Pular para o conteúdo principal

Vaticano: o ruído e o pecado

Longe vai o tempo em que a meditação e o recolhimento, como formas de manifestação da pureza e elevação eram um exemplo para o mundo do que representava a fé e o caminho do Céu.
Hoje está mais difícil: é preciso por a mão na lama, conviver com os homens, ser mediático, politicamente correcto, socialmente envolvido mais tudo o que se era no passado.
O upgrade dos pecados, sendo em si uma boa ideia, não tem consequências de maior. As categorias abrangem governantes e poderosos na sua globalidade que já há muito abandonaram as preocupações da Igreja e até alguns sectores dela; os que se dirigem aos mais pequenos visam situações desesperadas de quem já perdeu até o amor-próprio, quanto mais o amor e temor a Deus.
Enfim a Igreja moderniza-se, mas a realidade continua a incomodar… Veja-se o caso da bola neste link:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/
2008/01/080128_copavaticanofp.shtml

Melhor seria, talvez, a Igreja demonstrar menos piedade e maior intervencionismo, usar a sua influência politica e económica para travar os abusos e violações dos Direitos Humanos (são laicos, mas até que são jeitosos para qualquer religião!) e contrariar activamente os processos perversos das sociedades no que toca a distribuição da riqueza.
Evidentemente, não estou à espera de ver o Papa de lenço na cabeça num dos barcos da Greenpeace, mas era bom que os dois ramos inteligentes da Igreja (Jesuítas e a Teologia da Libertação) começassem a ter mais influência que a opus dei.

«On ne possède vraiment que ce que l’on est capable de donner. Autrement on n’est pas le possesseur, on est le possédé.»
«Ce qu’il faut revendiquer, ce n’est pas l’égalité qui est illusoire. De la naissance à la mort il y a inégalité : quand l’enfant naît, le père et la mère sont forts et il est faible ; et quand il sera devenu fort, ses parents seront devenus faibles. Ce qui est nécessaire à la vie même, c’est la solidarité.»
«L’école n’est pas faite seulement pour enseigner ce que sont les choses mais pour ouvrir les esprits à la connaissance de ce qui est notre être commun d’hommes. Elle doit ouvrir les coeurs aux faims et aux soifs de justice, à la volonté de servir premiers les plus souffrants, à ce qu’il faut appeler les colères de l’amour.»
Abbé Pierre

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Alguém nos explica isto?

Os registos de voo obtidos por Ana Gomes em 2006 revelam que, entre 2002-2006, em pelo menos 94 ocasiões, aviões cruzaram o espaço aéreo português a caminho de ou provenientes da Baía Guantanamo . Em pelo menos 6 ocasiões aviões voaram directamente das Lajes nos Açores para Guantanamo. Ver o relatório da ONG britânica. Não creio que isto nos deixe mais seguros e tenho a certeza de que me deixa a consciência pesada, foi o estado em que me integro que permitiu isto. PS (por sugestão do Vinhas). As notícias sobre um dos aviões que transportaram presos para Guantánamo e que agora se despenhou no México carregado de cocaína podem ser vistas aqui e aqui ou ainda aqui.

2013: O que fazer com um ano inútil

Resumindo tudo e contra a corrente de louvor papal, o ano de 2013 teve como figura principal o conflito e poderia ser retratado por um jovem mascarado a atirar pedras contra a polícia. Nunca como em nenhum outro ano a contenção policial foi necessária perante a ordem de injustiças, desigualdades, nepotismos, etc., etc. etc. Os Estados deixaram de representar os povos, as nações estão a ser desmontadas e os grandes interesses financeiros instalam-se com uma linguagem musculada sobre o mundo, definido as barreiras dos que tem e dos que estão excluídos deste novo mundo que se desenha, ficando ainda umas réstias por eliminar mas que se mantem enquanto necessárias. Neste mundo conturbado onde grandes interesses se disfarçam, de Estado (Rússia, China ou Coreia, por exemplo) e onde o Estado foi substituído por interesses específicos de natureza transnacional (Portugal, Grécia ou Itália) ou aqueles em que o Estado é uma fachada de recurso (EUA) para interesses particulares. A dívida, a crise,...