A imprensa generalista regozija-se com a "viragem à direita" da política espanhola.
Esta leitura deve ter algum cuidado porque, o que vejo, é um crescimento significativo da esquerda (que concorre completamente dividida em 10 partidos porque não se entende nas suas minudências...), que o mito monárquico da Espanha mantém-se sem correspondência para Bascos, Catalães e Galegos cuja representação a favor da "ampla autonomia" (no caso do BNG é mesmo independência!) e a pulverização do voto urbano numa panóplia de movimentos e especialidades cívicas que deu muito jeito à direita para conquistar uma maioria absoluta que estará em estado de graça, digamos, 30 dias.
Há que ter em atenção que, em Espanha, a direita tem um peso histórico sustentado pelo franquismo e monarquia que não tem correspondência na cidadania e identidade popular.
E os espanhóis não são mansos, pelo que a austeridade demente e a perda das conquistas sociais poderão ser vendidas a um preço muito elevado.
Veremos se esta paella não vai queimar o tacho!
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