Pular para o conteúdo principal

Portas-Chavez: o mundo é mesmo uma anedota

Corria o ano do senhor de 2007 quando em artigo do semanário SOL, Paulo Portas desancava no “ditador anunciado” Chavez que (e cito a partir do site da Esquerda Net, já que não consegui encontrar em arquivo o artigo do Sol) “prende opositores”, “fecha televisões”, “quer ser um presidente vitalício” e que é “um ditador anunciado e só não vê quem não quer”.

Volvidos quatro anos (e sabemos que 4 anos em política corresponde ao tempo de formação de uma super nova…) lá estamos nós, sem espinhas, a cravar uns litros de carburante ao digníssimo representante máximo da Venezuela.

Não fosse já de si uma anedota de mal gosto esta coisa moderna que se chama diplomacia despersonalizada, Portas fez estas críticas dias antes de participar no congresso organizado pela União Constitucional Democrática (RCD), o partido d Bem Ali, sim, esse mesmo que os tunisinos deitaram fora através de um movimento com sangue, suor e lágrimas. Sim, desse mesmo país cujo “líder democrático” estava lá há quase três décadas em eleições com resultados “castristas” (99% mais coisa menos coisa).O nome do congresso era, pelos vistos, “Democracia e Desenvolvimento num mundo em mudança.”

Só falta dizer que faz isso por nós…





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Alguém nos explica isto?

Os registos de voo obtidos por Ana Gomes em 2006 revelam que, entre 2002-2006, em pelo menos 94 ocasiões, aviões cruzaram o espaço aéreo português a caminho de ou provenientes da Baía Guantanamo . Em pelo menos 6 ocasiões aviões voaram directamente das Lajes nos Açores para Guantanamo. Ver o relatório da ONG britânica. Não creio que isto nos deixe mais seguros e tenho a certeza de que me deixa a consciência pesada, foi o estado em que me integro que permitiu isto. PS (por sugestão do Vinhas). As notícias sobre um dos aviões que transportaram presos para Guantánamo e que agora se despenhou no México carregado de cocaína podem ser vistas aqui e aqui ou ainda aqui.

2013: O que fazer com um ano inútil

Resumindo tudo e contra a corrente de louvor papal, o ano de 2013 teve como figura principal o conflito e poderia ser retratado por um jovem mascarado a atirar pedras contra a polícia. Nunca como em nenhum outro ano a contenção policial foi necessária perante a ordem de injustiças, desigualdades, nepotismos, etc., etc. etc. Os Estados deixaram de representar os povos, as nações estão a ser desmontadas e os grandes interesses financeiros instalam-se com uma linguagem musculada sobre o mundo, definido as barreiras dos que tem e dos que estão excluídos deste novo mundo que se desenha, ficando ainda umas réstias por eliminar mas que se mantem enquanto necessárias. Neste mundo conturbado onde grandes interesses se disfarçam, de Estado (Rússia, China ou Coreia, por exemplo) e onde o Estado foi substituído por interesses específicos de natureza transnacional (Portugal, Grécia ou Itália) ou aqueles em que o Estado é uma fachada de recurso (EUA) para interesses particulares. A dívida, a crise,...