“Cusca”
Murdoch – Eu até tinha muita consideração pelos australianos. Pessoas que, entre viver em Inglaterra e ir para uma terra inóspita, agreste e cheia de animais letais optaram pela segunda demonstrando uma sensatez à toda prova.
Todavia Murdoch não é bem um australiano: é um Joe Berardo com melhor inglês (e provavelmente português também!). Dono de um império de informação e opinião num mundo que se pela por escândalos (e como as notícias actualmente só falam de economia, estou quase a engajar na imprensa de lama cor de rosa) necessitou de mais “conhecimentos” do que os que a lei permite. Não sei se é mandante ou apenas responsável enquanto acicatador de comportamentos abusivos pela pressão de um tempo que também mastiga notícias e as dejecta a um ritmo de fast food informativa.
E tal como a fast food, a notícia também não é informação, não é útil ou pertinente. Apenas enche, diverte e não tem repercussões para além de encolher o cérebro (no caso da comida é mais o fígado).
E tudo isso por um processo de escutas (não, não vou falar do caso português. Apenas aviso que são as dezenas de milhar os portugueses escutados…) a pessoas e assuntos medíocres, sem qualquer impacto político ou social para além da mera “cusquice”. Pelo meio, alguns dos “ouvidos” tem relevância política, mas o que se procurava não eram negócios chorudos de venda de influência, favores ou armas mas sim para quem se tiram as Calvin Klein.
Em nome do bom senso, poderemos voltar à guerra fria?
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