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Quando a crise é uma oportunidade: a demissão de Berlusconi

Aprazado para Fevereiro a saída da “coisa” mais estranha que habitou o poder em Itália desde Mussolini, verificamos mais uma vez que os mercados mais não são que intriguistas especulativos. Se reagissem com um mínimo de razoabilidade, a Bolsa de Milão deveria estar a bater no teto!
É a melhor coisa que aconteceu à Itália desde o último título de Campeão do Mundo de Futebol.

Nunca um líder flagelou tanto a imagem de um país, por gestos, atitudes, discursos e até mera má educação. Não precisava de ser um santo. Ninguém precisa. Mas a falsa moral que predomina como “imagem” seja na sala oval ou noutro antro qualquer corresponde a hipócrita relação entre os povos, os valores e as identidades dos seus líderes. Todavia, perante o mediatismo das suas palhaçadas, até um clown de rua parece um estadista!

Berlusconi significa para mim o que de mais inútil, idiota e boçal o populismo liberal europeu conseguiu produzir. Um personagem de ópera buffa, meio mafioso, meio maçónico sem um pingo de noção do que é ou o que representa, querendo moldar uma nação à imagem do seu mal gosto, falta de personalidade e inteligência.
O seu anacronismo só tem equivalente no silêncio sujo da Igreja italiana e da direita mais tradicional que tolerou para além do razoável este homem. Entre sorrisos amarelos e muita indiferença deixaram-no por lá, a mandar.

Espero que as chuvas que agora assolam Itália também possam servir para lavar algumas consciências de que esta criatura foi eleita por duas vezes.

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