implantação de um; 3. A sua intervenção orienta-se por uma falsa perceção de que a sociedade portuguesa entrou em rutura com o socialismo e as conquistas sociais do 25 de Abril; 4. Para agradar credores e cair no goto do sistema financeiro que irá propiciar empregos futuros a quem for mais bandalho com o seu país, usou o medo para tornar a mudança incontornável, culpando e responsabilizan